609 Bedtime Story – Episode 1: The Beginning of the Parallel World

“I love you”

Quem me acompanha há mais tempo deve saber: eu sou apaixonado por histórias de universos paralelos. Portanto, não é à toa que “609 Bedtime Story” é um BL cuja sinopse me chamou muito a atenção – e estou curioso para explorar os conceitos e os mistérios apresentados na série. Confesso que “The Beginning of the Parallel World”, o episódio de estreia da série, demorou um pouco para me cativar, mas cumpriu o seu papel de me fazer querer voltar para ver o desenrolar dessa história… ainda com seus protagonistas, Mum e Dew, separados em universos diferentes durante a maior parte do episódio, o episódio se mostra importantíssimo para conhecermos um deles, mas se destaca realmente pela sua sequência final enigmática que ansiamos por entender.

Começamos “609 Bedtime Story” no Mundo de Mum, e ele não é o personagem que esperávamos: mulherengo, talvez um pouco irresponsável, e com uma relação divertidíssima com a irmã, Mum é um daqueles caras que querem “curtir a vida” de qualquer jeito, bem desligado de grandes responsabilidades, tampouco é do tipo que se apaixona… ele apenas se diverte. Mas existe um charme inegável nele que, se não era claro até então, fica evidente naquela sequência em que uma briga está acontecendo do lado de fora do bar em que ele canta, e ele sai todo poderoso para defender os amigos – Mum estava tão absolutamente bonito enquanto dava uma surra naquele cara babaca que não é difícil de entender por que ele tem tantas pessoas a seus pés.

Os amigos de Mum também ganham certo destaque nesse primeiro episódio – e foi gostoso de acompanhá-los, embora as coisas pareçam meio aceleradas para eles. Não sei qual vai ser o desenvolvimento de Wee e Game, porque eles me parecem o casal secundário de “609 Bedtime Story”, mas eles também dependerão de quanto tempo a narrativa realmente dedicar a esse primeiro universo… talvez por isso o romance do casal secundário tenha sido apresentado “tão às pressas”, e acaba funcionando porque o Game parece bastante desligado de rótulos e apaixonado por Wee, e Wee tem alguma coisa nele que faz com que eu sorria quando olho para ele… de todo modo, são personagens carismáticos que devem gerar bons momentos ao longo da série.

Se a relação de Mum com Game, seu melhor amigo, é bastante bacana, eu também me diverti com a relação dele com a irmã, Mint, que se sente meio que “responsável” por ele – e eles parecem ter aquela relação típica de irmãos que adoram brigar entre si, o que não quer dizer que eles não se amem muito, tampouco que possam viver um sem o outro… a cena em que eles brigam no cemitério enquanto vão visitar os túmulos dos pais (!) é inusitadamente engraçada, por exemplo. E, como Mum não está cuidando bem de sua própria saúde e, aparentemente, está ficando doente, Mint “o proíbe” de cantar no All This naquela noite – não que Mum pense realmente em obedecer, porque, teimoso que só, ele resolve se apresentar, e Game e Wee precisam interferir…

Com a ajuda de Mint.

E é aí que “609 Bedtime Story” tem uma virada (literalmente) interessante, quando Mum é obrigado a voltar para casa, repousar e tomar um remédio… e seu mundo muda completamente – ou ele muda de mundo, na verdade. É interessante como a transição de um universo para outro acontece depois de Mum tomar um remédio, o que faz com que eu pense em conceitos como o apresentado em “The Matrix”, que embora não seja realmente a transição entre universos paralelos, tem uma mudança de “mundo” quando Neo decide tomar a pílula vermelha e deixa para trás a simulação da matrix para entrar no mundo real. Aqui, quando Mum toma a pílula e retorna para a cama, ele é transportado para uma “outra versão” daquele mesmo quarto.

Mum continua no Quarto 609, mas não é o quarto com o qual ele está acostumado… e eu adorei o fato de que a iluminação da cena e a paleta de cores muda drasticamente quando ocorre essa transição entre universos. Se o mundo do qual Mum veio parecia mais escuro e, quiçá, real, esse segundo mundo é claro, excessivamente iluminado e até um pouco colorido, o que parece meio utópico – curiosamente, isso é um recurso amplamente irônico da direção de arte, tendo em vista o que está por acontecer naquele outro universo, no fim do episódio. E, como eu comentei no início do episódio, foi toda essa sequência final que fez com que eu realmente me interessasse por “609 Bedtime Story” e pensasse: bem, eu realmente preciso ver o que vem pela frente.

Nesse novo universo, que Mum inicialmente encara como um “sonho”, ele divide a cama com um cara chamado Dew, que não só parece conhecê-lo, como também o beija – e se Mum inicialmente achava que nunca se apaixonaria por um homem, ele pareceu ceder bem rápido, tendo em vista que não estava só beijando, mas transando com um, nos primeiros minutos seus em outro universo… depois que Mum e Dew transam pela primeira vez, Dew percebe que alguém está se aproximando do apartamento e desesperadamente diz a Mum que o ama, antes de morrer. O quarto é invadido por alguém com um capacete escondendo sua identidade, que atira em Dew e vai embora sem dizer absolutamente nada… uma chegada traumatizante para Mum a essa nova realidade.

E, agora, parece que “609 Bedtime Story” tem muito com que trabalhar!

Estou investido!

 

Para mais postagens de BLs, clique aqui.

 

Comentários