Smiley 1x07 – Cinco Minutos Antes de la Cuenta Atrás

Contagem regressiva.

Estou muito triste com a possibilidade de me despedir desses personagens? Sim. Mesmo assim, AINDA BEM que só falta um episódio, então eu sei que as coisas têm que dar certo para Bruno e Álex em breve – porque eu não aguento mais sofrer por eles! “Cinco Minutos Antes de la Cuenta Atrás”, como o título sugere, nos aproxima do Ano Novo e, mais uma vez, eu ADORO como “Smiley” consegue ambientar um episódio inteiro em um único cenário e ser perfeitamente dinâmico e interessante, dando-nos a sensação de que poderíamos continuar ali para sempre e estaria tudo bem – o que, é claro, é o resultado do fato de a série ser a adaptação de uma peça de teatro de 2012, escrita por Guillem Clua. Podemos sentir a inspiração do teatro na fluidez do texto e na direção.

Os encontros e desencontros de Aléx e Bruno levam Bruno até uma celebração de Ano Novo no Bar Bero, o bar onde Álex trabalha. Acho extremamente cativante como Carlos Cuevas e Miki Esparbé entregam uma atuação cheia de verdade, e como todos os sentimentos estão expostos até quando os personagens não querem que eles estejam. Dá para ver no olhar, na expressão, na maneira de respirar… Bruno está feliz e, por mais que racionalmente não queira, esperançoso com o convite para passar o Ano Novo no Bar Bero, e por isso é muito triste ver essa alegria se esvaindo quando ele descobre que não foi mesmo Álex quem mandou o convite. Ainda assim, Álex quer que Bruno esteja ali, e podemos ver isso pelo fato de ele fazer de tudo para que Bruno não vá embora.

Como vivemos em um mundo muito menor do que gostamos de acreditar – como o próprio episódio anterior enfatiza –, Bruno encontra Núria trabalhando no bar, o que lhe parece muito estranho, já que ela e Albert costumam ter uma celebração própria de Ano Novo que é uma tradição desde sempre… a história de Núria e Albert foi facilmente um dos pontos altos do episódio. Quando Bruno ouve a respeito dos sentimentos de Núria e avisa o amigo, Albert faz de tudo para vir correndo e poder esclarecer para ela que a ama, que quer continuar suas tradições e que quer passar todos os Anos Novos de sua vida ao seu lado – novamente, fiquei muito orgulhoso de Albert. A cena da sua declaração foi linda, sincera, emocionante e me levou às lágrimas.

Mas eles foram o único casal que teve “um Ano Novo feliz”. Ramiro, por exemplo, aparece para ver Javi, e se encanta com sua apresentação como Keena Mandrah, mas as coisas não saem como ele planejou. Embora o encanto esteja no seu olhar e no seu sorriso, e embora ele queira continuar vendo Javi porque a noite que passaram juntos foi especial, Javi o dispensa por causa de toda a história com Rosa e com Álex – mas, sinceramente, eles não têm o direito de lhe cobrar nada. Foi de partir o coração ver o Javi dizendo a Ramiro que eles não podiam continuar se vendo, mesmo que concorde sobre a conexão deles e que goste dele de verdade. Ver o Ramiro sozinho num banco e o Javi sem ter quem abraçar/beijar na virada do ano foi extremamente triste.

Álex e Bruno, por sua vez, conseguem compartilhar alguns momentos, mesmo no caos de um bar mais cheio do que qualquer um esperava, e eu gosto muito de como a relação deles é muito mais íntima e baseada em pequenas coisas que não são necessariamente visíveis, porque são os pequenos momentos especiais que compartilham que torna tudo tão significativo… quando Bruno descobre que não foi Álex quem mandou a mensagem e pensa em ir embora, por exemplo, Álex tenta impedi-lo tanto de ir quanto de levar o presente que ele levara como uma forma de “agradecimento”, e quando o tal presente se revela um DVD de “Levada da Breca”, meu coração disparou, bem como o deles. A maneira como ambos imediatamente entendem o quanto aquilo significa.

A conexão deles é TÃO REAL.

Ramón não está porque sua moto deu problema e ele precisa ir de metrô, o que está deixando Bruno angustiado – afinal de contas, ele está sozinho em um bar cheio, ainda tendo que ver o Álex com o Ibra, mesmo que visivelmente não exista conexão alguma entre eles… a relação de Álex e Ibra é tão inverossímil que parece que nem mesmo eles acreditam nela – e, na verdade, Álex não acredita mesmo. Toda vez que olha para Bruno, ele sabe que não acredita na relação com Ibra. Destaco momentos como a reação IMPAGÁVEL do Bruno quando Núria e Albert entram no depósito e Álex diz que “eles não vão ser nem os primeiros nem os últimos a transarem ali”, ou quando Ibra pergunta se Álex se arrepende de algo que não fez nesse ano e Álex involuntariamente olha para Bruno.

Há tanta conexão ali. Tanta vontade. Tanta coisa não dita.

Mas Bruno as diz… de uma maneira ou de outra, ele eventualmente as diz, E TEMOS UMA DAS CENAS MAIS FORTES E MAIS TRISTES DE “SMILEY”. No fundo, eu sabia que algo assim estava por vir, e também sabia que precisávamos de algo assim para ser o “empurrãozinho” de que esse romance precisa, mas eu não estava preparado e a dor evidente de Bruno me machucou. Quando ele pede uma cerveja e Álex parece “não lembrar que ele não gosta de cerveja sem álcool”, Bruno faz uma analogia fortíssima e clara sobre a “cerveja” de que gosta, sobre a “cerveja” que gostaria de beber, mas que sabe que não pode… que achou que podia, que teria aceitado se Álex tivesse respondido quando teve a chance, quando ele mandou aquele smiley (!), mas agora é tarde e ele está tomando uma cerveja sem álcool e sem graça.

Aquilo tudo é IMPACTANTE. O texto é bom, e a atuação está mais intensa do que nunca. Miki Esparbé enche Bruno de tanto sentimento que sentimos toda sua dor, sua frustração, seus medos, seus anseios, e aquele olho cheio de lágrima me emocionou e me entristeceu, porque eu não queria que ele sofresse. Álex, sempre tão falante, sempre com uma resposta na ponta da língua, ouve a tudo em choque e em silêncio, tentando processar tudo o que ouviu, porque sabe que não foi qualquer coisa. Agora, as coisas precisam andar para eles. Só fico triste (e fico muito triste!) por Ramón, que é um doce e não merecia sofrer, então ele ter ouvido quando o Bruno o chamou de “cerveja sem álcool e sem graça” foi uma crueldade imensa. Também quero que o Ramón fique bem.

Vamos ver o que o último episódio nos reserva!

 

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