Guillermo del Toro’s Cabinet of Curiosities – Dreams in the Witch House

Rupert Grint e bruxas!

Baseado em um conto de H. P. Lovecraft, escrito em 1932 e publicado pela primeira vez em 1933 (ano em que o episódio também é ambientado), “Dreams in the Witch House”, dirigido por Catherine Hardwicke, é o sexto episódio de “Guillermo del Toro’s Cabinet of Curiosities”, e traz uma história interessante, assombrosa e emotiva, sobre até onde somos capazes de ir… destaco, ao comentar esse episódio, a escalação curiosa do elenco da antologia, que trouxe Ben Barnes como o protagonista do episódio anterior, que tinha a ver com pinturas, depois de o ator ter protagonizado “O Retrato de Dorian Grey”, e, agora, traz Rupert Grint, o nosso eterno Rony Weasley da saga “Harry Potter”, em um episódio cuja temática envolve bruxas… e foi justamente esse um dos detalhes que me chamou a atenção no episódio assim que ele foi anunciado, sinopse e elenco.

“Dreams in the Witch House” começa durante a infância de Walter e Epperley Gilman, quando, muito doente, Epperley morre na presença de seu irmão gêmeo que tinha prometido que ela ficaria bem… embora o episódio anterior siga sendo meu favorito na série, acredito que esse tem a introdução mais marcante, porque é uma sequência excelente aquela da morte de Epperley, o seu espírito aparecendo e vendo o próprio corpo na cama, entendendo, então, que está morta, e Walter assistindo, sem poder fazer nada para impedir, enquanto o espírito da irmã é “devorado” por uma espécie de floresta. Voltamos a encontrar Walter, agora já interpretado por Rupert Grint, em 1933, e percebemos que ele passou todos esses anos até a sua vida adulta tentando encontrar uma maneira de reencontrar a irmã gêmea, porque viu quando seu espírito foi arrastado.

A busca de Walter Gilman o leva aos mais variados charlatões, até que ele “esbarra”, no bar onde trabalha, em uma conversa que lhe chama a atenção: dois homens estão falando sobre “outra dimensão”, e essa pode ser a resposta que ele busca – e eles têm uma droga que permite que Walter entre em um estado de transe que o permite fazer essa “passagem” até a outra dimensão, um lugar onde ele consegue reencontrar Epperley, mas onde ele não pode ficar muito tempo antes de ser literalmente arrastado de volta para o mundo real, então suas conversas com ela são breves. Agora que a encontrou e que pôde conversar com o seu espírito, no entanto, Walter não vai descansar: ele finalmente tem certeza e tem a prova de que sempre esteve certo, e talvez ele possa até trazer Epperley de volta… e é justamente aí que ele começa a se envolver com coisas mais perigosas.

A trama do episódio é bem conduzida, e como está acontecendo em “Guillermo del Toro’s Cabinet of Curiosities”, brinca bem com a construção de um suspense competente – que geralmente culmina em um horror mais repleto de ação na reta final do episódio, e não é diferente em “Dreams in the Witch House”. Walter Gilman acaba em uma casa na qual uma bruxa que foi torturada na época de Salem morara, e ele tem pesadelos horripilantes, que me fizeram pensar um pouco nos pesadelos que Will Thurber passou a ter, no episódio anterior, depois de ver as pinturas de Richard… mas são pesadelos que deveriam servir como aviso, mas não serve – determinado a trazer Epperley de volta para o mundo mortal e tirá-la daquela floresta eterna na qual se encontra, Walter acaba abrindo uma porta perigosa entre os dois mundos.

E, através dele, criaturas perigosas e com planos sinistros podem passar… os vilões do episódio são Keziah Mason, a bruxa de Salem que vivera ali, e Brown Jenkin, o familiar de Keziah que tem a forma de um rato com rosto mais humanoide – e que eu achei apavorante. A reta final do episódio traz uma perseguição a Walter, justamente quando ele acha que conseguiu o que sempre sonhara ao trazer a irmã de volta para o mundo mortal, mas ela volta ainda em uma forma não-corpórea, de espírito, e para que ela possa voltar de fato, alguém dos vivos precisa partir… o plano de Keziah e Brown é justamente levar Walter, mas não para que Epperley possa retornar à vida, mas eles mesmos: bruxa e familiar. Tem horror, tem ação, tem amor (de Walter por Epperley e de Frank por Walter), tem emoção (a partida de Epperley!) e tem, é claro, um final estarrecedor.

É um episódio muito bom!

 

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