[Season Finale] Doctor Who 12x10 – The Timeless Children


 
“Run, Doctor!”
Eu ainda estou em choque e tentando organizar o que eu senti assistindo a “The Timeless Children”, o último episódio da 12ª temporada de “Doctor Who”. Não foi o episódio épico que eu estava esperando, não foi o fechamento de arco que já vimos em outras temporadas, como com “The Name of the Doctor” ou “Hell Bent”, mas ainda temos alguns pontos em aberto a serem explicados… o episódio trouxe o Mestre, a Timeless Child, a Ruth-Doctor e uma nova raça de Cybermen, mais perigosos do que nunca. E tudo pareceu grandioso, assustador. O Mestre tinha um plano realmente terrível, e estava mais descontrolado que nunca, mas o foco do episódio foi nos trazer novas informações sobre o passado da Doctor, a criação dos Time Lords e a origem das regenerações. É diferente do que pensávamos que sabíamos, e ainda estamos assimilando tudo, como podemos.
Mas não é tão separado de dicas que já tivemos no passado.
“The Brain of Morbius”, hello!
Vou ter que analisar o episódio em retrocesso depois de um tempo… o que eu posso dizer é que Chris Chibnall, por enquanto, não faz um trabalho tão bom como roteirista de “Doctor Who”, porque ele nos priva de coisas importantes para a série, como a conexão com os companions. Estávamos no último episódio da temporada, e não podíamos nos importar com o que estava acontecendo com Yaz, Ryan ou Graham. Eu estava completamente indiferente. O interessante é que o que Chibnall trouxe agora para a série, embora gostaríamos de ver mais e entender alguns detalhes melhor, abre um leque de possibilidades imenso… há tanta coisa no passado que não conhecemos e que ainda pode ser explorado. Talvez as próximas temporadas façam isso. Talvez voltemos ao universo da Timeless Child, às primeiras regenerações, à Ruth-Doctor.
Onde ela se encaixa, afinal?
Esperamos que no futuro…
No fim do episódio passado, o Mestre apareceu através do Portal, e agora ele leva a Doctor com ele até Gallifrey – aquela mesma Gallifrey que foi completamente destruída por ele depois de ele ter “descoberto a verdade”. E, agora, ele quer mostrar tudo para a Doctor, quer compartilhar com ela o que ele descobriu. E é assim que ele nos leva de volta no tempo, para uma época antes do desenvolvimento de Gallifrey, antes do nascimento dos Time Lords, quando uma única cientista, Tecteun, criou a viagem espacial e começou a explorar o espaço… e, em uma de suas viagens, ela chegou a um Portal onde encontrou uma criança, sozinha e abandonada, vinda de outro universo ou outra dimensão, e então ela a acolheu. A criança ficou ao seu lado, viajando com ela, até que ela a levou de volta para Gallifrey e a garota sofreu um acidente.
Um acidente que deveria matá-la.

“The child remained a mystery until, playing with a friend, like any other child, there was an accident. A catastrophe... for Tecteun, for the child she'd saved, now lost to her. Or so she thought. The child regenerated. The first regeneration of any person on the planet of Gallifrey”

Foi assim, então, que a regeneração chegou até Gallifrey. Não naturalmente, mas trazida através de uma criança de algum outro lugar, a Timeless Child. Fascinada e gananciosa, Tecteun, então, estudou essa criança como pôde, tentou replicar esse efeito de regeneração – algo que um humano também faria nessa situação, porque o medo de morrer é maior que tudo. E a criança sofreu durante testes e testes e testes, regenerando em inúmeras versões de si mesma, até que Tecteun conseguisse entendê-la e reproduzir seu “poder”. Tecteun foi a próxima a se regenerar. E, então, os Shobogans evoluíram, Gallifrey se desenvolveu, a elite autoproclamada do planeta, com suas renegerações, se autodenominou “Time Lords”, e as regenerações foram passadas adiante, com o limite de 12 vezes. E tudo só foi possível graças à misteriosa Timeless Child.

“What happened to the child?”
“Oh, Doctor, really? Haven't you worked this out yet? The child is you. You are the timeless child”

Já tínhamos uma noção, então, de para onde o episódio estava nos levando: A DOCTOR É A TIMELESS CHILD. Ela nega, a princípio, porque ela não se lembra de nada disso, porque isso não faz sentido para ela, mas é verdade, e o episódio parece deixar isso suficientemente claro para que não possa ser desmentido, quando a Doctor usa as suas memórias para escapar da Matrix… eu estava em choque, quase tremendo, me perguntando se isso era mesmo verdade… porque se a Doctor é MESMO a Timeless Child, a pessoa que deu origem aos Time Lords, então quantas outras encarnações já existiram? Aquelas 13 originais já não são as primeiras, e existe tanta coisa na história da Doctor que nós simplesmente não conhecemos… e que talvez nunca conheçamos. A Doctor tenta negar, tenta dizer que conhece sua vida e sabe quem ela é… mas ela se lembra mesmo?
Ou eles esconderam a verdade dela?
Eu adoro o mistério e as possibilidades que se abriram!

“I wish it wasn't true, but it is. You know what I find the most infuriating? You always behaved like you were different, like you were... like you were special. And you were. You can see... You can see why I'm angry. A lit-little piece of you is in me. All I am is somehow because of you, and believe me when I say, I cannot bear that!”

O próprio personagem do Doctor foi parcialmente reescrito. Esperamos que ainda tenha sido o Primeiro Doctor, do William Hartnell, quem escolheu se chamar “The Doctor”, ou que tenha sido com ele que o circuito camaleão estragou, ficando para sempre no formato da caixa azul, mas tememos que as coisas sejam alteradas. A Ruth-Doctor, por exemplo, se veio antes disso, não deveria ser conhecida como “Doctor” ou ter a TARDIS daquele jeito… mas em nenhum momento é 100% confirmado que a Doctor de “Ruth” tenha realmente vindo antes, e eu espero que não. A Doctor, então, pede que o Mestre lhe mostre o resto. É sua história, e ela tem o direito de saber… então, descobrimos uma organização secreta dos Time Lordes, conhecida apenas como THE DIVISION. Uma organização “que não existe”, que estava ali para interferir quando era necessário.
E o Doctor era parte disso.
E o Doctor já fora o Brendan, do episódio passado.
Será que podemos acompanhar mais sobre “The Division” futuramente?
É TUDO MUITO GRANDIOSO, MUITO LOUCO, MUITO MEGALOMANÍACO. Chibnall foi ambicioso. Porque é imenso o que existe pra trás, e nós gostávamos de pensar que já sabíamos o que tinha para saber de mais importante no passado do Doctor. E ficamos cada vez com mais raiva dos Time Lords, por essa crença deles de se sentirem verdadeiros deuses, capazes de se regenerar, viver inúmeras vidas, viajar no espaço e no tempo, interferir onde bem entendessem, segundo seus próprios interesses. Há muita coisa para trás, e muita coisa que ainda não sabemos. “What did they do to you, Doctor? How many lives have you had?” Eu espero sinceramente que o Chibnall vá continuar explorando isso, porque ele não pode jogar uma bomba como essa e deixar que nós preenchamos as lacunas… e nós temos tantas perguntas que quase nem podemos enumerá-las.
Como o Mestre disse, tudo foi uma mentira.
Também acompanhamos O PLANO DO MESTRE, que é um plano perverso, daqueles de dar calafrios. Ele deixa os Cybermen entrarem em Gallifrey, entregando o planeta para eles de presente, e ele tem uma ideia, uma aliança que ele quer fazer. Os Cybermen querem ser mais poderosos, mas planejam acabar com toda a vida orgânica, o que quer dizer que eles se tornarão apenas robôs vazios. E, como o Mestre diz, existem milhões de robôs em todo o universo, então ele pode oferecer algo melhor – algo que realmente vai torná-los a espécie dominante do universo. Então, ele oferece aos Cybermen OS CORPOS DOS TIME LORDS QUE ELE MATOU EM GALLIFREY. O Mestre se une ao Cyberium (o que o deixa ainda mais descontrolado e assustador do que antes), enquanto os Cybermen começam a se unir aos corpos mortos dos Time Lords, se tornando algo novo.
O exército perfeito.
Os CyberMasters.
É insano. O Mestre cria UMA NOVA ESPÉCIE MORTAL, e os Cybermen ressurgem, então, com modificações em suas armaduras, agora para incluir os adornos pomposos que os Time Lords sempre usaram, aqueles que representam o ego deles, que os deixa com ares de poder. É de arrepiar, certamente. E para demonstrar o poder de seu “novo exército perfeito”, o Mestre faz com que um Cyberman seja “morto”, e então, como um Time Lord, ele se regenera. É tão grandioso e tão perturbador que a Doctor nem sabe o que dizer… ela ainda está processando tudo o que descobriu. E é então que ela vê a Ruth-Doctor de volta, ali apenas para ela: “Where do you fit into all this? Were you me all that time ago?” A Ruth-Doctor não responde, talvez nem ela mesma saiba, não sei se ela estará em algum lugar do passado (entre o 2º e 3º Doctor, talvez?), ou em algum lugar do futuro…
Muitos fãs a querem no futuro, liderando a série em algum ponto…
Quem sabe?

“How many more of me are out there?”
“I don't have those answers. But say I did, would they even help?”
“Of course they would. All this, it means I'm not who I thought I was”
“Because your memories aren't compatible with what you learnt today?”
“Yes”
“Have you ever been limited by who you were before?”
“Ah. Now, that does sound like me talking”

Graças a Ruth-Doctor, a 13ª Doctor encontra as forças para se libertar: depois ela pensará no seu passado e em tudo o que descobriu… agora, ela precisa impedir o plano do Mestre. Então, ela consegue explodir a Matrix e se libertar dela, em uma cena PODEROSA com a trilha clássica da série, enquanto ela fecha os olhos e usa a sua memória para sobrecarregar o sistema – e então vemos vários flashes, os rostos de Doctors antigos que acompanhamos, rostos de encarnações que nunca conhecemos, os misteriosos rostos de “The Brain of Morbius”, e é o suficiente: agora, ela está livre. E ela marca um último encontro com o Mestre, na Câmara da Matrix, e rouba uma nova TARDIS para enviar os humanos de volta para casa. Ela ficará para trás, para usar a Death Particle e destruir o que restou de Gallifrey – o Mestre e os CyberMasters –, nem que ela tenha que se sacrificar também…
A cena é FODA. Mas a Doctor não consegue. Ela tem um momento poderoso contra o Mestre (“You think that could destroy me? You think that makes me lesser? It makes me more. I contain multitudes more than I ever thought or knew. You want me to be scared of it because you're scared of everything. But I am so much more than you”), mas ela não consegue apertar aquele botão (e o Mestre sabia o que dizer para ela não apertar o botão: “Become death. Become me”)… não é quem a Doctor é, ou escolheu ser. Então, ela não destrói o Mestre, mas há quem faça. Ko Sharmus retorna assumindo o seu lugar, e então os papéis se invertem, porque ele manda a Doctor correr. Aquele “Run, Doctor!” foi excelente, e então ela corre, se salvando, enquanto Ko Sharmus fica para trás para destruir Gallifrey novamente, e com ele o Mestre e os CyberMasters.
Mas será que eles foram mesmo destruídos?
O final do episódio traz a Doctor atordoada, mais ou menos como todos nós também estamos depois de um episódio como esse, nos perguntando qual é o futuro da série… a Doctor rouba uma outra TARDIS que a leva para fora da Gallifrey e até onde ela deixara a sua TARDIS, com o circuito camaleão quebrado e tudo o mais. Estamos de volta ao clássico, estamos de volta ao que conhecemos, e quando a Doctor entra na TARDIS, queremos acreditar que ela vai seguir em frente, que tudo vai ficar bem, mas a verdade é que o Mestre tinha razão: as coisas nunca mais serão as mesmas. É muita informação a ser processada, é muita coisa a respeito de seu próprio passado que a Doctor não conhece, muita coisa que ela não vai descansar enquanto não descobrir… ou assim esperamos. Queremos algumas respostas. Queremos saber onde está a Ruth-Doctor.
Ah, e agora a Doctor foi presa pelos Judoon!
E só retornamos no Natal… com a presença dos Daleks!


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