Lost 5x09 – Namaste

“Namaste, new recruits!”

Eu nunca vou cansar de falar sobre como EU AMO A QUINTA TEMPORADA DE “LOST”. “Namaste” é mais um excelente episódio dessa temporada, explorando mais da vida que os sobreviventes estão levando na Iniciativa Dharma em 1977 – três anos depois de “o disco ter parado de pular” e eles terem se fixado na década de 1970. Eu gosto de como esse cenário é rico e como o roteiro aproveita a viagem no tempo para dar algumas explicações, ao mesmo tempo em que também cria novas perguntas, porque assim é “Lost” e a vida: sempre há mais a se explorar e se descobrir. Também amo a maneira como o salto temporal transformou Sawyer em James LaFleur, o melhor líder que esse grupo poderia ter, e como isso é uma evolução natural do personagem depois do desenvolvimento que ele foi ganhando ao longo das outras quatro temporadas.

Sawyer é o líder atualmente – Jack pode aceitar ou aceitar. E é isso. O episódio começa no voo do Ajira 316, para que possamos acompanhar o momento em que um clarão levou alguns dos passageiros trinta anos para o passado, e o que aconteceu depois: o pouso forçado do avião na ilha, numa pista que fora construída pelos Hostis/Outros, e na qual vimos Sawyer e Kate trabalhar quando eles ficaram presos na segunda ilha, durante a terceira temporada… que sensacional ver esses detalhes se encaixando! O grupo em 2007 com o qual nos importamos é bastante reduzido, e conta apenas com Ben, Sun e Frank Lapidus, o piloto do Ajira 316, que foi para o trabalho em um dia normal e não imaginava que estava prestes a voltar para a ilha com os Oceanic 6.

Particularmente, eu acho de partir o coração o fato de que Sun e Jin vão continuar separados – eu sempre comentei sobre o quanto eu amava esses personagens, e eles entregaram vários excelentes episódios em “Lost”, mesmo recentemente, separados, demonstrando o amor um pelo outro de maneira linda… Sun era quem mais tinha para quem voltar, e aceitou entrar no Ajira 316 apenas na esperança de reencontrar Jin depois de descobrir que ele estava vivo, mas alguma coisa a manteve em 2007. Ainda vamos explorar os motivos pelos quais Sun ficou para trás, mas a vemos retornar para a ilha principal e para a agora destruída vila na qual a Iniciativa Dharma vivia, e um encontro com “Christian” lhe dá algumas respostas, embora não as que ela buscava: uma foto dos “novos recrutas” em 1977 mostra alguns rostos conhecidos, e Christian diz que Jin está lá, com os amigos.

Em 1977, acompanhamos a construção dessa trama… quando Jin encontrou Jack, Kate e Hurley, a primeira coisa que ele fez foi ligar para Sawyer – ou LaFleur, o chefe de segurança da Iniciativa Dharma. É tudo afobado e cheio de emoções confusas enquanto Sawyer vai recebê-los, se perguntando o que fará com eles… destaque para a sequência do reencontro de LaFleur com os seus antigos companheiros do Oceanic 815: fiquei muito feliz com o reencontro com Hurley, um momento sincero e bonito; o reencontro com Kate, por outro lado, me deixa apreensivo, porque Sawyer estava vivendo uma vida muito boa desde 1974, e ela provavelmente veio para estragar tudo isso novamente; e o reencontro com Jack tem uma energia tão ruim, porque eles nunca se suportaram, e é algo que vai escalando durante o episódio… e Jack não gosta nada de ver Sawyer em uma posição de liderança.

Mas Sawyer conquistou esse lugar… e o merece.

Acaba sendo Juliet quem encontra a solução para integrar os recém-chegados à realidade da Iniciativa Dharma em 1977 – tem um submarino chegando naquela tarde com “novos recrutas”, e ela só precisa dar um jeito de colocar os nomes deles na lista, enquanto Sawyer leva roupas mais da década de 1970 para que eles finjam que acabaram de chegar no submarino… interessante notar alguns pequenos detalhes colocados durante as cenas, como o fato de Juliet conseguir a lista de novos recrutas que estão chegando no submarino com facilidade porque a mulher responsável por ela era Amy, que acabou de dar à luz em uma cena emocionante do episódio anterior, e agora descobrimos que o bebê que Juliet ajudou a trazer ao mundo é o Ethan (!), ou o pequeno comentário que Sawyer faz a respeito de Faraday e como “ele não está mais ali”.

Ansioso para rever o Daniel!

Toda a integração de Jack, Kate e Hurley à Iniciativa Dharma como novos recrutas é uma sequência que funciona bem – e eles precisam interpretar o papel que lhes foi dado. A cena de Jack é particularmente interessante, e eu adoro a sua reação incrédula quando ele descobre que foi designado como faxineiro, sinceramente. Kate, por sua vez, quase tem um problema pela ausência de seu nome na lista, e nunca saberemos se Juliet fez de propósito ou não, mas talvez exista um quê de deboche quando ela faz o teatro na frente de todos, pedindo “desculpas pela confusão”, se apresentando como Juliet e dando as boas-vindas à ilha, com um sorriso no rosto… ou talvez seja coisa da minha cabeça, porque eu teria agido com deboche no seu lugar. E Hurley, por sua vez, brilha mesmo que em um momento pequeno, durante a foto dos Novos Recrutas de 1977, com o “Nama- what?”

É sempre impressionante o tamanho do ego de Jack e a imensidão de sua arrogância – agora, três anos depois de Sawyer e os demais terem se integrado à Iniciativa Dharma, Jack aparece achando que vai ser o líder que sempre foi e que vai ter todo mundo esperando por ordens suas, e ele está completamente atordoado com o fato de que essa posição foi agora ocupada por LaFleur… e que provavelmente ele é um líder muito melhor do que ele. Nada mais é como o Jack se lembra, e é hora de ele baixar a sua bola – e quando ele aparece na casa de Sawyer e Juliet (a reação dele ao perceber que eles estão juntos!) querendo fazer cobranças, Sawyer dá uma excelente resposta que o coloca de volta no seu lugar. Sawyer, Jin e Juliet assumiram muito uma posição de protagonismo com essa virada de “Lost” e, particularmente, EU ADORO ISSO. Merecido.

Jin também tem um papel importante em “Namaste” – depois de descobrir que Sun estava no avião que trouxera Jack, Hurley e Kate de volta para a ilha, ele sai em busca de alguém que possa confirmar para ele se um avião pousou ou caiu ali ou não… mas como Radzinsky diz, todos já saberiam a essa altura se um avião tivesse chegado na ilha. Durante as suas andanças pela floresta, Jin se depara com o que todos acreditam ser um Hostil – ele logo percebe que se trata de Sayid (!), mas os dois nem têm a oportunidade de ter um reencontro decente antes que Radzinsky chegue, e então Jin precisa interpretar o seu papel, ou então ele poderá ser descoberto, ou pior: ser acusado de traição, espionagem ou algo assim. Então, Jin aponta uma arma para Sayid e o manda ficar quieto, e ele é feito prisioneiro por Radzinsky, como se fosse um Hostil furando a trégua.

LaFleur é logo chamado para ajudar a resolver toda a situação, mas não há muito que Sawyer possa fazer, na verdade – eles não podem dizer como Sayid realmente chegou à ilha, e é tarde demais para incluí-lo como um dos novos recrutas de 1977, então ele precisa se declarar como um Hostil e aguardar… Sawyer vai fazer de tudo para mantê-lo em segurança, mas, por ora, preso, até que algo melhor lhe ocorra. A conclusão desse episódio traz uma das cenas mais interessantes e mais emblemáticas de “Lost” que, é claro, só é possível graças à viagem no tempo: Sayid recebe a visita de um garoto curioso, que lhe leva um sanduíche e pergunta se “ele é um Hostil”, e podemos sentir toda a tensão do momento mesmo antes de o garoto dizer o seu nome, porque um flashback de outra temporada já nos mostrou esse garoto e sabemos exatamente quem ele é…

Ben.

 

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