Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania, 2023)

“It’s a secret universe… beneath ours”

Chegou a hora de iniciarmos a Fase 5 do Universo Cinematográfico da Marvel (que contará com seis filmes entre 2023 e 2024 e algumas séries, dentre elas “Secret Invasion” e a segunda temporada de “Loki”), e embora “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” continue falando abertamente sobre o Multiverso e apresente Kang como um dos grandes vilões futuros da Marvel, o filme é razoavelmente contido em si quando se volta para o Reino Quântico, como uma aventura meio mirabolante, mas visualmente interessante. É um grande filme da Marvel? Infelizmente, não. Ainda assim, funciona como uma aventura despretensiosa e tem a sorte de ter personagens carismáticos como o próprio Scott Lang (eu gosto muito do Paul Rudd) conduzindo o roteiro.

“Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” não foi lá um grande sucesso de crítica e de público, e acredito que o filme pecou ao trazer um visual que, de certa maneira, nos faz pensar em “Guardiões da Galáxia”, mais desapegado de um cenário cotidiano como os primeiros filmes do personagem trouxeram, e também não consegue entregar o humor que, para mim, parecia ter funcionado muito bem em outros filmes do Homem-Formiga, até porque o Paul Rudd tem um bom timing para a comédia, e talvez não tenha sido devidamente aproveitado em “Quantumania”. Nesse momento, enquanto escrevo o texto, não consigo lembrar de um momento que tenha me arrancado uma boa risada, e a cena das diferentes possibilidades com o Scott de uniforme me pareceu vergonhosa.

No início, o filme parece acelerado… somos brevemente apresentados a um Scott Lang “depois de ter salvado o mundo” (e ele está vivendo um sonho depois disso, é verdade), fazendo sucesso com um livro que escreveu e tentando compensar a filha pelos anos em que esteve ausente, mas muita coisa aconteceu a Cassie no tempo em que ele esteve fora… ela foi presa algumas vezes, tem o seu próprio traje agora, e está fazendo experimentos para tentar mapear o Reino Quântico sem que eles precisem ir até lá – e é daí que vem o pontapé inicial para a trama, quando Janet descobre que Cassie tem mandado sinais lá “para baixo”, e ela se desespera, mandando ela parar de enviar esses sinais imediatamente… claramente sabendo algo que eles não sabem.

Mas estão prestes a descobrir.

Para mim, conhecer o Reino Quântico foi uma experiência interessante. Talvez porque eu tenha crescido fascinado por séries como “Star Trek” e filmes como “Star Wars”, e a caracterização das criaturas que vivem lá embaixo me lembram muito os seres alienígenas que conhecemos em “Star Wars”, especialmente nos primeiros filmes… bem como a sociedade, os bares, o próprio clima do filme em si. A ideia de transformar o Reino Quântico não em um vazio completo, mas em um verdadeiro mundo com vida inteligente, intrigas e perigos me parece interessante, e isso proporciona ao filme alguns visuais curiosos, algumas criaturas até que bem carismáticas, e uma bizarrice constante conforme o filme parece brincar com a ideia de que “tudo é possível”.

Talvez um dos grandes problemas de “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” se deva, também, ao ritmo do filme… com a chegada ao Reino Quântico nos primeiros 15 minutos, ele eventualmente parece longo demais e se torna quase cansativo – é mais promissor do que de fato bem aproveitado. Tudo é uma eterna corrida contra o tempo para impedir que Kang, o Conquistador, encontre uma maneira de deixar o Reino Quântico, onde ele foi exilado há algum tempo… embora, ali embaixo, ele não perceba o tempo em linha reta nem nada assim, e tenha uma ideia de como “as coisas vão acabar”. Gosto das possibilidades que Kang traz em suas falas, mas não tenho certeza de que ele funciona como o grande vilão assustador que proclama ser e que talvez deveria ser

Paul Rudd, como sempre, estava excelente… e o novo traje do Homem-Formiga é bastante bonito e fica bem em cena. Gosto da relação dele com Cassie, de como ele faz de tudo para salvar a filha, e de como Cassie tem suas próprias surpresas e cresce como heroína durante “Quantumania”, inclusive aprendendo algumas coisas a respeito de golpes com o pai, e ela já experimenta tanto diminuir quanto crescer de tamanho (a cena dos dois gigantes no Reino Quântico se abraçando na reta final do filme foi divertidinha). E Hope, a Vespa, embora tenha seu nome no título do filme, parece mais apagada do que de costume, mas darei a ela créditos por participar poderosamente de cenas-chave do filme, como quando resgata Scott das infinitas possibilidades e a cena final…

A cena final é mais contida do que eu imaginava. Embora o caos esteja tomando conta do Reino Quântico em uma espécie de revolução contra o Conquistador, o que realmente importa está em um duelo mais centrado no Scott e no Kang em um lugar fechado – e acho que isso funciona melhor do que uma grande guerra, porque traz intensidade e humanidade para o conflito… é possível perceber certo crescimento no personagem de Scott Lang por ele estar disposto a se sacrificar para impedir que Kang deixe o Reino Quântico, mas Hope consegue voltar com a ajuda de Cassie para ajudar Scott e os dois juntos se livram de Kang… ou melhor, “daquele” Kang, o Exilado. Com o Multiverso, existem outras versões de Kang que ainda voltarão a aparecer no MCU em breve.

 

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Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Você pode fazer resenha dos desenhos "As Aventuras de Jackie Chan" e "O Espetacular Homem-Aranha" de 2008? Dois desenhos ótimos da minha infância.

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    1. Nossa, gostava muito de ambos também! Ainda não consegui começar as resenhas de desenhos, mas quero muito adicionar isso ao projeto Cantinho de Luz, vou anotar suas sugestões para dar preferência a elas!!!

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