Severance (Ruptura) 1x06 – Hide and Seek

“Fuck you, Lumon! I hate you, Lumon!”

Tem uma revolução à vista e eu estou ADORANDO isso! O mais curto de todos os episódios de “Severance” até o momento, “Hide and Seek” passa depressa, mas cheio de informação, tensão e possibilidade, e é um dos meus episódios favoritos por enquanto – até porque foi muito bom ver um pouquinho mais de Irving e Burt (o clima de romance entre eles no meio das plantas, o toque das mãos, a aproximação para um beijo que não acontece porque Irving ainda não está pronto e ele teme estar “desrespeitando as regras do manual”, toda a sensibilidade e a verdade da sequência), bem como ver a equipe de Refinamento de Macrodados se unir de uma maneira rebelde… eles ainda não podem fazer nada, mas a partir do momento em que se unem, eles ganham força.

Casey é levada para a Sala de Descanso por ter, supostamente, “falhado na missão de ficar de olho em Helly”, embora isso só tenha acontecido porque Mark S. a levou para uma caminhada, e isso se mostra surpreendentemente importante na construção do clima de revolução do episódio, porque Mark acha simplesmente injusto que Casey seja punida se ela não fez nada de errado… gosto muitíssimo da construção do personagem do Mark S. Interno, porque ele já está bastante mudado do Mark que conhecemos lá no início de “Severance”, e isso se deve em parte à presença de Helly e seus questionamentos insistentes, e em parte ao livro do seu cunhado, que foi encontrado no escritório e está sendo algo que está fazendo com que eles questionem algumas coisas.

Foi INCRÍVEL ver o Mark revoltado perguntando a Cobel o que é que eles fazem lá dentro – afinal de contas, esse é um mistério importante de “Severance” (e me pergunto se eles realmente fazem alguma coisa). A cena de Mark versus Cobel é marcante, a meu ver, por mostrar o Mark Interno se aventurando cada vez por mais expressões faciais… mais cedo no episódio, enquanto comentavam a proximidade de Mark com Helly e o passeio que eles tinham dado pelo escritório no dia anterior, seus companheiros de escritório comentaram sobre como “ele não sorri daquela maneira para as outras pessoas”, mas aqui, enquanto enfrenta Cobel, podemos ver uma sinceridade tão grande do seu sentimento de insatisfação, de raiva, de frustração… ele está prestes a explodir.

Mark sabe que vai acabar na Sala de Descanso por aquele comportamento… mas, felizmente, isso não o impede de reunir o pessoal do Refinamento de Macrodados em mais uma “caminhada proibida” pelo escritório, até o setor de Ótica & Design, liderado por Burt (amo ver a alegria de Irving toda vez que tem a possibilidade de se aproximar de Burt, sério). Aos poucos, o pessoal do Refinamento de Macrodados e o pessoal da Ótica & Design estão se juntando, querendo conhecer mais do lugar onde trabalham, descobrir por que existe um setor sobre o qual ninguém sabia que está criando cabritinhos dentro da empresa, por exemplo… e uma vez que uma fagulha surge, é muito difícil conter o incêndio que está por vir. Por mais que se tente, levando Mark para a Sala de Descanso, por exemplo.

Do lado de fora, acompanhamos duas sequências particularmente alarmantes que nos ajudam a entender um pouco mais a fundo o controle que a Lumos tem sobre seus funcionários que fizeram a ruptura. A presenta de Cobel, como “a Sra. Selvig”, na vida de Mark já era evidente por ela ser sua vizinha, mas agora ela encontra uma maneira sinistra de se aproximar do restante de sua família, quando tenta um “emprego” para ajudar a cuidar da sobrinha recém-nascida de Mark… ainda mais alarmante que isso é a cena protagonizada por Milchick e Dylan, quando o Dylan “Interno” é despertado na sua própria casa por causa de um cartão que ele tirou da Ótica & Design e Milchick quer saber onde está, e Dylan fica confuso com o armário e com o filho que entra para abraçá-lo e ele não sabia que tinha.

O fato de a Lumos poder “ligar” e “desligar” o cérebro das pessoas em qualquer lugar é aterrador… não é algo que se limita à empresa, não é algo que acontece apenas no elevador, quando se está chegando no elevador – toda a sequência de Dylan prova que, se eles quiserem, eles podem acessar o “eu de trabalho” de todos eles em qualquer lugar e a qualquer hora. O controle é ainda mais extenso do que se podia imaginar e, portanto, uma revolução ainda mais difícil… mas, certamente, não impossível. Talvez isso tudo tenha sido importante para a dinâmica interna do Refinamento de Macrodados: Helly sempre questionou tudo, desde que chegou; Mark teve a presença de Helly e o livro para começar a questionar; Irving tem Burt; agora Dylan também tem algo que pode motivá-lo.

Mark, por sua vez, protagoniza as cenas mais escuras do episódio, em um estilo meio cyberpunk que me pega um pouco de surpresa, mas que combina com o tom sombrio de “Severance”, e ajuda a definir esse tom do lado de fora da Lumos. Curiosamente, enquanto a luz e os corredores brancos da Lumos são ameaçadores e claustrofóbicos, a escuridão e o barulho excessivo no qual Mark se mete em um show da filha de Petey proporcionam uma intensidade quase libertadora enquanto ele grita, junto com a música, que odeia a Lumos. E, ali, as coisas também estão prestes a mudar para ele… quando Mark finalmente atende a uma ligação no telefone que Petey deixou para trás, ele entra em contato com quem talvez consiga fazer a reintegração. Será que ele vai seguir adiante com isso?!

 

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