3% 3x04 – Pato



“Por favor, retire a candidata. Ela está eliminada”
UM POUQUINHO MAIS DA HISTÓRIA DO MARALTO, A FUNDAÇÃO DA CAUSA E O FIM DA SELEÇÃO NA CONCHA. Chegamos à metade da terceira temporada de “3%”, e agora eu me pergunto o que o futuro da série nos reserva – além da insuportável da Glória, claro. O episódio é interessante por apresentar duas narrativas muito similares em paralelo, mas separadas por 106 anos de história. De um lado, no passado, temos a Criação do Processo no Maralto, enquanto, no presente, Michele intensifica a Seleção. E as cenas são inteligentes! Temos Michele indignada com o nível de racionamento a que chegaram, decidindo reduzir os 100 restantes na Concha pela metade, enquanto no Ano do Processo 10, o Maralto passa por um problema similar: com a população do Maralto, dentro de pouco tempo não haverá comida para todos.
Por isso, apenas o Processo não é o suficiente.
Assim, depois de instituir o Processo para selecionar 3% das pessoas do Continente para enviar ao Maralto, o Casal Fundador também propõe outra novidade: uma injeção que esterilizará todos os habitantes do Maralto. Os Conselheiros, inconformados com a decisão, jogam bem: “A questão é: o que fazer com as crianças que já nasceram no Maralto? Afinal, elas não têm mérito nenhum”. Assim, acompanhamos a BRUTALIDADE e a FRIEZA desse lugar quando eles decidem enviar todas as crianças nascidas no Maralto de volta para o Continente, onde viverão até completar 20 anos e, então, passarão pelo Processo, como qualquer outra… a perversa e distorcida ideologia do Maralto sobre qualquer outra coisa. E nos perguntamos se o Casal Fundador terá coragem de mandar sua própria filha, de 9 anos, para o Continente… mas eles a mandam.
“Não é hora de ser fraco”
Na Concha, a próxima prova da Seleção de Michele é feita em dupla: ela coloca dois moradores na sua frente e pede que cada um crie uma prova para eliminar um habitante da Concha. Ela escolherá aquela que julgar mais justa e eles se submeterão à prova que criarem. A primeira dupla é formada pelo Marco e pelo Rafael, e eu não vou negar que torci pelo Rafael. Ele pode ser “inútil”, como muitos falam, mas ele não é o monstro que o Marco é, eu simplesmente não consigo suportá-lo toda vez que está em cena. Marco sugere que eles listem “o que cada um fez de útil para a Concha” (detesto essa atitude dele, como é marrento, como se sente superior), e Rafael sugere apenas um jogo de sorte, uma moeda… azul ou prata? E Michele aceita a sua sugestão, e Marco acaba ELIMINADO – e eu vibrei. E detestei seu surtinho de diva irritante.
As provas seguem, até a última dupla: Glória e Xavier. E eu fiquei divididíssimo: acontece que eu queria igualmente que AMBOS fossem eliminados. Ele é chato, ela não presta… ela, então, sugere uma prova bastante injusta, e Xavier, surpreendentemente, tem uma ótima ideia, sugerindo um estranho quebra-cabeças que Michele e Fernando guardaram para a velhice, e em uma coisa ele tinha razão: nenhum deles conhecia o quebra-cabeças, não poderia ser mais justo. Similar à prova dos CUBOS no Processo, e acompanhamos o Processo 20, enquanto o Casal Fundador acompanhava “o Processo mais difícil que já tiveram que enfrentar”. Adorei como as cenas foram mostradas em paralelo: Tânia, a filha do Casal Fundador, montando o Cubo no passado, e Xavier e Glória montando o quebra-cabeças no presente… UMA SEQUÊNCIA CHEIA DE TENSÃO.
Os 60 segundos que Tânia tinha acabam pouco antes de ela completar seu próprio Cubo, enquanto apenas duas pessoas de seu grupo conseguem e, no presente, Xavier e Glória terminam juntos e discutem por causa disso. Cabe a Michele decidir, e ela escolhe deixar Xavier e eliminar Glória, que dá um CHILIQUE, dizendo que ela não pode eliminar Marco e deixar o Rafael, que não pode eliminar ela, que esteve com ela desde o primeiro dia, só porque “aquele idiota tem 20 anos e tirou o registro, e ela não quer ficar com essa culpa”. Glória é eliminada com revolta, enquanto Tânia lida com o choque de sua própria eliminação no passado… e eu fiquei com pena dela, mas não do Casal Fundador. Nem um pouco. Eliminado, ela se desespera, ela diz que “foi bem”, mas a avaliadora diz que isso não existe no Processo: ou você é aprovado, ou não é.
Tânia, então, diz em desespero, enquanto os pais assistem, que para ela é muito mais difícil que para todos os outros, porque já esteve no Maralto e, por isso, merece mais que eles: “Eu tô perdendo uma coisa que já era minha”. Então, ela clama ser filha de Laís e Vítor, e naturalmente ninguém acredita nela – a mulher diz que muitas pessoas dizem absurdos para tentar passar no Processo, mas “ela foi a mais criativa”. Então, ela chama pelo pai e pela mãe, olhando pelas câmeras, e diz que eles sabem que ela merece ficar, e a mulher pergunta, pelo rádio, se é verdade o que ela está dizendo… e é. Mas Vítor não deixa que isso mude a sua decisão. Com toda a frieza que é capaz de reunir, ele dá a ordem: “Por favor, retire a candidata. Ela está eliminada”. Depois, ele grita FRUSTRADO, mas sinceramente? EU NÃO TENHO DÓ NENHUM DELE!
Deixando o prédio do Processo e tudo que a ligava aos pais para trás, Tânia então percebe o quanto o Maralto é problemático, e se volta finalmente contra ele: E ELA FUNDA A CAUSA! Eu achei essa cena maravilhosa… no presente, Joana e Natália tentam usar a frustração e a raiva de Glória, depois da eliminação, para convencê-la a recrutar todos os outros eliminados da Seleção de Michele e pressionar o Maralto – embora Glória não entenda o que o Maralto tem a ver com isso tudo, MAS TEM TUDO A VER! Afinal de contas, é por causa do Maralto que o Continente está do jeito que está. Com o fim da Seleção, Michele propõe o começo da reconstrução da Concha no dia seguinte, mas nada será como ela espera… e a Glória, enquanto isso, vai conversar com a Marcela e o André para perguntar se ainda está de pé a proposta que fizeram à Concha.
Agora, ela vai trabalhar para eles.

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