Jogos Vorazes: A Esperança – O Final


“You love me.Real or not real?”
Eu estava tão ansioso, e foi um filme tão bom! Mas me deixou com o mesmo sentimento melancólico que o livro me deixou quando eu terminei de lê-lo, e voltei a prestar atenção em alguns pequenos detalhes e leituras possíveis dentro da obra, e realmente tudo se tornou mais uma vez incrivelmente fascinante – acho que o filme apresenta uma quantidade menor de cenas tão memoráveis que a primeira parte, no entanto trata-se de um belíssimo filme que finaliza a história de Katniss Everdeen e de Panem de uma maneira brilhante! Com uma narrativa pesada, cores muito escuras e sem esperança, e uma história política muito bem finalizada, o filme fecha a saga ligando todos os pontos, deixando a trama bem concluída, mas você percebe o tom melancólico de uma distopia, que não abandona a produção mesmo em seus últimos minutos. Afinal, nós não podíamos esperar um final verdadeiramente feliz e colorido para Jogos Vorazes, não depois de tudo pelo o quê todas aquelas pessoas passaram!
A narrativa retoma mais ou menos do ponto onde o outro filme nos deixou, quando Katniss ainda estava sem voz e com umas marcas roxas horríveis no pescoço por conta da tentativa de Peeta de matá-la, depois de ter retornado da Capital com a mente alterada, telessequestrada. E é tão angustiante vê-lo dessa maneira! Primeiro, é deprimente/assustador ver o pavor que ele tem de Katniss, como quando Prim aparece para conversar com ele e ele começa a dizer aquelas coisas horríveis para ela sobre a irmã, enquanto Katniss escuta tudo e diz que aquele não é o Peeta. São momentos de puro desespero! Mas depois é uma agonia e uma pena crescente quando nós percebemos, a cada cena, como Peeta está realmente sofrendo com tudo aquilo, e quando eles estão prestes a ser atacados e ele estava se balançando e batendo a cabeça contra a parede, visivelmente perturbado, nós ficamos razoavelmente perturbados também!
O filme mostra uma última empreitada de Katniss como o Tordo, em missões que garantem a ação do filme e toda a agilidade da narrativa que nos mantém presos e admirados – apreensivos. Com ação incrível e efeitos especiais muito bem feitos, nós temos cenas realmente muito boas, como aquelas bombas espalhadas pelos Distritos onde eles estão tentando gravar os vídeos de promoção da Revolução, ou aquela cena em que o líquido preto toma conta de toda a “cidade” e é perfeitamente desesperadora – especialmente porque temos mais um surto de Peeta tentando matar Katniss. Mas Katniss, ao longo do filme, está ainda com seus discursos e recusando-se a tornar-se uma mártir, sempre lutando e seguindo os seus próprios planos, que é tudo o que mais nos encanta! Afinal ela, felizmente, não se submete às ordens da Presidente Coin e continua com o seu único propósito, que é matar o Presidente Snow, e conseguindo seus próprios seguidores ao longo do caminho, enquanto Peeta tenta retornar a ele mesmo…
A Esperança – O Final tem uma carga emotiva muito grande. Nós nos seguramos à cadeira e roemos um pouco (ou muito) das unhas tentando controlar a ansiedade por alguns segundos, mas é basicamente impossível. Uma longa sequência com trilha sonora limitadíssima e um quase absoluta silêncio nos guia ao mais terrível ataque de Bestantes ocorrido na franquia, e eles me lembraram os Inferi na Gruta com a Horcrux falsa de Voldemort! Uma pena que eles tenham culminado na morte de Finnick Odair, porque foi doloroso vê-lo partir, especialmente quando ele tinha a chance de ser feliz, tendo se casado com Annie… falando em seu casamento, foi triste ver a Katniss toda pra baixo na cerimônia do casamento, mas entregando-se à cena da dança, onde ela pode dançar com a irmã, e abraçar a Prim de uma maneira tão bonita e carinhosa que deixam o profundo amor que ela sente pela irmã perfeitamente visível… especialmente porque nós sabemos o que ainda estava para acontecer com Prim.
E é de partir o coração, uma cena fortíssima e triste…
Quando Katniss volta ao Distrito 12, encontra o gato e DESMORONA na frente dele! L
Durante todo o filme, nós acompanhamos a construção de uma nova sociedade tão corrupta e opressora quanto a anterior, e Katniss se dá conta totalmente disso quando a Presidente Snow ordena aquela terrível morte das crianças da Capital, consequentemente explodindo Prim também! E é o momento em que ela desfaz qualquer laço com Gale, e isso foi excelente… mas o filme me fez lembrar O Estado e a Revolução (eu estava lendo essa semana para a prova do mestrado), porque de nada valia tirar o governo do Presidente Snow sem qualquer tipo de transição, uma vez que a Presidente Coin era tão ruim quanto, e estava disposta a implantar exatamente o mesmo tipo de governo revoltante! Por isso foi tão prazeroso assistir à cena em que Snow está para ser assassinado em praça pública por Katniss, mas ela atira em Coin como se seu coração fosse uma maçã na boca de um porco… nada no filme foi tão recompensador quanto vê-la caindo, morta, naquela cena final, enquanto Snow era morto pela multidão…
O filme também busca questionar com quem Katniss terminará, com Gale ou com Peeta, embora para mim nunca tenha parecido haver dúvidas – você pode checar nas minhas postagens sobre os livros, de alguns anos atrás. Todo o relacionamento de Katniss e Peeta é belíssimo de se assistir! Quando ele começa a conversar com ela, se abrir, falar sobre a Capital, e o jogo do Verdadeiro ou Falso se inicia, meu coração simplesmente pula… depois nós temos uma variedade de outras cenas belíssimas dos dois, ainda com o jogo, ou com ela falando sobre as coisas que ele gosta, ou aquela maravilhosa sequência que se seguiu ao ataque dos Bestantes, quando ele acha que não vai conseguir e ela lhe traz de volta, segurando seu rosto, lhe dando um beijo e pedindo: “Stay with me”. Ao que ele responde, citando Snape: “Always”. Simples, mas poderoso! E isso eu gosto no romance de Jogos Vorazes: é simples, talvez rápido, mas é intenso demais, forte e convincente demais. Eles se amam e precisam um do outro, inegavelmente.
Por isso é emocionante o “You love me. Real or not real?” “Real”.
E aquele epílogo no futuro, com aquelas duas crianças e o renascimento da esperança!

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