Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi (Star Wars: The Last Jedi, 2017)


Like always: “May the Force be with you!”
É com muita FORÇA que “Star Wars” retorna para o seu oitavo episódio. Para mim, esse é um dos melhores filmes da franquia. Claro que sempre teremos clássicos deliciosos como “O Império Contra-Ataca”, e alguns filmes ficam eternamente marcados, como “A Vingança dos Sith”, que ainda é o meu favorito, mas “Os Últimos Jedi” pode ser uma boa marca dessa nova trilogia, essa nova era de Star Wars. Aqui, o novo elenco apresentado em “O Despertar da Força” se une intensamente com o elenco original do qual nos despedimos em “O Retorno de Jedi”, e isso dá um novo fôlego impressionante à franquia. Amo as sequências de ação, amo o ritmo do filme, e amo como eles avançam parcialmente a história, ainda segurando o suspense para o Episódio IX, o grande desfecho da Nova Trilogia. Grande parte da força de “Os Últimos Jedi”, no entanto, está nos seus personagens.

A alma de “Star Wars” segue viva e intacta, a meu ver. Eu gosto muito de como a direção se preocupa em detalhes que não estão apenas expostos na maneira como o título ou a sinopse é apresentada no início do filme, exatamente como aconteceu em 1977 pela primeira vez, com as letras azuis para “A long time ago in a galaxy far, far away…” e o logo amarelo, com a trilha clássica, os três parágrafos que nos jogam de volta dentro da história. Não, a direção se preocupa com isso durante TODO O FILME, e me chamou a atenção as transições de cenas com efeitos bastante comuns, usados desde o Episódio IV, e isso garante a sensação de que estamos assistindo o mesmo que assistimos há tanto tempo. Segundo a introdução de “Os Últimos Jedi”, a Resistência foi exposta e a Primeira Ordem se prepara para atacá-los, enquanto eles organizam uma fuga, comandados pela General Leia.
Você acha que conhece e entende do que se trata o filme, até que um ataque de Kylo Ren mude toda a trajetória do filme. É importante o foco dado pelo roteiro ao fato de Kylo ter hesitado em matar a mãe, Leia, diferente do que fez com Han Solo no último filme, porque isso dita a sua relação com Rey ao longo do filme, e eu acho que desempenhará um papel importante na finalização da trilogia. Quando a General Leia, viva, mas abatida, é colocada em recuperação, a Comandante Holdo assume a sua posição, lidando com possíveis levantes como de Poe, que quer “explodir coisas”, enquanto Finn tenta escapar em busca de sua amiga Rey, mas é impedida por Rose. Conhecendo-se da maneira mais estranha possível, os dois se tornam cúmplices interessantes que tentam encontrar uma maneira de impedir a Primeira Ordem de localizá-los toda vez que viajam em velocidade da luz.
Gosto muito da trama de Finn e Rose pelo universo, em busca de um decodificador, o que os leva para outros planetas e para um cassino bizarro e uma fuga louca. São cenas excelentes que expandem ainda mais o universo de “Star Wars”, mostrando crianças escondidas que reconhecem o símbolo da Rebelião. Eles formam uma bela dupla, e até se sairiam bem se não fossem traídos por um ladrão/decodificador que os entrega diretamente para a Primeira Ordem, que é quando reencontramos a Capitã Phasma, em sua armadura brilhante e cromada de Stormtrooper. Eles teriam sido vaporizados pela Primeira Ordem sem pensar se não fossem indiretamente salvos por Kylo Ren e Rey em uma batalha épica por um sabre-de-luz, em uma das MELHORES CENAS de todo o filme… na verdade, Kylo Ren e Rey protagonizaram a melhor parceria desse filme!
Tudo começa quando Rey vai para a Ilha atrás de Luke Skywalker, como vimos no fim de “O Despertar da Força”. Estamos de volta a esse mesmo momento, e Rey pede que ele a ensine, que ele a treine no Caminho Jedi, e ele constantemente se recusa a fazê-lo, mesmo que Rey e Chewbacca insistam para que ele mude de ideia. Achei muito bonita a maneira como Luke Skywalker é convencido a colaborar pelo R2-D2, que lhe mostra um antigo vídeo da Princesa Leia, lá da Trilogia Clássica, quando ela implorava pela ajuda de Obi-Wan Kenobi. Da mesma maneira como não queriam que ele os falhasse na época, Luke Skywalker é a esperança de Rey e da Resistência nesse momento, e ele não pode ignorar isso. Então ele começa a ensinar Rey sobre os Caminhos Jedi e o uso da Força, e o que ela é, de fato. E Rey é uma aprendiz bastante peculiar.
Luke Skywalker chega a duvidar dela, e com isso, eu também duvidei, em algum momento. A maneira como ela brande um sabre-de-luz pareceu bastante arrogante, e a maneira como ela não teme a escuridão é perigosa. Mas essa falta de medo de Rey é uma coisa boa, e o momento em que ela se entrega à escuridão da Ilha é um dos mais chocantes do filme. Estive apreensivo durante a sequência inteira, achando que descobriríamos mais sobre o passado de Rey e seus pais… me incomoda que ela não tenha um sobrenome. E eu ainda não acredito naquela história que Kylo Ren contou sobre como “seus pais não eram ninguém”. Acho que ainda haverá uma grande revelação para o Episódio IX. De todo modo, outro ponto importantíssimo é a maneira como a Força conecta Rey a Kylo Ren, e as experiências sensate que eles compartilham durante o filme todo.
São cenas excelentes. Muito me intriga essa conexão, e eu estava louco para ver aonde isso nos levaria. O episódio é surpreendente ao explorar um pouco o passado de Kylo Ren como Ben Solo, talvez um pouco como vimos a transição de Anakin Skywalker em Darth Vader. Não é tão impactante quanto, mas conhecemos Ben Solo como um aprendiz de Luke Skywalker, e duas versões do fato: Kylo Ren fala sobre como Luke tentou matá-lo, e foi então que Kylo surgiu de Ben. A versão de Luke é levemente diferente, mas é apenas uma questão básica de ponto de vista. A cena aconteceu toda como Kylo Ren descreveu a Rey, ainda que tenha manipulado e forçado um pouco as intenções. Luke sentiu a escuridão dentro do sobrinho e a temeu, e por um segundo, nada mais do que isso, pensou mesmo em matá-lo. Mas então ele voltou atrás, e era tarde demais.
Kylo Ren já tinha nascido.
Assim, pela conexão que compartilha com Kylo, Rey deixa a Ilha sem Luke Skywalker, e decide que Kylo Ren é a última esperança da Rebelião. Ela acha que ainda há esperança de resgatar Ben Solo, e é uma trama bonita e muito bem escrita! Amei a cena com o Líder Supremo Snoke, quando Kylo consegue enganá-lo mesmo que esteja dentro de sua mente, e consegue matá-lo. Com Snoke morto, Kylo e Rey lutam lado a lado contra as forças do Império, e eu confesso que É ESSA PARCERIA QUE QUERO VER. Fiquei o tempo todo apreensivo, preso no mistério de que quem levaria quem ao outro lado. Kylo ou Rey? Kylo chega a oferecer a Rey que eles comandem juntos, que ela se liberte de terminologias como “Primeira Ordem” e “Resistência” e fique ao seu lado, pois essa é a única maneira, e ela se recusa. Ali, temos uma luta mental pelo sabre-de-luz, e vou dizer: WOW!
Minha cena favorita no filme.
O grande clímax é muito bem construído, partindo depois que o sabre-de-luz quebrado reverbera salvando a vida de Finn e Rose, e leva a Resistência a um planeta remoto que é, eventualmente, atacado pela Primeira Ordem, sob o comando de Kylo Ren. Luke Skywalker, por sua vez, recebe a visita de Yoda (!), aquela fofura que tem coisas sábias a dizer, para fazê-lo ver que ele precisa ajudar Rey e a Rebelião, e que “os ensinamentos Jedi” da Ilha são apenas uma pilha de papéis velhos. Então Luke está presente para uma grande batalha final contra o sobrinho, depois de se despedir da irmã em uma cena emocionante. Amei a sequência Luke Skywalker versus Kylo Ren, e ali Luke deixa claro que ele não era o último Jedi. Que o Caminho Jedi não morrerá com ele. Enquanto ele se sacrifica em prol da Rebelião, Rey consegue ajudar os sobreviventes a escaparem, com a Força.
A Rebelião?
A Rebelião VIVE, sempre em novos rostos, como as crianças que Finn e Rose encontraram.
Estamos construindo uma EXCELENTE trilogia desde 2015. Ansioso por 2019!


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P.S.: Ah, e não podemos deixar de dizer que o BB-8 segue sendo a estrela da Nova Trilogia. QUE FOFURA! <3

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