Sítio do Picapau Amarelo (2004) – A Dama dos Pés de Cabra: Parte 3

A Dona Bentinha…

DE VOLTA AO BRASIL! “A Dama dos Pés de Cabra”, a minha história favorita na quarta temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”, está bem dividida: são os 10 primeiros capítulos em Portugal (nem que seja em flashbacks, no caso do primeiro capítulo) e os últimos 10 no Brasil. Em Portugal, as crianças tiveram que enfrentar uma série de armadilhas da malvada bruxa da história para chegarem até Argemiro e libertá-lo da parede, apenas para que, em um acidente, ele acabe enfeitiçado pela própria mãe e fuja do castelo com cara de burro… Emília vai pensar em uma maneira de salvar tanto ele quanto a Isabel mais tarde, mas agora eles precisam voltar logo para o Sítio e deixar essa bruxa para trás, e eles podem finalmente fazer isso quando encontram Dona Benta. O que eles não sabem é que estão dividindo o avião com a bruxa em pessoa!

Minha pergunta é: por que ela não voa de vassoura até o Brasil?

Ou podia aparatar, sei lá.

De qualquer maneira, a galerinha está de volta ao Sítio do Picapau Amarelo, e o retorno deles é acompanhado de muita felicidade e abraços, enquanto Tia Nastácia e Visconde contam tudo o que aconteceu por ali durante a sua ausência… na terceira semana de “A Dama dos Pés de Cabra”, é impossível não ficar com a sensação de que Isabel e Argemiro foram reduzidos a personagens secundários, enquanto outras tramas se desenvolvem e, principalmente, a bruxa ganha o protagonismo de uma vez por todas – as cenas da bruxa roxa de Portugal são divertidas, e a sua parceria com a “Caca” não poderia ter sido mais engraçada! Tia Nastácia, sentindo que “algo ruim está rondando o sítio”, vai até o Arraial dos Tucanos para pedir um pouquinho de água benta para o padre… e nós sabemos que isso vai ser útil – afinal de contas, a bruxa já teve medo do crucifixo, lá em Portugal!

Também ganhamos uma nova personagem regular – se na história passada a Dona Joaninha e os netos do Coronel Teodorico se juntaram ao elenco fixo da temporada, nessa história conhecemos Cecéu, a afilhada da Dona Joaninha… ela está meio perdida, tentando chegar até a pensão da madrinha, e para no meio do caminho para pedir informação justamente para a bruxa. Então, a bruxa percebe que aquele pode ser o seu disfarce perfeito… com um feitiço, ela troca de roupa com a inocente garota, que fica desmaiada de susto em roupas de bruxa, enquanto a bruxa ostenta as roupas de Cecéu, para ir até o “Sítio do ‘Papagaio’ Amarelo” – mas isso não a protegerá de água benta. Quando ela bate palmas na casa do Tio Barnabé e ele acidentalmente derruba a água benta sobre ela, a bruxa VIRA FUMAÇA E DESAPARECE, e Emília vê tudo.

E isso só pode significar uma coisa…

“É a bruxa! Ela tá aqui!”

Emília corre para contar para todo mundo o que viu, e eles arrumam um “kit anti-bruxa”, com direito a crucifixo, água benta, alho… enquanto isso, a pobrezinha da Cecéu chega até a pensão da Dona Joaninha e é tratada como uma bruxa por causa de suas roupas – e a velha ainda a acusa de ser quem estava mandando aquelas assombrações para o arraial. A Dona Joaninha é tão INJUSTA. Eu acho que a personagem era para ser “divertida”, e eu entendo a pão-durice e tal, mas ela extrapola… a maneira como ela trata a Cecéu é abusiva e nojenta, eu fiquei tão bravo! A velha injusta e cruel manda o delegado levar aquela moça presa, e a Cecéu chora desesperadamente enquanto é arrastada até a delegacia, e toda a cidade grita coisas horríveis para ela… aquela cena foi muito ruim de assistir, me causou uma angústia tremenda – e cabe à Dona Benta salvá-la.

Zé Carijó vê a moça com as roupas da bruxa e conta para todos no Sítio, e eles resolvem ir averiguar, mas logo descobrem que aquela não pode ser a bruxa disfarçada – mesmo que estivesse disfarçada, ela nunca aceitaria ser humilhada daquela maneira. Então, sensata e MARAVILHOSA, Dona Benta se mete no meio da confusão e da multidão para impedir que essa injustiça se prolongue. Ela intercede por Cecéu, enquanto a moça chora desesperada, e então usa o “kit anti-bruxa” para provar que a moça é inocente… nada daquilo a afeta, nem o crucifixo, nem a água benta, nem o alho… o discurso de Dona Benta ARRASA, dizendo que eles não podem simplesmente prender alguém porque uma pessoa achou que havia algo de errado com ela… ela pede que o delegado a solte, sob sua responsabilidade. E ainda ajuda Cecéu a provar para a Dona Joaninha que é quem diz ser: sua afilhada.

Agora, no entanto, a velha cruel vai tratá-la como a Gata Borralheira…

Pobre Cecéu.

Enquanto isso, na mata, AS BRUXAS ESTÃO PRESTES A SE REUNIR. Cuca está com raiva do Visconde por tê-la enganado em toda a história da “receita do pó de pirlimpimpim”, e a bruxa portuguesa está com raiva da Emília por tudo o que ela fez… quando a bruxa esbraveja em raios e trovões, Isabel sabe imediatamente que é ela, e a Cuca fica intrigada – quem é que anda por essas matas? E eu estava ANSIOSO para ver a bruxa portuguesa chegar à caverna da Cuca, e é dali que saem algumas das melhores cenas de “A Dama dos Pés de Cabra”. A bruxa transforma o Pesadelo em uma miniatura, enquanto conversa com a Cuca e as duas começam a tomar um chazinho como se fossem melhores amigas há anos… então, a bruxa e “Caca” (que é como ela chama a Cuca) resolvem se juntar para dar uma lição naquela bonequinha de pano de uma vez por todas.

Enquanto as bruxas confabulam ou brigam – eu amei vê-las se desentendendo, também, sobre quem tem o direito de mandar o estrupício calar a boca, ou aquele momento HILÁRIO em que a bruxa portuguesa diz que é má e se corrige: “Aliás, eu sou má, perversa e ruim!”, o que deixa a Cuca furiosa –, o Saci corre para contar para o pessoal do Sítio o que viu na caverna da prima: a Cuca tomando chá animada com uma moça. Bem, e como a Cuca nunca trata ninguém bem, então aquela “moça” só pode ser uma pessoa: A BRUXA DE PORTUGAL. Agora, eles precisam encontrar uma maneira de se livrar das duas bruxas ao mesmo tempo… mas como? Emília tem uma ideia: colocar a Iara contra elas. Emília manda o Saci lhe dizer que “chegou uma bruxa bonitona na mata” e que a Cuca roubou uma escama de sua cauda para fazer um feitiço para deixá-la feia.

Vaidosa e inocente, como sempre, a Iara cai.

E está furiosa.

Enquanto isso, a bruxa só se preocupa em conseguir o seu filho de volta, e ela até invade o Sítio do Picapau Amarelo e enfeitiça o Zé para que ele traga o Argemiro, mas a Emília vê que ele está “popotizado” e acaba conseguindo salvá-lo – o que só deixa a bruxa ainda mais brava. Então, ela resolve se vingar e lança um feitiço contra a Dona Benta: ELA VAI REGREDIR, ATÉ VIRAR SEMENTINHA E, EVENTUALMENTE, DESAPARECER. Agora, Dona Benta é uma criança de aproximadamente uns cinco anos, pedindo doce e cocada para o almoço, antes de virar um bebê chorão que não deixa ninguém em paz (o Visconde com o chocalho e as crianças tapando os ouvidos!) e, eventualmente, uma semente… uma semente que está diminuindo de tamanho rapidamente e vai sumir, a não ser que eles façam algo. Então, cabe à Emília ter uma ideia genial…

Emília decide plantar a Dona Benta e fazer crescer uma “Benteira”. A cena do Zé plantando a Dona Benta consegue ser incrivelmente bonita – ela é melancólica, triste e emocionante, enquanto as crianças esperam que funcione, mas não têm certeza de que vai funcionar… eles estão preocupados, Narizinho até derruba umas lágrimas. Mas o Rabicó traz o regador para regar a “Benteira”, e então a plantinha brota e dá frutos: a Dona Benta como a conhecemos, a vovó que amamos. É uma cena bem legal! Enquanto isso, Isabel se sente mal e culpada por tudo o que está acontecendo e toma uma decisão: se é ela que a bruxa quer, então ela vai se entregar e acabar logo com isso – sua presença no Sítio já trouxe muitos problemas. Então, Isabel pega Argemiro, o seu namorado em forma de burro, e parte para a mata, atrás da bruxa…

 

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