Os Ricos Também Choram – Fundação Alberto Salvatierra

Rubí?

Mariana perdeu muita gente que amava, mas o maior trauma em sua vida foi ter perdido seu filho – e essa é uma trama muito importante na história de “Os Ricos Também Choram”, porque Mariana nunca vai deixar de procurar por ele, nunca vai parar de ter esperanças de um reencontro… mesmo que as pessoas acreditem que ele morreu em um incêndio e tentem dizer que “ela precisa aceitar isso”. Mariana sente, em seu coração de mãe, que Betito ainda está vivo… ou talvez seja apenas a sua imensa vontade de que ele esteja. De um jeito ou de outro, ela está convicta, e é muito triste ver a sua reação quando a polícia aparece na casa, quando ela sai correndo na esperança de que sejam boas notícias – mas não é. Mesmo assim, exasperada, Mariana grita com Luis Alberto e diz que nem ele e nem ninguém vai convencê-la de que seu filho está morto.

E, naturalmente, isso vai ter consequências no casamento de Luis Alberto e Mariana – mesmo agora que Luis Alberto reconhece o seu erro e se sente culpado por ter abandonado Mariana (ele diz ao padre Guillermo, por exemplo, que deveria ter estado mais pendente da esposa e, quem sabe, isso teria salvado Betito, o que acaba sendo particularmente pesado para ele, porque ele já passou a vida toda carregando a culpa pela morte de Matías, seu irmão, e agora ele acha que também é parcialmente culpado pela morte de seu próprio filho), e está disposto a estar ao seu lado, todo o sofrimento de Mariana vai se converter em uma obsessão compreensível na qual ela busca incessantemente por seu filho… compreensível, sim, mas que talvez Luis Alberto ache cansativa de se acompanhar diariamente durante 18 anos, ao que parece.

Porque esse é o salto temporal que temos para o início da segunda fase de “Os Ricos Também Choram” – 18 ANOS! E eu estava ansioso para chegar a essa parte da novela! Tenho algumas críticas a respeito da caracterização dos personagens, porque passou um tempo considerável e a caracterização da maioria dos personagens não permite ver que tanto tempo passou, como é o caso da própria Mariana – embora a encontremos com um novo estilo de roupa e com maquiagem mais forte, na esperança de que ela pareça, assim, mais velha. E essa Mariana, rica, elegante e com um sofrimento de 18 anos nas costas, é, agora, a apresentadora de um programa de TV chamado “Encontros”, no qual ela ajuda pais a encontrarem crianças desaparecidas – o que faz sentido. Com a perda do filho, Mariana dedicou sua vida à Fundação Alberto Salvatierra, que se dedica a isso.

O início dessa nova fase de “Os Ricos Também Choram” me interessa bastante porque temos um gostinho de “novela nova”, já que temos que reencontrar os personagens e descobrir onde eles estão depois de tanto tempo, além de conhecer personagens “novos”, como o Betito/Tomás, mas também estamos a menos de três semanas do fim da novela, o que quer dizer que as coisas acontecem depressa e, ironicamente, também estamos com um gostinho de reta final de novela… o resultado é bem interessante! Luis Alberto continua sendo o presidente da empresa, a relação com Santiago e Daniela parece muito melhor do que 18 anos antes (acho que finalmente eles se entenderam), Elena continua morando na mansão, a maioria dos funcionários da empresa permanece os mesmos, Guadalupe está bastante doente e em seu último dia de trabalho…

É fácil perceber que Mariana e Luis Alberto não foram felizes no seu casamento – e que as coisas não estão bem entre eles. Eles não chegam a brigar continuamente, como na pior época de Luis Alberto, quando ele foi tomado pelo ciúme, mas eles se afastaram pelos eventos da vida: Luis Alberto passou a vida trabalhando, enquanto Mariana transformou a Fundação Alberto Salvatierra em toda a sua vida. Assim, quando Luis Alberto vai ao escritório de Mariana para convidá-la para jantar naquela noite, ela diz que “não pode porque tem muito trabalho”, e percebemos que esse é um acontecimento recorrente, da parte de ambos… como se os dois tivessem passado uma vida se esquivando um do outro, enquanto centravam-se demais em seus trabalhos e deixavam de lado o casamento deles. A perda de um filho deixa cicatrizes muito profundas.

Há uma conversa importantíssima entre Mariana e Luis Alberto sobre esse tema, na qual os dois expõem suas dores e suas fragilidades – e percebemos o quão quebrados ambos estão. Com a cobrança de Luis Alberto, Mariana fala sobre como a Fundação lhe deu um motivo para viver, como aquilo é o que a mantém viva e com esperança, e parte de mim quer entender o Luis Alberto quando ele diz que, então, seu amor não foi o suficiente e que ele está cansado de se sentir sozinho, de sentir falta de sua esposa, mas é difícil. Quando ele pergunta a Mariana se ela não o ama mais, ela diz que o ama e que sempre o amou, mas também diz que sente muito e não pode ser a esposa que ele quer… os dois concordam que a vida foi cruel e que eles não mereciam isso, e parece quase tarde demais para consertar algo que parece estar quebrado há tanto tempo.

Mas, na verdade, descobrimos que as coisas ficaram bem por um tempo… depois, Mariana começou a receber ligações falsas com supostas informações de Betito, e foi aí que as coisas voltaram a desandar. Agora, Luis Alberto está caindo em tentação novamente, voltando a beber e a jogar, e essa sempre foi a sua ruína. O que ele não imagina é que, dessa vez, isso tudo é parte de um plano de vingança orquestrado por Soraya Montenegro – afinal de contas, ela teve 18 anos na cadeia para pensar em como derrubar um por um dos Salvatierra, e ela pretende fazer exatamente isso. Eu preciso dizer que EU ADORO o fato de a Soraya sair da prisão e tentar se “disfarçar” para passar despercebida, e seu disfarce ser, basicamente, um cover de Rubí, com o batom escuro, o vestido vermelho e o mesmo cabelo… e tendo em vista que já vimos Soraya cantar a música de abertura de “Rubí” em outro capítulo (!), acho que podemos dizer que temos uma fã.

SENSACIONAL!

 

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