Sítio do Picapau Amarelo (2002) – O Cangaceiro Lobisomem: Parte 4


  
“Você ainda quer se casar com ele?”
A TURMA DO SÍTIO TEM UM PLANO PARA PEGAR O LOBISOMEM! Itamar volta a se transformar na noite de lua cheia, e temos mais uma noite de caçada, confusão e medo. Pedrinho gostaria de poder feri-lo para quebrar o feitiço, mas ele não pode se aproximar o suficiente e, além disso, Emília e as crianças precisam impedir que o Trovoada realmente atire em Itamar, o que acaba não sendo assim tão difícil, uma vez que ele está sem seus óculos e continua não enxergando muito bem. Enquanto isso, Candoca e Tonica discutem para ver “quem vai tirar o Itamar do bucho do lobisomem”, uma briga com direito à Candoca dizendo que o seu pai tem dinheiro e, por isso, ela vai “levá-lo para ser operado pelo melhor veterinário”, o que eu acho uma coisa realmente bizarra… surpreendentemente, o plano das crianças, naquela noite, funciona.
O Itamar cai na armadilha para o lobisomem.
Como o Itamar está fraco na manhã seguinte, depois de mais uma noite sendo o lobisomem, as crianças o levam à casa do Tio Barnabé, e aqui temos uma das cenas mais fofas da história toda, quando Emília e Pedrinho se sentam para conversar com ele, e embora ele fique tentando enrolar, eles dizem que “já sabem de tudo”. Então, ao perceber que as crianças já sabem que é ele quem se transforma em lobisomem nas noites de lua cheia, Itamar conta toda a sua história e todo o seu sofrimento, em uma sequência bem emotiva na qual ele também conta sobre o motivo de ter fugido do casamento com Tonica: ele não pode condená-la a essa maldição. Enquanto isso, na casa de Dona Benta, Tião Susto e alguns outros cangaceiros tentam invadir e tomar o Sítio do Picapau Amarelo, e Tia Nastácia tenta expulsá-los dali na base das vassouradas.
Mas sem sucesso.
Todos acabam amarrados, inclusive cangaceiros como o Trovoada, e Tião Susto se nomeia “o novo líder do bando”. Zé, o Tio Barnabé e os animais, que não foram pegos, correm para contar a Itamar, Emília e Pedrinho sobre o que está acontecendo, e o Itamar se sente culpado, dizendo que “foi ele que veio se meter no meio de gente tão boa”. Mas agora não é hora para isso, a bonequinha astuta tem um plano para salvar as pessoas presas lá dentro: usando o Faz-de-Conta, ela transforma o dia em noite de lua cheia e, consequentemente, o Itamar em lobisomem, e então ele invade a casa, causando tumulto e gritaria, e levando Tonica com ele. Assim, eles também podem entrar na casa e aproveitar a distração dos cangaceiros para soltar os amigos em, depois, Emília usa o Faz-de-Conta novamente com a ajuda das crianças e faz o dia voltar.
Com o dia claro, Tonica acorda nos braços de Itamar, e fica tão feliz por vê-lo vivo e bem, e ainda acredita que ele a salvou do lobisomem – “Meu herói!” Eu gosto de como a história desenvolveu esse sentimento de Tonica e Itamar, como eles compartilham cenas ternas com beijinhos inocentes e carinhosos, mas que nos fazem torcer por eles… enquanto isso, Candoca continua louca, dizendo que “vai fazer uma festa de velório para o Itamar”, na esperança de, assim, conhecer outro pretendente, mas ela volta atrás assim que Itamar reaparece no Sítio ao lado de Tonica, ela volta a beijá-lo à força, e as mulheres até fazem um bizarro cabo de guerra pelo Itamar, com direito a plateia e tudo. Não demora para que aquilo vire uma BALBÚRDIA, até que a Dona Benta “dê uma de louca” e grite, mandando todo mundo parar com aquilo, e é um máximo!
Dona Benta <3
Então, a boa senhora diz a Itamar que essa confusão não pode continuar, e que ele tem que escolher logo com quem pretende se casar, mas não é tão rápido para resolver – ele sabe que ama Tonica, mas não quer condená-la a casar-se com um lobisomem, e tampouco quer magoar a Candoca… de todo modo, a decisão acaba sendo tomada por ele quando um inesperado eclipse transforma o dia em noite, E É O SUFICIENTE PARA O ITAMAR SE TRANSFORMAR. Então, o rapaz vira o lobisomem na sala do Sítio do Picapau Amarelo, na frente de todo mundo, e Candoca imediatamente desiste de se casar com ele, dizendo que “vai ficar cheia de pulga”. Emília doma o lobisomem, e Trovoada pergunta à filha se ela ainda quer se casar com ele, mesmo ele sendo esse “monstro”, mas a cena é muito bonitinha, porque ELA O AMA DE VERDADE.
Então sim, ela quer se casar com ele.
Mesmo que ele seja um lobisomem.
A história estava com jeitinho de resolução e, como eu comentei várias vezes, eu adorei “O Cangaceiro Lobisomem”, e o ritmo da história, mesmo sendo a mais longa até aqui! Na hora do casamento de Tonica e Itamar, no entanto, ele está desaparecido. Zé Carijó, Emília e Pedrinho vão à mata “em busca do noivo fujão”, que está na mata com Zorelha, nervoso por causa do casamento, tomando água do riacho, e então acaba transformado em pedra pela Iara, que não gosta de ser vista por ninguém. Eles nem têm tempo de desviar o olhar! Emília protege o Zé e o Pedrinho, e logo toda a turma, inclusive Narizinho e Tonica, que estavam lá no Sítio, preocupadas com a ausência do noivo, se unem em volta do Itamar e do Zorelha, transformados em pedra. Tonica está preocupada e, ao mesmo tempo, com raiva da Iara por ter feito isso com seu noivo no dia do casamento!
“Arre égua. E não tem jeito de desfazer esse encanto, não, gente?”
Para salvar o Itamar, Pedrinho chama a ajuda do Saci – segundo o Saci, a única maneira de desfazer o encanto é se a própria Iara quiser, e ela não é uma criatura lá muito fácil. Mesmo assim, a bonequinha determinada decide tentar falar com a Mãe d’Água, e ela tem a oportunidade perfeita quando vê a Iara se machucando com um espinho que entrou no seu pé, e mais que depressa se voluntaria para ajudá-la – afinal de contas, tem de tudo naquela canastrinha que ela faz o Visconde de Sabugosa carregar para todo lado! Iara fica inicialmente confusa com o fato de ambos não terem virado pedra, mesmo que tenham olhado para ela, mas eles explicam que são feitos de pano e de sabugo de milho, por isso seu encanto não tem efeito sobre eles. Depois de ajudar a Iara com o espinho em seu pé, Emília rapidamente lhe pede um favor.
Que desenfeitice duas pessoas.
Emília, como sempre soubemos, costuma conseguir o que quer – dentro de alguns poucos minutos, para a surpresa do Saci, ela está conversando com a Iara “como se elas fossem duas comadres”. Emília meio que se torna sua amiga, começa a ganhar sua confiança, e então consegue um jeito de desenfeitiçar o Zorelha e o Itamar, mas ela precisa prometer algo em troca, que ela ainda não quer contar a ninguém o que foi. De qualquer modo, Iara manda Emília tirar, com cuidado, um fio do seu cabelo (vocês perceberam que a boneca tira um TUFO?), e, com ele, fazer um chá para jogar na cabeça dos homens transformados em pedra… agora, Emília e os outros só precisam ir até o acampamento dos cangaceiros para tentar o antídoto sugerido pela Iara. Se der certo, Emília terá que cumprir com a sua palavra… mas o que será que a bonequinha arteira prometeu?


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