Sítio do Picapau Amarelo (2003) – Os Bandeirantes: Parte 2



Vai começar a caçada pelo ouro…
CONTINUA A HISTÓRIA DOS BANDEIRANTES NO SÍTIO DO PICAPAU AMARELO – e agora é a vez de Dona Benta conhecê-los e, quem sabe, se decepcionar com os seus “heróis”. Eu entendo a Dona Benta, como uma grande estudiosa, capaz de entender o quanto os bandeirantes foram importantes para a história do Brasil, mas a verdade é que é praticamente impossível simpatizar ou ao menos entender o Bartolomeu e todas as atrocidades cometidas por ele. Mas essa talvez seja a trama de “Os Bandeirantes”, no fim das contas. Já entendemos, aos poucos, que o Bartolomeuzinho não é tão mau quanto o pai, e a própria Gavita, que faz de tudo para impressionar o pai e para que ele não fique decepcionado porque “ela não nasceu homem” (!), na verdade tampouco tem um coração mau. Mas agora até fazer com que o Bartolomeu pare de agir motivado pelo ouro…
Ah, não sei, não.
Emília vai atrás de Piracema e da Tia Nastácia, enquanto o Pesadelo caça para o Bartolomeuzinho, levando Narizinho, Pedrinho e o Poti para a caverna da Cuca. Emília, por sua vez, sempre inteligente, aproveita o sumiço de Bartolomeuzinho para negociar com o Anhanguera, e diz que pode levá-los até o “bandeirolinha”, se eles aceitarem liberar os prisioneiros. O plano da Emília é levar os bandeirantes até a caverna da Cuca e deixar que eles se entendam com a jacaroa, mas é justamente o lugar onde o garoto (que, por sua vez, já está encantado pela Narizinho) estava mesmo. Quando Emília chega até lá com eles, no entanto, o Saci já tirou o Bartolomeuzinho e o resto do pessoal e os levou de volta para o Sítio de Dona Benta, então os bandeirantes só têm que lidar com uma jacaroa que desperta muito brava por causa da sarabatana que a colocou para dormir.
Agora, então, os bandeirantes vão em busca do Bartolomeuzinho no Sítio do Picapau Amarelo. Dona Benta, por sua vez, está encantada com a presença do garoto em sua sala de estar: “Bartolomeu Bueno Filho em pessoa?! Na minha casa?!”, então ela passa da bronca para os netos ao fascínio e acesso de fangirling. Sempre é legal quando as crianças do Sítio fazem amizade com outras crianças, e o Bartolomeuzinho já está se dando bem com o Pedrinho, encantado pelo seu quarto, diferente de tudo o que ele sempre teve, e Narizinho também o leva para conhecer seu quarto, embora ele fique dizendo que “não é certo entrar no quarto de uma moça”. Bartolomeuzinho está todo apaixonadinho, e a Narizinho está cheia de sorrisos… acho que a garota já não pensa mais no Príncipe Escamado, do Reino das Águas Claras, a não ser quando lhe convém.
Quando Emília chega ao Sítio com o Anhanguera, Pedrinho estende a mão para ele, dizendo que “é um prazer conhecê-lo”, e Dona Benta comenta que não acha que ele fará alguma coisa contra eles, não depois de eles terem cuidado do Bartolomeuzinho e tudo o mais, mas ela não podia estar mais errada – a primeira coisa que o Anhanguera faz é mandar prender todo mundo no galinheiro. Para Dona Benta, ele anuncia que “o Sítio dela agora está sob a sua custódia”, e a acusa de estar escondendo ouro e acolhendo índios fugidos. Para completar, Bartolomeu ainda declara Tia Nastácia sua escrava (!), para o horror das velhas… é razoavelmente forte, e o discurso do Anhanguera é apavorante, como ele acha que “o ouro, por direito, é deles, dos brancos, e não dos índios”, e eu me pergunto como é que eles chegaram a essa conclusão.
Porque eles realmente pensavam assim!
Como eu disse, talvez o foco de parte da história seja a relação de Bartolomeu com os filhos – ele terá que aprender a deixar a ambição e a violência de lado para que possa se aproximar de Bartolomeuzinho e Gavita. O filho tenta impedir o pai de prender todo mundo, sem sucesso, e Gavita, em uma cena bem triste, pergunta ao pai se “ele ainda tem raiva dela por ela ter nascido menina”. O pai diz que não, mas tampouco a acompanha quando ela pede que ele deixe a história de ouro um pouquinho de lado e a acompanhe até o riacho… naquela cena, Gavita esteve mais feminina que nunca, e Tucuna a observa com certo encanto. Mas ele está ali para contar-lhe que Emília fugiu do galinheiro, e Gavita imediatamente se sente culpada, porque era sua obrigação ter estado ao lado do galinheiro o tempo todo, para que isso não acontecesse…
Eu sofri com a cena do pai se voltando contra ela: “Se você tivesse nascido homem, nada disso tinha acontecido. Você é uma vergonha, Gavita”. TÃO TRISTE. Tucuna, no entanto, a defende, diz que a culpa é dele e que foi ele que os deixou escapar, então Bartolomeu o manda embora: não faz mais parte de sua tropa. Gavita tenta interceder por ele junto ao pai, sem sucesso, naturalmente, e ela se despede de Tucuna, triste, dizendo que não concorda com o que o pai está fazendo, e o agradecendo por tê-la defendido… aos poucos, Gavita está mudando. Quando o Bartolomeu manda trazer o Rabicó e a Dona Benta, para ameaçar assar o Rabicó caso ele não conte onde está o ouro, Gavita chega a tentar defendê-lo, também, porque tem pena do leitão, mas Bartolomeu não desiste, e o Rabicó, com medo de ser assado, resolve contar sobre o ouro.
Ele o levaria até lá, para fugir do forno.
O Anhanguera só quer o ouro para levar ao Reino de Portugal… e agora vai começar uma caça pelo ouro, porque a Cuca também acaba prendendo a Piracema, para saber sobre o ouro, mas a índia engana a Cuca, dizendo que todo o ouro está com o Anhanguera, que já descobriu onde o ouro está: “Quem é essezinho que pegou o meu ouro?” Agora, só esperar a cena da Cuca x o Anhanguera. Fiquei esperando que a Cuca aparecesse a tempo de “salvar” o Rabicó, ou que a Gavita e o Bartolomeuzinho, que estavam em reunião sobre isso, condenando as atitudes do pai, fizessem algo, mas não é nem um nem outro… sem a ajuda de Tucuna ou dos filhos, Bartolomeu chama os outros bandeirantes para ajudá-lo com o Rabicó, mas os “bandeirantes” agora são o Tio Barnabé e o Zé Carijó disfarçados, então eles batem em Bartolomeu e conseguem salvar o leitãozinho do Sítio
Por ora, tudo está bem.
Mas tem muita história ainda pela frente!


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