Além da Ilusão – Ciganos: Parte 1

Refugiados de guerra.

EU ADOREI A TRAMA DOS CIGANOS EM “ALÉM DA ILUSÃO”. Passei raiva com todo o preconceito que eles sofreram? Sim, demais. Mas gostei do fato de as coisas serem meio “rápidas” e eu poder, finalmente, ter aquele sentimento catártico quando as coisas começam a se resolver… sem contar que todo o visual (e não estou falando apenas do Bruno Bevan) é incrível, e eu gostaria que eles ficassem mais tempo na novela… depois de roubar a Clarinha e ser atormentado por Davi, Matías acaba no acampamento que um grupo de ciganos subiu na fazenda, e, quando é resgatado, o pessoal decide que eles precisam ser expulsos dali imediatamente. Então, dois deles, Lyra e Yanko, procuram Isadora na fazenda para contar que são russos que chegaram há 3 anos no Brasil, fugindo da guerra por serem perseguidos pelos alemães, e só precisam de um lugar para ficar…

Eles explicam que eles só querem montar acampamento ali por uns dias, depois irão embora, e eles procuraram a pessoa certa: Isadora é uma pessoa de alma boa, ela os entende e quer ajudá-los – e é bacana como a trama dos ciganos fala sobre a Segunda Guerra Mundial, sobre o nazismo, sobre a perseguição às “raças que não são puras”, e como isso também se conecta a alguns diálogos de Bento e Lorenzo, que continuam em um navio rumo à guerra… a grande ironia desesperadora é o fato de que Lyra, Yanko e os demais fugiram da guerra e de pessoas que o perseguiam, mas são igualmente perseguidos por pessoas que se julgam melhores que eles, ali mesmo em Campos dos Goytacazes. Foi angustiante e, mais do que isso, revoltante, acompanhar Benê liderando um grupo de homens com armas em punho marchando para “expulsar os ciganos”.

É uma questão de intolerância, desrespeito e preconceito – e poucas pessoas parecem dispostas a fazer algo para impedir essas injustiças. Rafael tenta, por exemplo, mas está em minoria, e embora acompanhe nervoso a tudo, ninguém o respeita o suficiente para abaixar as armas quando ele pede que façam isso. Então, ele se coloca na frente de uma arma apontada, porque é a única maneira de, talvez, ser ouvido, e diz: “São refugiados de guerra querendo alguns dias de descanso. Que mal há nisso?” Sério, naquele momento, meu coração meio que deu um salto e eu entendi PERFEITAMENTE por que a Isadora está apaixonada por ele… de verdade. Logo depois, Isadora chega também para defender os ciganos e para dizer que eles não são inimigos e, portanto, podem ficar ali, e então “Além da Ilusão” nos mostra novamente como Isadora e Rafael são compatíveis.

Gosto de como essa interação dos dois com os ciganos também incentiva o romance deles, com a Isadora ganhando um lenço de presente de Lyra, por exemplo, e ela dizendo que “é para ficar mais bonita para o seu amor”, mas ela se apressa a dizer que ela e Rafael são apenas amigos… sem hesitar, Rafael diz que Isadora sabe que tem o seu coração, mas o dela tem outro dono. No caminho de volta para a cidade, depois, os dois conversam na charrete e Rafael volta a pedir desculpas, oficialmente, pelo beijo, e ela volta a dizer que quer ser sua amiga, mas ele diz que isso ele não pode fazer e, por isso, ele precisa afastar-se dela… o que, é claro, ela não quer aconteça, de modo algum. Ela pode tentar negar para si mesma, tenta dizer que “ela não pode se apaixonar”, mas já é tarde demais para isso… ela estava apaixonada há tempos, e o beijo mexeu muito com ela.

Eu gosto como o recente beijo traz algumas repercussões… Isadora está muito mexida, por exemplo, mas não quer falar com ninguém sobre isso, e Violeta busca o próprio Rafael para saber se aconteceu algo, e ele conta sobre tê-la beijado, mas diz que foi um erro e já se desculpou por isso. Violeta, no entanto, diz que talvez tenha sido um erro, no fim das contas, porque talvez esse beijo balance seu coração e ela desista, de uma vez por todas, desse seu casamento com Joaquim, que não faz o menor sentido… e até o Rafael já percebeu que Isadora está, sim, apaixonada por ele, tanto é que a sua camisa, que ela devolveu no dia do beijo, tem uma mancha de batom, o que Augusta tem certeza que significa que Isadora pôs bem perto do seu rosto para sentir o cheiro dele. Bem, e foi exatamente isso o que aconteceu mesmo. E várias vezes.

Enquanto isso, os ciganos enfrentam discursos e acusações absurdas, preconceito, pessoas fugindo deles e os maltratando quando eles só estão tentando ganhar dinheiro lendo mão ou vendendo tachos, para poder comprar comida para eles e para os filhos… felizmente, Isadora pede que Manuela prepare uma sopa e leva para o acampamento naquela noite, e é um momento bem bonito – destaque para a Manuela toda boba ganhando um tacho em agradecimento. Naquela noite, Lyra pede para ler a mão de Isadora em agradecimento a tudo o que ela tem feito por eles, então ela descobre uma série de coisas, e diz, por exemplo, que o amor está batendo na porta do seu coração, mas ela não abre, não está deixando ele entrar… “Por quê? Por que não acredita no amor?” Eventualmente, Isadora precisará reconhecer que está amando.

 

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