Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom, 2018)



Life finds a way.
“Do you remember the first time you saw a dinosaur?” Três anos depois da estreia de “Jurassic World”, que nos levou de volta para esse universo dos DINOSSAUROS, originalmente apresentado em 1993, com “Jurassic Park”, chega a sua sequência, com o subtítulo: “Fallen Kingdom”. O filme é ESPETACULAR, e um tanto quanto surpreendente, porque eu confesso que não sabia bem o que esperar. O parque temático na Ilha Nublar tinha sido totalmente devastado ao fim do primeiro filme, as pessoas não se aventurariam mais por esse tipo de “diversão”, e o que eles fariam agora? Astutamente, os trailers revelaram pouco sobre a trama, cobrindo apenas o seu primeiro ato, sem contar todas as consequências daquele “salvamento” dos dinossauros na ilha moribunda (okay, à exceção do último trailer). Esse meio da nova trilogia tem MUITA AÇÃO, direção belíssima, visuais incríveis, ótimas atuações…
E muita tensão.
Muito me surpreendeu o SUSPENSE magnífico que foi criado do começo ao fim do filme, em sequências brilhantes como Owen Grady tentando chegar até Blue ou, depois, tendo que fugir da lava quando ainda está meio paralisado; ou a fuga da Ilha Nublar sendo tomada pelo vulcão, com Claire dirigindo aquele carro e os outros correndo no último segundo; ou presos dentro de um caminhão com um T-Rex enquanto precisam tirar sangue dele para uma transfusão; ou a sequência final contra o Indoraptor, que foi de tirar o fôlego! E as coisas mudavam muito depressa durante “Jurassic World: Fallen Kingdom”, precisávamos estar o tempo todo atentos e presos em nossas cadeiras, curtindo a tensão. E, claro, SENTINDO NOJO DESSES HUMANOS DESPREZÍVEIS. Sério, cada vez fica mais evidente o quanto os humanos merecem morrer…
Deixem logo o planeta pros dinossauros!
Acho que o mais impactante desde o começo do filme é que ele tem uma introdução curta, nos mostra apenas o necessário e parte para a ação. Não existe mais toda a majestosa beleza do Jurassic World, não tem aquele momento de alívio em que podemos apenas curtir o espaço. Desde o início eles estão em missão e tudo está sendo destruído, na SEGUNDA EXTINÇÃO dos dinossauros. Os vulcões outrora inativos da Ilha Nublar agora estão entrando em erupção, e se ninguém fazer nada, os dinossauros morrerão novamente. A pergunta é: os dinossauros, que foram recriados pelos humanos, merecem a mesma proteção que outras espécies em risco de extinção? Enquanto muito se discute a respeito disso, o governo não se envolve e algo só começa a ser feito de forma particular, quando Eli Mills, assistente de Benjamin Lockwood, promete resgatá-los e levá-los a um SANTUÁRIO.
E para isso convoca a ajuda de Claire e Owen.
Claire está afoita por fazer algo para salvar os animais, e não pode recusar o convite, e é ela quem convence Owen a ajudar dizendo que Blue ainda está viva, e ela é praticamente “o dinossauro de Owen”, e ele não pode negar isso… assim, o grupo parte para a Ilha Nublar, que está um verdadeiro caos, enquanto reutilizam algumas tecnologias do parque do filme anterior para localizar Blue, com a ajuda de Owen… mas ali as coisas saem de controle. Owen estava conseguindo se aproximar de Blue quando o idiota do Ken Wheatley a atingiu com um sedativo e, depois, ela levou um tiro… tudo o que eu pensava era: SALVEM A BLUE! Mas, para piorar, Wheatley ainda atira um sedativo também em Owen e o deixa caído no meio da mata, incapaz de se mexer, com a lava tomando conta de tudo ao seu redor… e é desesperador! Como tudo no filme.
Mas o fato de Wheatley apenas usar Owen para chegar até Blue mostra que “eles estavam mentindo”. Não havia realmente uma tentativa de resgatar esses dinossauros para levá-los a um santuário, e Mills não estava fazendo isso porque “era bom”, mas porque é um mercenário filho da p*ta que quer se aproveitar dos dinossauros em busca de DINHEIRO, fazendo um horrendo LEILÃO desprezível, e ainda se arriscando a criar uma nova espécie de dinossauro (eles não aprendem que isso não dá certo, né?) como uma máquina de guerra. A revolta é gigantesca, e eu me senti um tolo por ter realmente acreditado que o filme seria sobre salvar dinossauros e levá-los a um santuário… felizmente, mesmo com as cenas desesperadoras na ilha tomada por lava, todos conseguiram se salvar de lá e se infiltrar no barco de volta ao continente.
Grande parte do filme é centrada em salvar a vida de Blue, com a equipe que conta com Owen e Claire tentando fazê-lo por verdadeiramente se importar com os dinossauros, e os mercenários porque têm um uso específico para ela. Enquanto isso, acompanhamos a pequena Maisie, que começa o filme muito mais esperta e independente do que o termina, quando ela grita e corre mais do que realmente age. Ela ouve o plano de Mills e o vê conversando com o leiloeiro Gunnar Eversol, e tenta avisar o “avô” a respeito disso, mas quando Lockwood confronta Mills sobre o assunto, ele acaba assassinado, com aquela dramática cena do cajado caindo e o âmbar com o mosquito se partindo em milhões de pedaços… é mesmo a ruptura com tudo que existia antes, a desumanização final de todos esses personagens. Nosso desprezo pelo ser humano só aumenta.
Essas pessoas são capazes de tudo por dinheiro.
A nojenta sequência do leilão mostra isso muito bem. Quando eles mostram o Indoraptor, por exemplo, que é apenas um protótipo e ainda não está à venda, mas quando as pessoas começam a oferecer quantias altas pelo animal, eles decidem vendê-lo. O Indoraptor é uma experiência doentia de Henry Wu, com base nos experimentos e estudos dos próprios Claire e Owen. Claire que, no filme anterior, autorizou a criação do Indominus Rex, e Owen que provou que um Velociraptor como Blue podia ser domado. Assim, a ideia é aperfeiçoar o Indoraptor com o DNA do Indominus Rex, resgatado na sequência inicial do filme, e o sangue puro de Blue que, felizmente, não é mais puro depois do tiro que levou na Ilha Nublar e da transfusão de sangue que precisaram fazer! Mesmo assim, o protótipo de Indoraptor é brutalmente perigoso.
E ele acaba liberado depois de uma CONFUSÃO que toma conta do leilão, mas eu confesso que ADORO ver aquelas pessoas sofrendo daquela maneira. Particularmente, adorei ver a audácia de Wheatley de tentar arrancar um dente do Indoraptor e ser morto por ele, e não de uma maneira rápida, mas longa e dolorosa, com o animal arrancando-lhe e devorando o braço, e aguardando as súplicas antes de devorá-lo por completo. Logo em seguida vai Gunnar, o leiloeiro, e ficamos esperando pelo momento em que o Indoraptor (ou qualquer um, na verdade) chegará a Mills. Enquanto isso tudo acontece, Owen e Claire vão presos e escapam, é ele quem interrompe o leilão, e encontram Maisie, que automaticamente se sente protegida ao lado deles, depois de ver os vídeos de Owen com Blue, e descobrimos que Maisie é, na verdade, também um clone.
Recriada à imagem da filha morta de Lockwood.
Uma experiência como os dinossauros.
Com todo o leilão e os planos megalomaníacos daqueles seres humanos desprezíveis arruinados, todos ainda precisam se proteger do Indoraptor, que os caça pela mansão em uma sequência que é eletrizante e desesperadora. São vários momentos terríveis e repletos de tensão, até que Blue (!) apareça para proteger Owen, e aquele foi um dos meus momentos favoritos de todo o filme… mesmo assim, também foi um momento que me deixou APREENSIVO, porque eu temi mais que tudo que Blue fosse morrer. O grande ato final está sobre o teto de vidro que sustenta o peso dos humanos, a certo ponto, mas não pode sustentar o peso do Indoraptor, e o plano é justamente isso, fazê-lo cair no salão de exposição de dinossauros. Quando o Indoraptor consegue se salvar, é novamente Blue quem chega para salvar os humanos e derrubar o Indoraptor à morte, empalado por ossos de dinossauro em exposição.
Foi visualmente brilhante!
O final do filme é IMPACTANTE, embora já esperado, com tudo o que tínhamos visto até ali, e deixa o caminho para o próximo filme, em 2021. Os dinossauros estão morrendo em suas jaulas devido à liberação de um gás tóxico, e Claire abre as jaulas, e hesita antes de abrir o portão externo… como Owen diz: se fizer isso, não há mais volta. Claire diz, chorando, que não pode deixar os dinossauros morrerem, mas acaba desistindo de apertar o botão, pois não pode imaginar as consequências de dinossauros vivendo livremente pelo mundo, e era realmente um momento muito difícil… doía ver os dinossauros morrendo daquela maneira, mas era, talvez, a única atitude responsável dessa vez. O certo teria sido levá-los da Ilha Nublar a um santuário, como foi prometido no início do filme, agora já não tinha mais o que ser feito. Mas Maisie, que também é um clone como todos os dinossauros, não consegue deixá-los ali para morrer… e abre o portão.
E agora os dinossauros estão entre nós.
É uma proposta interessante e, como é dito ao final, agora se inicia UMA NOVA ERA, “O MUNDO DOS DINOSSAUROS”, onde humanos terão que aprender a coexistir com esses animais, mas é tudo consequência de seus próprios atos. Fico feliz que Mills tenha sido morto por sua ganância imparável, e que Blue esteja livre e bem, vamos ver como a reencontraremos no próximo filme, pois ela é a protagonista ao lado de Owen e Claire. Não sei o que esperar do terceiro “Jurassic World”, mas acho que eventualmente os humanos estarão vivendo como os Flintstones os papéis se inverterão, e enquanto os dinossauros tomam conta de todo o planeta, os humanos terão que se refugiar como podem em ilhas, em “parques”, e os números se reduzirão drasticamente. Mas foi apenas a própria ganância e irresponsabilidade dos humanos que causou isso.
Então eles merecem.
Filme sensacional em todos os sentidos, críticas seriíssimas à nossa sociedade doentia!


Para a review de “Jurassic World”, de 2015, clique aqui.


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