The Last of Us 1x02 – Infected

O sacrifício de Tess.

TENSÃO. Novamente excelente, o segundo episódio de “The Last of Us” continua a história de Joel e Ellie, tendo que atravessar um país cheio de infectados, em uma narrativa que constrói muito bem o suspense, entregando um episódio de tirar o fôlego. Gosto de como a série tem se preocupado em, aos poucos, explicar o que está acontecendo para todos que, assim como eu, nunca jogaram “The Last of Us” – e sem que o episódio se torne didático por isso. A mitologia da série está sendo construída através de diálogos como quando Joel e Tess explicam para Ellie a respeito de como os infectados estão conectados, ou através de flashbacks que nos levam de volta a momentos-chave da história do fungo que infectou o mundo e contra o qual não se tem como vencer.

O primeiro episódio nos levou de volta à década de 1960, quando uma entrevista com um infectologista levantou a possibilidade de uma infecção contra a qual a humanidade não teria nenhuma chance, algo que talvez parecia distante e até absurdo naquele momento, mas que vimos deflagrar em 2003, em um início fascinante para “The Last of Us”. Esse segundo episódio nos leva de volta a 2003, através de uma cientista que é chamada para estudar um dos primeiros casos de infecção pelo fungo, e a sua atitude sem esperanças é muito parecida com a do infectologista da década de 1960: não há como vencer… por isso, ela sugere que a cidade seja bombardeada e explodida, com todas as pessoas que estão lá – para impedir que a doença se espalhe.

Sinto que há muito que se pode explorar nessas introduções de episódio!

Depois, o episódio retorna para o presente, e gosto muito da dinâmica que está se construindo entre Ellie e os demais. Mordida, mas não realmente “infectada”, Ellie levanta todo tipo de suspeita de Joel, que chega a pensar em abandonar a missão, voltar para casa e deixar que outra pessoa lide com ela – e o teria feito, se não fosse por Tess, que o impediu, porque acredita que Ellie é mesmo imune, ou então já estaria “se transformando” a essa altura. Ou Ellie é a chave para uma cura milagrosa que se busca há 20 anos, embora Joel já tenha ouvido isso milhares de outras vezes e não acredite, ou pelo menos levá-la em segurança até onde Marlene pediu lhe garantiria um carro com o qual ele pode ir atrás do irmão… afinal de contas, foi por isso que tudo começou.

“Infected” é um episódio excelente, e de fotografia muito bacana… exploramos mais da cidade destruída num cenário pós-apocalíptico, enquanto os personagens continuam uma jornada perigosa, escolhendo caminhos que lhe garantam um pouco mais de segurança, dentro do possível. Quando o caminho mais longo e teoricamente mais seguro, no entanto, está repleto de infectados, eles precisam mudar o plano. E é dali em diante que o suspense toma conta do episódio de maneira mais efetiva. Ver aquela horda de infectados se contorcendo no chão à distância já me causou uma angústia indescritível, mas o episódio ganha uma sequência de ação com dois infectados que os atacam diretamente, e é uma das melhores coisas que a série fez até aqui.

QUE CENA ESPETACULAR.

Sinto que o ápice do episódio veio ali, naquela sequência escura, assustadora e silenciosa, porque os infectados não enxergam, mas escutam – e o som feito por eles é de arrepiar. Joel é um grande personagem, mas Tess tem um quê de determinação e de liderança que fará falta de agora em diante… porque, infelizmente, ela acaba sendo infectada e, mais cedo ou mais tarde, ela precisa contar isso para Joel e Ellie, porque não pode colocá-los em perigo. E isso acontece quando eles chegam ao destino inicial, mas descobrem que um massacre aconteceu ali. Quando Ellie se dá conta de que Tess está infectada, Tess mostra sua ferida e a compara com a de Ellie, como uma prova para que Joel perceba que Ellie é mesmo imune… que ela pode ser a resposta.

Então, Tess o instiga a seguir a missão sozinho, a ajudar Ellie e a manter em segurança – enquanto isso, ela se sacrifica lindamente para destruir um grupo imenso de infectados que estava pronto para atacar Joel e Ellie. “The Last of Us” consegue equilibrar muito bem o suspense, o drama e as sequências de ação, conferindo humanidade e significado mesmo às sequências mais grotescas e assustadoras. Como comentei na minha primeira review de “The Last of Us”, eu nunca joguei o jogo, portanto não sei o que me espera pela frente, mas estou gostando bastante da construção do roteiro da série, tanto no presente, depois da infecção, quanto nos breves flashbacks que nos mostram um pouquinho de como o mundo chegou a esse estado.

Ansioso por mais!

 

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