[Season Finale] Lost 5x17 – The Incident: Part 2

Whatever happened… happened?

Aqui se encerra a minha temporada favorita de “Lost”. Tivemos, durante a quinta temporada, a oportunidade de explorar conceitos de viagem no tempo e conhecer um pouco mais sobre a Iniciativa Dharma na década de 1970, um elemento sempre curioso e enigmático do universo da série… não sei se “The Incident: Part 2” figura necessariamente entre os meus Season Finales favoritos, mas certamente é um episódio intenso e intenso, com uma das sequências mais tristes e mais emocionantes de toda a série – é doloroso, talvez até para quem não gostava da Juliet (o que não é meu caso, eu amo a Juliet!), assistir àquela cena na qual ela é puxada depois de o bolsão de eletromagnetismo ter sido perfurado, e Sawyer segura a sua mão e implora para que ela não solte, porque ele está ali com ela… uma das interpretações mais angustiantes e reais da série!

O plano é “simples”: Jack quer detonar uma bomba de hidrogênio, que supostamente vai neutralizar o acidente com o bolsão de eletromagnetismo e garantir que os eventos futuros sejam alterados: sem botão na Estação Cisne, sem o Desmond não conseguindo apertá-lo, sem Oceanic 815 caindo na ilha… o inusitado, no entanto, é que essa reta final da temporada gira em torno de um plano que contradiz tudo o que foi estabelecido pelo próprio Daniel Faraday inicialmente: o que aconteceu, aconteceu. E o mais importante: tivemos provas de que Daniel estava certo. Quando Sayid atira no Benjamin Linus de 12 anos, por exemplo, ele faz com que sua vida precise ser salva, e os únicos que podem fazê-lo são os Outros, para onde ele é levado… ironicamente, então, Sayid acaba causando justamente o que ele estava tentando evitar. Será que o mesmo não se aplica aqui?

Na verdade, o tal “incidente” durante a construção da Estação Cisne sempre foi muito vago. No vídeo que os sobreviventes assistiram na segunda temporada, não existe grandes explicações sobre o que foi, de fato, o “incidente”. Jack e os demais simplesmente assumem que o incidente é a perfuração indevida do bolsão de eletromagnetismo, mas e se o incidente for, na verdade, a explosão da bomba de hidrogênio? De qualquer maneira, Miles é quem traz à tona a possibilidade de que eles estejam causando justamente o que estão tentando evitar – exatamente como foi com o Sayid e o Ben. De todo modo, é tarde demais para mudar de ideia agora, e eles vão seguir adiante com o plano, e esperar pelo melhor resultado possível, e eu gosto de como tudo em “The Incident: Part 2” tem um gostinho de incerteza, porque nos deixa curiosos por mais.

Sawyer, inicialmente, está disposto a tentar impedir Jack de estourar a bomba, e ele tem uma conversa surpreendentemente emocionante com Jack na qual conta sobre a morte dos pais e sobre como tudo isso aconteceu “no ano passado”, em 1976 – e embora ele pudesse ter tentado sair da ilha em um submarino e impedir o pai, ele não o fez, porque “o que está feito, está feito”. Cabeça-dura sempre, Jack nem pensa em ouvir Sawyer, e eventualmente o próprio Sawyer acaba aceitando “ajudar” (não sem antes dar uns bons socos em Jack, felizmente!), porque Juliet diz que “o Jack está certo”. É extremamente DOLOROSO entender o motivo pelo qual Juliet decidiu “mudar de ideia” quando, pressionada, ela explica para Sawyer que mudou quando viu a maneira como ele olha para Kate, e que gosta de pensar que, se nunca o conhecer, não precisará perdê-lo.

Wow.

Os flashbacks do episódio mostram um pouco mais de como o Jacob esteve presente na vida dos personagens que conhecemos – mas, com exceção do flashback de John Locke e de Hurley, não achei os demais muito impactantes ou mesmo importantes nessa Parte 2. O flashback de Jack é chato, longo e repetitivo (o que, sim, combina com o personagem), e a participação de Jacob parece não agregar em nada; o flashback de Juliet é excessivamente breve e parece deslocado no episódio, já que não tem a participação de Jacob, e é o único sem o Jacob nesses dois episódios finais; o flashback de Hurley é interessante porque entendemos como ele saiu da cadeia, como ficou sabendo do Ajira 316 e como conseguiu a guitarra “do Charlie”, é um bom diálogo no carro; por fim, o flashback de Locke, que acontece logo depois de sua queda do oitavo andar.

Em 2007, a caminhada de Richard levando Locke até Jacob chega ao fim no pé da estátua – tudo o que sobrou dela. E, enquanto Locke e Ben entram na “casa de Jacob” para concretizar um plano de séculos, Ilana e os demais sobreviventes do Ajira 316, que estão mais envolvidos com toda a história do que imaginávamos, chegam carregando o corpo do verdadeiro John Locke, ainda morto, como ele estava quando saiu da ilha… a oficialização de que a pessoa se passando por John Locke é o mesmo homem que vimos vestido de preto no primeiro flashback de Jacob, e que disse que um dia encontraria uma brecha que permitiria que ele o matasse… e ele espera que essa brecha seja esse momento, através de Ben… Ben não faz o que faz pelo Homem de Preto, mas o faz de todo modo, e é chocante ver a morte de Jacob, depois de o termos imaginado como um ser quase divino.

No fim, ele morre como um humano.

O grande clímax da quinta temporada de “Lost” acontece na construção da Estação Cisne: E QUE SEQUÊNCIA ANGUSTIANTE. Há um momento de tensão quase divertido no qual Jack joga a bomba de hidrogênio em direção à perfuração e todos fecham os olhos e se preparam para o que quer que esteja por acontecer – e nada acontece. Então, eles precisam escapar dos estragos causados pelo bolsão de eletromagnetismo, que está atraindo todos para a morte certa, e temos uma das cenas mais tristes da temporada quando Juliet é envolvida por correntes e puxada para a morte, e Sawyer está verdadeiramente desesperado, tentando impedir Juliet de ser levada… a direção da cena é boa e transmite toda a sensação de urgência e desespero, bem como a emoção e a dor da separação de Sawyer e Juliet. A última cena é um momento épico de Juliet batendo na bomba de hidrogênio com uma pedra para explodi-la…

E ela explode.

O que acontece a seguir, apenas a sexta temporada vai responder. Mas o logo final em branco é ICÔNICO.

 

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