Carinha de Anjo (2018) – Uma festa à Madre Superiora

“Eu não queria fogos de artifício, mas um abraço seria bom, né?”

Faz muito tempo que não venho ao blog comentar “Carinha de Anjo”. Acontece que a novela se perdeu TANTO em sua caminhada que a vontade de acompanhá-la diminuiu significativamente, e por muito tempo ou eu não assisti, ou vi um ou dois capítulos por semana. Um roteiro arrastado, falta de carisma nos personagens principais, ainda bem que temos momentos deliciosos protagonizados por Francielly e Silvestre, ou pela Rosana como Super Prática, a Fátima e o Cristóvão (que eu amo!), a Irmã Fabiana e, claro, a Madre Superiora! Na verdade até a trama do Adolfo, que veio diretamente da versão original mexicana, mas que me pareceu bem estranha quando começou, agora já tomou rumos mais leves e divertidos que se tornaram mais interessantes… mas infelizmente temos tramas bem sofríveis tomando grande parte da produção.

É o caso de Gustavo e Cecília e uma história de separação que dura semanas inteiras, e que quando parece que chegou ao fim, é desenterrada de algum lugar. O pior de tudo nessa trama é que eu não gosto do Gustavo, então eu não consigo me importar para valer com o seu sofrimento nem nada. Tampouco aprovo a atuação de Bia Arantes quando ela está sofrendo, e embora ela tenha tido ótimos momentos como uma fofa Irmã Cecília/Cecília, ela nunca soube atuar em momentos de tristeza e sofrimento… portanto, não há paciência que aguente vê-la chorar. Agora, com o divórcio iminente, eles estão fingindo para “poupar” a Dulce Maria, e vai saber onde isso vai parar! De todo modo, me pergunto sobre a sua gravidez? Se eles quiserem que os bebês da Tia Perucas e da Cecília nasçam juntos como na versão original, cadê a gravidez da Cecília?

Anyway.

Vamos falar de coisa BOA. Uma das tramas mais divertidas dos últimos tempos foi ver Silvestre e Francielly finalmente assumindo o que sentem um pelo outro, se beijando e começando um namoro para lá de divertido, embora nos questionamos se ele pode mesmo dar certo. Eu espero que sim e que o roteiro não volte atrás, porque Ribeiro não merece a Francielly, muito menos a insuportável da Solange o Silvestre, embora eu ache que isso não vai acontecer, já que Solange já está lá em outra com o Pascoal. De todo modo, as cenas do namoro de Silvestre e Francielly são divertidas, e muito mais ainda quando ela acaba descobrindo que a Madame Zoraide Aparecida era, na verdade, um disfarce dele… bem, a Rosana e a Tia Perucas estão ali, tentando interceder por esse casal, mas parece que a Francielly está furiosa demais para ouvir por enquanto.

Uma trama que pouco acompanhei (e não planejo voltar a ela) é a da chegada do Adolfo. Vi uma infinidade de cenas do velho rabugento, da sua convicção de que Gustavo “empurrou sua filha para a morte”, e da tentativa de incriminá-lo por assassinato, mas eventualmente ele sucumbiu… a Dulce Maria até foi até ele disfarçada de enfermeira (no melhor estilo “Desventuras em Série”!), e quando ele passou mal durante uma briga na mansão, ele acabou ficando morando ali, protagonizando várias cenas que, surpreendentemente, acabaram se tornando cômicas. Do tipo ele fazendo seu próprio sanduíche e comendo enquanto comenta “Adolfo não fez nada, não!”, com a casa pegando fogo por causa da Cecília indo embora sem avisar o Gustavo. É bom ver essa mudança, e ver a pequena Dulce Maria conquistando o coração gelado do avô…

Atualmente, eles protagonizam cenas bem fofas.

Por fim, A MADRE SUPERIORA. A Madre Superiora é uma personagem fortíssima e brilhantemente interpretada por Eliana Guttman, que ganhou os nossos corações mais a cada momento – embora eu a AME desde o primeiríssimo capítulo. A Madre se transformou ao longo de “Carinha de Anjo”, mas sempre de forma muito natural, e eu não acho que ela jamais esteve errada. Ela sempre foi muito durona e severa, sim, mas exatamente como ela tinha que ser. Na primeira fase da novela, por exemplo, ela deu broncas que precisavam ser dadas, ela impôs limites, e ela tratou com firmeza a Cecília porque, na época, ela era uma noviça, e certas coisas precisavam ser feitas… mas ela sempre apoiou suas decisões, vide a força que lhe deu quando Cecília tomou a decisão de deixar o hábito e lutar por sua felicidade. A Madre Superiora sempre foi muito SÁBIA!

Ainda acho que Cecília devia ter entrado COM ELA no casamento!

Às vezes, algumas pessoas não sabem reconhecer isso nela. Eu SEMPRE A AMEI, sempre, porque eu amo a forma humana e inteligente como ela lida com as coisas. Ela é experiente, dedicada, e sempre agiu segundo as suas crenças, e aprendeu demais ao ouvir as novidades de Fabiana e as travessuras das garotas. Foi com muito pesar que eu vi o início da trama da doença da Madre Superiora, e eu temi que a personagem viesse a morrer, ainda mais pensando na morte de Libertad Lamarque, que interpretou a Madre em “Carita de Ángel”, mas aquilo foi algo que naturalmente forçou a retirada da personagem da novela (em um “retiro espiritual”), mas não era algo que precisava acontecer no Brasil… felizmente, ela passa bem. Depois de muita teimosia, de resistência a tirar o véu e o hábito, e conselhos das irmãs e do Padre Gabriel, ela se submeteu a uma cirurgia e está salva.

Foi emocionante vê-la voltar ao colégio, trazida pelo Padre Gabriel, e lamentando que, aparentemente, a Irmã Fabiana não falou para ninguém sobre o seu retorno: “Eu não queria fogos de artifício, mas um abraço seria bom, né?” A festa em sua homenagem é belíssima, e conta com emoção sincera nos olhos de todos, uma música da Frida e muitos abraços carinhosos, e eu devo dizer algo: se eu encontrasse Eliana Guttman na rua, eu mesmo ia querer dar-lhe um gostoso abraço, porque é isso o que ela sempre transmitiu como a Madre Superiora: paz, firmeza, sabedoria… ela é uma personagem ADORÁVEL, provavelmente a minha favorita em “Carinha de Anjo”. Agora, ela anuncia novidades no colégio… a primeira delas é a liberação da tecnologia e modernização da escola. A segunda, que ela ainda mantém em segredo, é que Irmã Fabiana se tornará FREIRA.

Isso vai ser emocionante!

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