Dark 1x03 – Gestern und Heute (Passado e Presente)


“O que sabemos é uma gota. O que não sabemos é um oceano”
AH, E FINALMENTE SABEMOS O QUE TINHA NAQUELA CARTA. Quer dizer, ela ainda não foi oficialmente lida nem nada, mas quando os caminhos de Mikkel Nielsen e Ines Kahnwald se cruzam em 1986, nós podemos ter uma clara noção do que a carta diz. Estamos, agora, em 1986. Nada de Jonas, ou dos personagens que conhecemos em 2019. Temos Mikkel, e versões desconhecidas de Ulrich e Katharina, por exemplo, e uma grande leva de personagens com quem ainda teremos que nos acostumar. É quase como um recomeço, um segundo “Piloto”. É confuso estarmos de volta a não conhecermos bem ninguém, mas também é intrigante. Sigo amando o tom mais dark da série, com cores bem escolhidas, uma trilha sonora impactante, e um tom de suspense que muito me agrada. E, como eu disse, agora as peças ameaçam começar a se encaixar.
Embora ainda tenhamos uma nova leva de mistérios.
5 de Novembro de 1986, faz quatro semanas que Mads Nielsen desapareceu, e Mikkel ainda está tentando entender tudo. As suas cenas são ótimas, e eu fiquei com dó do pequeno procurando a mãe na escola e o pai na delegacia. Ele ainda não sacou que voltou no tempo. Também é muito interessante a “brincadeira” do roteiro de colocá-lo para encontrar justamente o grupinho de Katharina, e ela parece bem babaca, devo dizer. Também os comentários como de Tiedemann, que “Ulrich não trabalha ali e nunca trabalhará”. É ali na delegacia, com Mikkel totalmente perdido, que as coisas mudam… ele pergunta que dia é, e que ano. 1986. Só imagino o desconcerto, embora esteja achando um MÁXIMO! Gosto de como Mikkel procede, de como é espertinho, com o Rubik’s Cube, o telefone e o isqueiro, e como olha para as matérias sobre Mads Nielsen…
Em meio a isso, ainda temos outros mistérios, como as 33 ovelhas mortas, o tipo de coisa que não costumava acontecer em Winden, e Claudia Tiedemann, que assumia a chefia da Usina, que ainda funciona, embora com muitos segredos, como aqueles barris amarelos, como de Chernobyl. Sobre as ovelhas, parece que uma delas pode ter entrado em pânico e causado isso a todo o rebanho, e uma informação temos: os tímpanos estourados. A mesma coisa aconteceu com a vítima misteriosa em 2019. Charlotte, desde então, já “investiga” os pássaros mortos, desenha-os, e guarda alguns em seu freezer, junto com a comida… uma das melhores cenas do episódio? Certamente a CHUVA DE PÁSSAROS MORTOS. É bem macabro, mas eu adorei aquilo tudo… é ali que as luzes piscam em toda Winden, como aconteceu em 2019, e é quando Mikkel tenta voltar para casa.
Acontece que é Ines, a “enfermeira sem família”, quem cuida de Mikkel. Ela o leva ao hospital, limpa suas lágrimas, pede que ele não chore mais, e tenta fazer com que ele diga seu nome. Ela é um amor, mas Mikkel não está a fim de falar, ainda inseguro e confuso, quiçá assustado. Enquanto ela fala com ele, ele mal parece escutar, com o olhar vidrado e distante, mas ele diz, eventualmente: “Eu venho do futuro”. Não que Ines vá acreditar nele. Por isso, quando as luzes começam a falhar, causando certo caos, ele pensa em escapar. Foi um desespero vê-lo correndo de volta à floresta, de volta à caverna, na esperança de que ela pudesse levá-lo de volta para casa, para 2019. Eventualmente, no entanto, as luzes se firmam, tudo volta ao normal, e a única chance que Mikkel tivera é perdida. Ele continua em 1986, onde provavelmente virará Michael.
“Filho” de Ines Kahnwald.
O título do episódio, “Passado e Presente”, é brilhantemente representado nessa sequência final. Ali, com a tela se dividindo entre 1986 e 2019, os personagens são apresentados, nos dois tempos, para que entendamos quem é quem, e para que vejamos a semelhança de suas cenas, no passado e agora, 33 anos depois. Como Ulrich… mas o que mais me arrepiou foi a sequência das Cavernas de Winden, quando Ulrich e Mikkel estavam próximos demais. Ulrich investigando, Mikkel tentando voltar embora e caindo, e um escuta o outro, de alguma maneira. Mikkel escuta o pai bater numa porta, Ulrich escuta os gritos do filho, mas é próximo e distante demais. Juntos no lugar, mas separados no tempo, como disse Alexandre Vidal Porto. E então os dois conseguem sair da caverna, mas igualmente separados. Mikkel em 1986. Ulrich em 2019. Que cena linda, embora desesperadora.
Quero mais.


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Comentários

  1. Sem palavras pra está série. DARK é uma série muito bem produzida, em um estado de tempos diferentes. Muito bom...

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