Desventuras em Série 2x07 – O Hospital Hostil: Volume 1



“Hospitals can be scary places, can’t they?”
Para mim, O MELHOR EPISÓDIO DA SÉRIE até aqui! Gente, a primeira parte de “O Hospital Hostil” traz tudo o que eu senti enquanto lia o livro… pela primeira vez tenho a impressão de que as coisas estão acontecendo depressa, porque os livros de “Desventuras em Série”, de agora em diante, estão mais abarrotados de informações e acontecimentos, mas isso deu um ritmo delicioso ao episódio, além da construção MACABRA desse cenário do Hospital Heimlich, e um clima fantástico de suspense (com direito a referências como a “O Iluminado”!) que muito me agradou. O episódio é complexo, inteligente e coloca os Órfãos Baudelaire em situações complicadas, quiçá mais complicadas que nunca, agora que, como Lemony Snicket nos recorda, eles são fugitivos. Os Baudelaire estão totalmente sozinhos, agora oficialmente, e precisam se virar e se esconder.

For Beatrice –
Summer without you is cold as Winter.
Winter without you is even colder.

Toda a caminhada dos Baudelaire até aqui os fez amadurecer à força, e na verdade não faz tanto tempo desde a fatídica tarde na Praia de Sal, mas as crianças passaram por tanta coisa desde então que elas são confrontados agora com problemas totalmente novos e inimagináveis. Os avisos de Lemony Snicket, também, parecem cada vez mais reais, porque “O Hospital Hostil: Volume 1” nos deixa apreensivos, angustiados, e eu confesso que meu coração se apertou. Tudo começa com o caminhão de bombeiros com o qual fugiram dos Cultores Solidários de Corvídeos sem gasolina, e o Armazém Última Chance, um cenário bizarro no qual eles tentam mandar um telegrama a Jacquelyn (PONTO!), mas tudo acontece bem depressa, e a perseguição triplicada lá dentro conta, além do dono do Armazém e do Lou, com o próprio Conde Olaf… portanto, só há uma coisa que os Baudelaire podem fazer:
Fugir.
Assim, eles entram na Kombi V.F.D. (ou C.S.C.) e conhecem os “Combatentes pela Saúde do Cidadão”, e aqui temos uma das MELHORES ADAPTAÇÕES dos livros de Lemony Snicket! Traduziram brilhantemente para o live-action a maneira alegre e macabra como os voluntários cantam aquela musiquinha bizarra, porque eles são sorridentes, coloridos, esquisitos e nos dão calafrios. E eu adoro como a série da Netflix é cuidadosa com os detalhes do livro, o que é um respeito e tanto com os fãs que cresceram lendo essas obras… a bizarra musiquinha, por exemplo, é exatamente a mesma das páginas. [Amei a legenda durante a música, com os coraçãozinhos rosa] “No news is good news”. Amo a música louca, amo a bizarrice deles, os balões de hélio em forma de coração, e são com eles que os irmãos vão até o Hospital Heimlich, onde encontrarão uma Biblioteca de Registros…
E Esmé Squalor busca o açucareiro.
O cenário do Hospital Heimlich é melhor construído do lado de dentro do que do lado de fora, porque não houve uma grande ênfase no fato de ele estar construído apenas pela metade, algo que me deu calafrios ao ler o livro, mas lá dentro! Depressa os irmãos se separam dos voluntários e rumam para a Biblioteca de Registros, onde conhecem Hal, com sua visão péssima, e passam a “trabalhar” ali… afinal de contas, “a papelada é o que fazem de mais importante no hospital”. Não é diagnosticar e curar doenças, como Klaus esperaria, mas a PAPELADA. Ali, uma abundância de informações em grandes arquivos trancados e que os irmãos não podem ler, porque o papel deles é só arquivar e não ler. Bem, isso mostra certa ineficiência no processo de arquivação, e eu me pergunto o quão útil seria uma Biblioteca assim de verdade… e já respondo: nada útil.
As desventuras dos Baudelaire.
Enquanto os Baudelaire veem chegar um arquivo em vídeo com o nome “Snicket” e os dizeres “Propriedade de C.S.C.”, e eles ficam afoitos para saber o que está ali dentro (afinal, eles conheceram Jacques Snicket!), o Conde Olaf e sua trupe entram no hospital fantasiados de médicos e enfermeiros, deixando Babs desesperada. “Paper work makes the world go round”. Ao lado dos vilões, observamos a construção fascinante e perturbadora do interior do Hospital Heimlich, com suas paredes sujas, placas bizarras, e eu ADOREI o momento sombrio do Conde Olaf andando e quebrando luzes no meio do caminho. Direção perfeita dessa sequência brilhante de SUSPENSE, com o cenário macabro, os corredores sujos e escuros, luzes piscando, posição de câmera inclinada, e referências a filmes de terror… temos trovões, gritos, e a música dos Combatentes pela Saúde do Cidadão ao fundo se torna ainda mais macabra.
Então, os vilões pegam Babs!
Agora, com “Mattathias” assumindo o seu lugar, ele anuncia que assassinos foram vistos no Hospital, e que eles não vão parar até encontrá-los, começando uma verdadeira caça que, em paralelo com a sequência anterior de suspense, nos deixa apreensivos. Há muita tensão envolvida nessa verdadeira caçada humana, e os Baudelaire tentam escapar, escondendo-se onde podem, e descobrindo que só há um lugar onde talvez estejam seguros: na metade inacabada do Hospital Heimlich. Assim, eles fazem a travessia por uma precária prancha de madeira (!), e percebemos o quanto o episódio está ficando melhor ainda. Ali, juntos ao relento, em um lugar perigoso, os irmãos se perguntam se esse é “o pior lugar em que já dormiram”, e chegam à conclusão de que, nos últimos tempos, é difícil de saber, o que sinceramente me parte o coração.
Então, analisando as anotações dos Quagmire, que não são muito úteis, os Baudelaire se dão conta que o que eles precisam fazer é invadir a Biblioteca de Registros e pegar o arquivo Snicket, em busca de informações, ainda que para isso precisem roubar as chaves de Hal. É um duro dilema moral, mas é evidente que eles não têm muita escolha. Para piorar, claro, Hal vem com sua péssima visão lhes trazer canja de galinha, e ele insiste em quanto confia neles, para acentuar a culpa, mas eles não têm outra coisa a fazer: eles precisam enganar Hal e roubar as chaves da Biblioteca de Registros, ainda que a culpa os corroa por dentro… fico com pena dos Baudelaire e das carinhas deles de culpa, sentindo-se criminosos, e então eles entram na Biblioteca no meio da noite, em busca do arquivo que chegou naquele dia, enquanto Esmé Squalor também chega, em busca da mesma coisa.
Destaque para os saltos do sapato de Esmé Squalor (exatamente como eu esperava!), enquanto os irmãos buscam em vários arquivos e possibilidades de palavras. S de Snicket. J de Jacques. V de VFD. Na série, não temos o Dossiê Snicket, mas um arquivo de vídeo em que Jacques fala e uma das primeiras informações que ele dá é essa: pode haver um sobrevivente do incêndio. Eles não conseguem ver mais do que isso, porque Esmé chega para aquela TERRÍVEL guerra no melhor clímax que a série viu até agora: ela derruba os arquivos e faz um verdadeiro estrago na Biblioteca de Registros, e isso ficou perfeito para se assistir! Klaus e Sunny conseguem escapar levando com eles a fita, e Esmé tranca a passagem antes de Violet poder fugir com os irmãos, derrubando mais uma fileira de arquivos… é um desespero que só. Violet foge, e a cena ficou visualmente linda, de Violet correndo e os arquivos caindo atrás dela, mas a situação é desesperadora. As carinhas de Klaus e Sunny enquanto Violet é capturada pelo Conde Olaf e sua perversa namorada!
Pela primeira vez, os irmãos estão separados…

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