The Leftovers 2x01 – Axis Mundi

Eu é que não queria morar em Miracle, não. Valeu pelo convite.

A segunda temporada começou com muita cara de Piloto: embora nós tivéssemos um quê da premissa passada, a proposta era bem diferente, e o novo estilo me fez quase acreditar que eu estava vendo outra série, um spin-off talvez – novos personagens, locais, uma cidade “milagrosa” na qual ninguém desapareceu naquele dia fatídico. Se começou com cara de Piloto, começou com cara de Piloto muito bom! Eu sou nostálgico, eu sou apegado; eu senti falta dos personagens e dos lugares. Senti falta dos GR, senti falta do desespero do desaparecimento, senti falta de algumas coisas. Mas ao mesmo tempo, todo o enigma e as possibilidades que a cidade de Miracle trazia eram fascinantes e intrigantes. Porque esse episódio nos encheu de novos mistérios, novas perguntas, e eu gostei desse estilo bem misterioso que nos deixa intrigados em relação a uma longa série de eventos. E quando os personagens conhecidos começam a reaparecer…

…bem, digamos que foi gostoso tê-los de volta, mesmo que brevemente!

Miracle é uma cidadezinha nos Estados Unidos na qual ninguém desapareceu – quando eu li a sinopse para a segunda temporada, eu imaginei um lugar todo feliz e em paz, repleto de fanáticos religiosos dizendo que tinham sido salvos. Bem, é mais ou menos isso, mas a bizarrice do lugar e sua faceta assustadora e macabra não é nem um pouco velada. O “Piloto” deixa muito clara toda a escuridão que cerca o lugar, que não está fantasiado de um mundo perfeito. Ele é perfeitamente assustador. Quando mudanças foram anunciadas para a segunda temporada, eles estavam falando sério! O tom da série está diferente, e está perfeito. Eu adorei o tom constante de mistério que levantou zilhões de perguntas, e The Leftovers provou que consegue ser perturbadora de uma maneira completamente diferente. De quantas maneiras essa série consegue nos deixar perturbados? Sério! Parece um ótimo começo para um segundo ano memorável.

Embora eu tenha ADORADO e MUITO o primeiro ano!

Toda a longa sequência inicial ainda não foi explicada, e faz parte do mistério da segunda temporada – o nascimento de um bebê, a morte da mãe após ter lutado com uma cobra, todo um trecho bem forte que foi trocado por algo que parecia mais atual: garotas nadando no lago, umas provocações, e uma garrafa de água daquele rio cuja ênfase nos deixou completamente intrigados. O QUE TINHA NAQUELA ÁGUA? Se é que tinha alguma coisa… mas do mesmo jeito: QUAL ERA DAQUELA TORTA DE MAÇÃ? Intrigante também no lago é o aviso dizendo que apenas moradores podem nadar ali, não visitantes. Por quê a ênfase, novamente? Tem também aquele misterioso cara na praça que parece não descer do alto daquela estrutura, tem as garotas misteriosamente correndo nuas pelo bosque, aquele som constante na casa dos Murphy, e o passarinho que sai voando vivo da caixa fechada e enterrada na qual estava.

Oi?

Bem, isso tudo e a pergunta que não quer calar de maneira nenhuma: POR QUE NINGUÉM SUMIU EM MIRACLE? Sabendo desse aparente “milagre” é que Matt Jamison chega com a esposa na cidade, e foi o primeiro rosto conhecido que vimos. Muito bom vê-lo novamente! Mais tarde, Kevin Garvey se muda para a casa ao lado dos Murphy, trazendo consigo Nora, Jill e o bebê nascido na primeira temporada – foi bom ver a família novamente, mesmo que eles tenham tido uma participação breve. Aquele comentário que Kevin fez em relação ao sofá dos Murphy, que eles tinham um exatamente igual… bem, aquilo foi alguma coisa, não foi? Eu ainda estou esperando os demais atores que retornarão para a segunda temporada, como Chris Zylka, até mesmo para conhecermos em que patamar anda a história desses personagens. E para misturar um pouquinho de rostos conhecidos nessa interessante nova mistura que a série está propondo!

Os mistérios continuam e fecham um excelente final para esse primeiro episódio da segunda temporada – durante o jantar dos Murphy com a família de Kevin, Evie Murphy tem um momento “fora do ar” que é no mínimo perturbador. Depois um misterioso terremoto toma conta da cidade, fazendo a família perceber que Evie ainda não retornou, e não atende ao telefone. Meu primeiro pensamento? AS MENINAS DESAPARECERAM! Mas não é simples assim. O carro está abandonado perto do rio, trancado e com os celulares lá dentro, e até a água desapareceu! Assim como, aparentemente, as meninas. Talvez o Arrebatamento seja mais violento em Miracle. E qual é a de Erika na casa, de novo com aquele som misterioso? Eu sei que as coisas foram ótimas, eletrizantes e um tantinho perturbadoras. Miracle não é uma cidade bonita, uma cidade legal, um paraíso – as coisas são estranhas, obscuras. Me dá certa agonia pensar em ficar ali.

Mas agora: qual é a dessa cidade? O que está acontecendo? E por que ninguém sumiu?

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