This is Us 1x16 – Memphis


“You deserve everything, Randall. My beautiful boy. My son”
Que episódio forte, que despedida arrebatadora, que série maravilhosa. This is Us é uma das melhores produções dos últimos anos, e tem um dom impressionante de nos emocionar a cada episódio, e de nos deixar aos prantos. Com incrível sensibilidade e um roteiro impecável, Memphis nos leva a despedir-nos de William, e ninguém achou que seria fácil. Com um episódio inteiramente voltado para ele, um dos personagens mais queridos da série faz sua última aparição, pelo menos por enquanto, mas deixa uma mensagem lindíssima e será para sempre guardado em nossos corações. No presente, temos Randall levando o pai para uma viagem a Memphis, onde ele passou grande parte de sua vida. No passado, temos a história de William ao longo dos anos, e temos o prazer de conhecer aquela mãe maravilhosa. Foi tudo de um bom-gosto impressionante e de um cuidado…
A motivação do episódio é Randall decidir que quer fazer uma viagem a Memphis com o pai, e Beth não quer que ele faça isso, porque William está fraco, e o próprio Randall acabou de se recuperar de uma perigosa crise. Mas eles conseguem, e lá estão eles no carro, para um episódio DELES. “Just drive, son, we’ll get there. Just drive”. Ali eles conversam, ali eles se divertem, ali eu acho que eles se conhecem melhor do que nunca ao mesmo tempo em que se despedem. Tivemos uma abundância de cenas lindíssimas, como o Randall falando sobre Jack com William, de sua risada, e quando eles passam por um parque, William pede que Randall pare o carro porque ele quer “conhecer seu pai”, e é uma cena muito tocante e muito bonita. Ele se senta em um banco e conversa com Jack, agradece por tudo o que ele fez por Randall… e nós já começamos a chorar.

“Thank you. For doing what I couldn't. For raising him to be the man he is. I'm sorry I didn't get a chance to meet you, brother. I would have liked to have heard that laugh. I would have liked to have met my son's father”

Foi, também, muito bom conhecer melhor William, mais do que conhecemos através dos flashbacks do ponto de vista da Rebecca – porque a história de William também é linda. Temos ele bebezinho quando o seu pai, no exército, morreu. Temos a belíssima e já emocionante despedida dele e de sua mãe quando ele estava partindo para Pittsburgh, onde poderia começar sua nova vida, se dedicar à música. E É UMA MÃE FOFA DEMAIS. Adorei a carta dela, adorei a maneira como o William era diferente do primo, como se dedicava à música e recusava as drogas veementemente, e ele estava fazendo muito bem em se dedicar à sua música. Vide aquela cena em que a banda canta uma de suas composições, e é uma longa e belíssima cena. Mais uma vez ele recusa sair com o pessoal depois do show, e um telefonema de sua mãe muda tudo.
Ele retorna para Memphis, ver a mãe, e nunca mais vai a Pittsburgh.
As cenas se desenvolvem em um paralelo cuidadoso e terno. As informações se completam. Temos as memórias, que realmente funcionam de uma forma engraçada, e o sentimento quando William olha para a porta da casa de onde cresceu com sua mãe. Temos o seu “tesouro” escondido na parede (“My treasure. Two toys and three quarters”) – quase não aguentei o William brincando com o carrinho no carro do Randall! E ele reencontrou o primo Ricky, que estava com raiva dele porque ele nunca retornou – “I know who you are. Get the hell out of my club”. Mas ele não retornou porque MUITA COISA aconteceu quando ele voltou para ver sua mãe. As cenas em casa foram lindas demais, e quando ele saiu de casa para pegar o ônibus, foi quando ele conheceu Laurel, a mãe de Randall… foi lindo rever aquela cena do ônibus.
Tudo tão comovente, completo, bonito.
Ela chegou a conhecer a mãe doente de William, e foi ela quem se envolveu com drogas primeiro, quando William ainda se recusava a usá-las, e as últimas cenas da mãe de William foram de PARTIR O CORAÇÃO. Então ele partiu para as drogas, com a tristeza e a influência da namorada. Por isso não voltou para tocar com o primo. Mas agora, mais de 40 anos depois, ele está ali. Em sua última noite bem, de saúde, ele toca mais uma vez, e aquilo nos arrepia, certamente. Randall está tão feliz, tão emocionado (“EVERYBODY GETS A COUSIN!”) e ele falando com a Beth no telefone foi lindo… mas o dia seguinte trouxe a doença com tudo, trouxe o Randall levando William ao hospital, e a notícia devastadora: “Your father is not leaving this hospital”. William tinha algumas horas de vida, talvez um dia, não mais do que isso.
E Randall estava sozinho.

“You deserve it. You deserve the beautiful life you've made. You deserve everything, Randall. My beautiful boy. My son. I haven't had a happy life. Bad breaks and... bad choices. A life of almosts and could-haves. Some would call it sad, but I don't. 'Cause the two best things in my life... were the person in the very beginning... and the person at the very end”

Foi com muitas lágrimas que recebemos esse belíssimo discurso, e foi com essas palavras e com a entrega dos poemas que fez para Randall ao longo da vida que William se despediu, deixando-nos com um vazio gigantesco. Doloroso. A trilha sonora nos arrebatou, e tivemos um apanhado emocionante de cenas repletas de significado. Várias da mãe de William com o filho ao longo dos anos. E com Randall segurando o rosto do pai com as duas mãos e pedindo para que ele respirasse, exatamente como Jack fazia com ele, William morreu, mas teve um momento incrível de encontrar a mãe depois da morte – o mais emocionante abraço. E Randall, no carro, voltou para casa sozinho, destruído, com a janela aberta e a música tocando, pensando no pai… foi uma das cenas mais tristes que This is Us já produziu, certamente.
Ah, os patos!

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