His Dark Materials 3x07 – The Clouded Mountain

“For Lyra”

Chegamos a um momento tão crucial de “His Dark Materials”, uma sequência tão grandiosa que, ao fim desse episódio, estamos ainda processando o que acabamos de assistir… Philip Pullman escreveu uma das trilogias mais incríveis da literatura, e a terceira temporada de “His Dark Materials” adapta “A Luneta Âmbar” em toda sua grandiosidade e beleza, dando aos personagens a oportunidade de mostrarem a que vieram (as cenas de Marisa Coulter e Lorde Asriel nesse episódio foram de tirar o fôlego). Fico muito contente que, com toda a importância que foi dada à República e à guerra iniciada por Lorde Asriel, a série conseguiu entregar o ápice da ação aqui, em “The Clouded Mountain”, deixando um episódio inteiro para uma conclusão que é muito mais intimista e reflexiva, o que para mim sempre foi o forte de “Fronteiras do Universo”.

No episódio passado, Asriel teve finalmente que enfrentar a realidade de que talvez ele não seja tão especial quanto ele queria ser – por mais grandioso que seja o seu plano e a guerra iniciada contra o Regente, não é ele quem está “mudando os mundos”, mas sua filha, Lyra Belacqua. É Lyra que, ao desafiar a morte e ao libertar os prisioneiros do Mundo dos Mortos, enfraqueceu o domínio do Regente Metatron sobre os mortais: e sua missão sempre teve duas partes, e ela ainda não chegou à segunda parte dela… para que Lyra possa fazer o que ainda precisa ser feito, Lorde Asriel e Marisa Coulter sabem que precisarão conseguir para ela todo o tempo possível, e isso inclui lutar bravamente em uma batalha de proporções inimagináveis, e atrair o próprio Metatron para o abismo que está sugando o Pó do mundo… e, quem sabe, se sacrificar no processo, se for necessário.

Toda a batalha rende sequências de ação cinematográficas e intensas – algo que não era, talvez, tão grande no livro, mas que funciona demais na mídia audiovisual, e ficou incrível de se assistir… ver as feiticeiras lutando ao lado de humanos e de anjos que enfrentam o Regente, ou ver a Marisa controlando os espectros devoradores de daemons que conhecemos em Cittágàze na temporada passada enquanto Lorde Asriel pilota a nave da intenção em uma guerra celestial que é muito maior do que ele… todas cenas de tirar o fôlego, mas Marisa Coulter é a mais inteligente de todos eles – ela sabe o que precisa ser feito para destruir o Regente, e essa batalha física não será o suficiente. Por isso, caminhamos para um dos melhores momentos da personagem, quando a vemos atrair Metatron, pronta para seduzi-lo e manipulá-lo… e ela é ótima nisso.

Marisa e Asriel protagonizam cenas paralelas em um “confronto” contra Metatron – cada um à sua maneira, cada um com sua estratégia… e, é claro, MARISA É UM ÍCONE. Comentei na minha última review sobre como a construção de Marisa como personagem é fascinante, daquela mulher odiosa com um macaco dourado demoníaco como daemon, a uma anti-heroína de caráter duvidoso, mas com um amor sincero pela filha, e aqui a vemos fazer o que Asriel não é capaz… no alto de sua arrogância, Asriel quer enfrentar um ser que, mesmo já tendo sido humano um dia, é mais poderoso do que ele; Marisa sabe que não pode vencê-lo em uma batalha física, e que precisará vencê-lo com palavras, fazendo-o acreditar que está ao se lado e que pode ajudá-lo em sua guerra contra Lorde Asriel e contra Lyra. E ela consegue convencê-lo disso

Até ter a oportunidade de atraí-lo para o Abismo.

Enquanto eles protagonizam uma das sequências mais icônicas e marcantes das três temporadas de “His Dark Materials”, caindo através do Abismo e levando Metatron com eles, também acompanhamos Will e Lyra enquanto eles deixam o Mundo dos Mortos para trás – eles poderiam ter passado pela janela que abriram até o mundo dos mulefas, para onde as almas estão saindo para se tornarem livres, mas eles sabem que não podem fazer isso, não ainda, pelo menos… eles precisam encontrar a República de Asriel e reencontrar seus daemons, que eles esperam que estejam bem. E enquanto a guerra acontece a todo vapor, Serafina Pekkala encontra Pan e o daemon finalmente exteriorizado de Will, na forma de uma gata, e precisa convencê-los a ir com ela… mesmo que Lyra e Will os tenha abandonado, eles voltaram por eles agora.

Então, Lyra e Will reencontram seus daemons em uma sequência breve que ainda não entrega toda a emoção esperada – porque isso vai ficar para o próximo episódio, como aconteceu no livro. Nesse momento, Will apenas abre uma passagem para que ambos possam atravessar para um lugar seguro, e eles ficam para trás por tempo o suficiente para ver o macaco dourado, o daemon de Marisa Coulter, fazer o que tinha que fazer para ajudar Lyra e destruir Metatron, e desaparecer no ar com a morte de Marisa… é um momento breve, triste e profundamente emocionante, porque o macaco dourado, que outrora detestávamos, consegue expressar toda a dor daquele momento em seus olhos, e todo o amor que ele e Marisa, no fim das contas, sentiam por Lyra. Lyra também sente a sinceridade desse sentimento, e chora ao saber da morte da mãe.

Agora, nos preparamos para o final emocional de “His Dark Materials”. Com a queda de Metatron e a vitória da República de Asriel, e aquele momento breve no qual Will e Lyra libertam a Autoridade, velha e fraca, sem nem saber o que estão fazendo, essa parte da história acabou… mas a última parte da missão de Lyra ainda precisa ser cumprida: ela ainda vai desempenhar o papel de Eva – e o mais importante, como sempre ficou muito claro: ela não pode saber o que está fazendo. Nesse momento, depois de tudo o que eles passaram e enfrentaram, tudo o que Lyra quer é poder cruzar uma janela entre mundo mais uma vez e se reunir com Pantalaimon, seja lá onde ele estiver, e é o que Will vai fazer por ela. Estou me preparando para as lágrimas que me esperam na conclusão de “His Dark Materials”, mas com a certeza de que a série entregará um final lindo.

A adaptação foi muito boa até aqui. E o final do livro é tocante.

Vamos lá!

 

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