Com Amor, Simon (Love, Simon, 2018)



“Everyone deserves a great love story”
Eu saí do cinema com um sorriso no rosto, lágrimas nos olhos e uma sensação tão gostosa no coração! Assim como foi quando eu li “Simon vs A Agenda Homo Sapiens”, de Becky Albertalli, eu RI, eu CHOREI e eu me APAIXONEI por Simon Spier, uma vez mais. Um filme gostoso, envolvente, claro, e repleto de momentos em que nos reconhecemos (ah aquela fala sobre Daniel Radcliffe! Been there, done that). Com atuações fascinantes do elenco e uma trilha sonora impecável, “Com Amor, Simon” traz às telas a bonita, triste e romântica história de Simon Spier, um garoto gay que ainda não se assumiu e que se apaixona por um outro garoto da escola, depois que ele posta no CreekSecrets que “tem um segredo e ninguém sabe que ele é gay”. Mas as coisas saem de controle quando os seus e-mails são descobertos no laboratório da escola, e ele acaba chantageado.
O filme é repleto de MOMENTOS, e eu adoro como esses momentos podem invocar vários sentimentos. Algumas cenas memoráveis são quase como sketches de humor colocadas durante o filme, como a cena, que já vimos nos trailers, em que os amigos de Simon têm que se assumir “héteros” para a família, ou ainda o Ethan se assumindo para os amigos (!) e aquele “I Wanna Dance with Somebody” de quando Simon for para a faculdade… fora o vice-diretor da escola, que era constantemente perfeitamente hilário! Outros momentos fizeram com que nos emocionássemos e chegássemos às lágrimas, é como os momentos de Simon com a família depois daquele fatídico Natal em que seus e-mails são expostos no CreekSecrets. E também temos momentos românticos e fofos como aquele final na roda-gigante, com todo mundo assistindo!
Simon Spier é gay, mas ninguém sabe disso. Até que Leah, sua melhor amiga, lhe fale sobre “um gay no armário” que postou algo no CreekSecrets e, tomando coragem, Simon manda um e-mail para ele, assinando como Jacques, dizendo que “também tem um secreto”, e então eles começam a conversar. Tudo é tão fofo, porque o nervosismo de Simon é exatamente como nos sentimos ao mandar uma mensagem “arriscada” e ficar esperando uma resposta. Como a primeira vez em que, no impulso, ele assina “com amor”. Então eles conversam, e é muito bonito como Simon e Blue transmitem segurança um ao outro, como não sabem quem são atrás dos computadores, mas talvez se conheçam melhor do que qualquer outra pessoa – conversam sobre como descobriram, sobre as coisas que gostam… eles riem e, devagar, se apaixonam como nós.
Um, inclusive, inspira o outro a se abrir sobre sexualidade, aos poucos. Blue diz que teve coragem e contou para o pai que era gay, o que é um momento e tanto! Simon, por sua vez, em uma das cenas mais LINDAS do filme, conta para Abby que é gay, e ela diz que não está surpresa, embora não soubesse. A mudança que acontece sobre Simon quando ele finalmente tem a coragem de dizer em voz alta “I’m gay” é visível, e aquela cena me levou às lágrimas. E a Abby foi a melhor amiga do mundo: “I love you. So…” [Detalhe para Abby querendo falar com ele sobre garotos que são bonitos, e aquela cena é hilária e fofa. Abby é um MÁXIMO!] O filme, diferente do livro, ainda trabalha com algumas coisas a mais, que Becky Albertalli não chegou a explorar no livro, como “a melhor amiga apaixonada pelo gay”. No livro, Leah não gosta de Abby porque sente ciúmes de Nick, enquanto no filme ela está apaixonada por Simon e aquela cena dos dois conversando no quarto é profunda e bonita.
Sempre gostaria de ver MAIS e-mails com o Blue. Tendo lido o livro, parece que nos e-mails do livro eles se conectaram de forma tão mais profunda, porque eu mesmo sentia que conhecia a ambos perfeitamente, mesmo antes de saber quem era o Blue, por exemplo. Do mesmo modo, os momentos são lindos no filme, e Simon vai dando rostos imaginários a Blue, começando por Bram, interpretado por Keiynan Lonsdale, depois Lyle, interpretado por Joey Pollari, e, por fim, Cal Price, interpretado por Miles Heizer. Todos abertamente gays (ou bissexuais) na vida real, e que fazem um trabalho lindo no filme. O Bram é um fofo sorrindo para Simon, jogando com ele na festa, cantando no karaokê… pena que Simon o veja com uma garota. Lyle também é sedutor, mas está interessado em Abby, aparentemente. E Cal é o único que não o decepciona, mas Simon já estava numa fase terrível e ele só pergunta “se ele é o Blue”.
Cal é um FOFO perguntando se “ele quer conversar”.
No filme, no entanto, ele não chega a chamar o Simon pra sair.
Simon é TIRADO DO ARMÁRIO, uma coisa terrível, depois que a chantagem de Martin Addison não dá certo. Ele queria ficar com Abby, e depois que é rejeitado por ela antes de um jogo de futebol e depois de um pedido pomposo, a escola toda passa a falar sobre isso, e ele planeja desviar a atenção. Então ele posta no CreekSecrets que Simon é gay, e ainda libera os e-mails dele com Blue, o que é uma crueldade sem tamanho. E dali em diante o nosso coração se aperta e MUITOS momentos de lágrimas nos acompanham. Leah é quem fala para ele olhar o seu computador, e Nora, a irmã mais nova de Simon, apaixonada por cozinha, é uma fofa meio sem saber como ir até o irmão, mas estando lá, toda tímida e sem jeito, mas com um amor tão tremendo pelo irmão que é extremamente doce… eu queria ter visto um pouco mais do Simon com Nora!
Mas as cenas com a família? DE ARREPIAR! Durante a abertura dos presentes de Natal, Simon, de cabeça baixa, fala com os pais e diz que é gay. É interessante como ele faz isso de cabeça baixa, e eu lembro do momento em que contei para a minha mãe que era gay. Minha mãe é tão maravilhosa quanto Emily Spier, ou MAIS, mas assim como Simon, eu deitei no colo dela e não olhei em seus olhos quando eu disse isso. Eu acho que é algo pelo qual muitos gays passam na vida, nessa necessidade de se assumir. Vivemos sob a sombra daquilo que Simon diz: “E se o mundo não gostar da gente?” Acho que por mais que saibamos que nossas famílias vão nos aceitar (como Simon sabia que era seu caso, e eu o meu!), nós temos medo de ver a reação no rosto de nossos pais e, quem sabe, vislumbrar algo que não queríamos… e é assim, em momentos tão íntimos, que “Com Amor, Simon” mexe conosco.
Dali em diante, o filme traz muito sofrimento ao lado de muita beleza. É tão triste quando Simon diz, logo depois de dizer que é gay, que “ainda é o mesmo”. Como se ele tivesse que esclarecer isso. A conversa com a mãe foi uma das mais lindas que eu já assisti, e um dos momentos no filme em que eu mais chorei, quando ela fala que “podia senti-lo segurando o fôlego, e agora ele precisa soltar isso e ser o Simon, porque ele tem a oportunidade de ser mais ele do que ele tem sido nos últimos anos”. Eu só acho que faltou um abraço. A cena com o pai também foi lindíssima. Menos forte, talvez, do que a do livro, porque Simon não chega bêbado e não joga as piadas de gays contra o pai, mas igualmente emocionante. O pai diz que, se não ficou claro antes, ele o ama e não mudaria absolutamente nada sobre o filho. E se desculpa pelas piadas, e o abraça.
E pronto, estou às lágrimas novamente só pra escrever essas palavras.
Enquanto recebe todo o apoio lindíssimo da família, na escola Simon está mais sozinho do que nunca. Seus amigos se afastaram por vários motivos, como ele ter mantido Abby e Nick separados, por causa de Martin, e Leah porque era apaixonada por ele e lamenta que ele tenha contado que era gay a Abby antes que a ela. Ele ainda ganha demonstrações terríveis de preconceito na escola, e pelo menos a Sra. Albright é uma fofa no filme, assim como é no livro, lidando com a situação. Mas o grande destaque desse momento, para mim, foi ele enfrentando Martin. Com a mesma fala e intensidade do livro, Simon enfrenta Martin no estacionamento, e Nick Robinson ARRASOU. Na verdade Nick Robinson arrasou o filme todo, e é o grande destaque de atuação em “Com Amor, Simon”. Ele é exatamente o Simon que eu imaginei enquanto lia o livro, além de ser absolutamente lindo e muito FOFO. O Simon que eu esperava. E aqui, quando ele tem que mostrar esse sofrimento, essa intensidade, essa raiva… ele nos entrega uma das cenas mais fortes do filme.
Durante muito tempo, achei que o filme estava até sendo mais complexo que o livro, em alguns detalhes, ao trazer a Leah apaixonada por Simon, por exemplo, mas então no final eles resolvem as coisas de uma forma muito mais “simples” que no livro. Quer dize, precisa de uma grande ação de Simon, e muita coragem, mas eu senti falta de detalhes. Detalhes como a camiseta que Blue deixa de presente para Simon em seu armário, e o bilhete que mais tarde cai de lá, que é de arrepiar, porque tem as coisas lindas que Blue ama em Simon, dizendo que “jamais poderia estar decepcionado”. Também aquele delicado momento em que Simon diz que queria segurar a mão dele, e ele diz que pode segurá-la… ou a banda de Nora, ou a presença de Alice, e aquelas poucas horas que ela consegue dar para que Simon e Bram fiquem sozinhos em casa.
Mas tudo é perfeitamente tocante.
No filme, Blue deixa de falar com Simon. E quando tudo parece perdido, Simon escreve algo no CreekSecrets que é ADMIRÁVEL. Então, depois da peça e de fazer as pazes com seus amigos, Simon vai com eles até o parque de diversões e passa quase que a noite toda na roda-gigante, onde pediu que Blue o encontrasse, se quisesse. E então Blue aparece, se revelando o fofo do Bram, e aquela cena simples é tão real, tão bonita, tão apaixonante… eu queria que ela se estendesse para sempre… eu queria ficar vendo Simon e Bram naquela roda-gigante, trocando aqueles olhares, aqueles sorrisos, e aquele beijo. E foi um beijo de verdade, um beijo bonito, um beijo apaixonado e inocente. EU ME EMOCIONEI PRA CARAMBA! E aqueles dois ficaram absolutamente lindos juntos… sem contar aquela cena final, similar à cena do início, com Simon buscando todo mundo em suas casas, passando pegar café… dessa vez, cinco cafés, e quando Leah sai do banco da frente e se junta aos amigos atrás, pro Bram sentar na frente… AI MEU CORAÇÃO.
Tem direito a beijinho e tudo.
FOFOS DEMAIS.
O filme é isso tudo. É AMOR. E eu acho que a grande mensagem do filme, assim como do livro, é essa: ame, seja quem você é, e respeite as pessoas pelo que elas são. Afinal de contas, todo mundo tem o direito de ser feliz e viver uma grande história de amor. Eu vou guardar esse filme comigo com todo o amor do mundo, e não vejo a hora de vê-lo em DVD para poder assisti-lo quando quiser. Me lembro de vários momentos em que eu ri e em que eu riria novamente. Me lembro de vários momentos em que parecia estar vendo a mim mesmo na tela do cinema. E de vários momentos que me levaram às lágrimas, e que fizeram com que eu me apaixonasse. O filme é um primor e uma delícia, o tipo de filme que talvez precisássemos, para mostrar que gays não são tão diferentes de héteros como algumas pessoas preconceituosas pensam. Somos todos humanos, todos pessoas que querem ser felizes e serem respeitadas. Ame e respeite as pessoas ao seu redor.
O mundo seria um lugar bem melhor assim.


Para mais postagens sobre Simon Spier, clique aqui.


Comentários

  1. O que posso dizer? Simplesmente estou chorando novamente só de ler esta postagem. Com amor, Simon é um filme brilhante, sensível e cheio de uma humanidade tocante. Maravilhoso! Amei, ri, chorei e me entreguei a história. Será um filme que com certeza ficará marcado em meu coração.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom, Jefferson, Parabéns!
    Estava procurando a fala do Simon, quando ele enfrentou o Martin no estacionamento e encontrei esta crítica excelente sobre o filme.

    Obrigado, tenha um dia feliz (:

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado pelo comentário, Wendel! Fico muito feliz que tenha gostado :D
      Volte sempre! \o/

      Excluir

Postar um comentário