Lost 5x16 – The Incident: Part 1

“Two players, two sides. One is dark, one is light”

Esse é um dos momentos mais icônicos da história de “Lost”, e um ponto de virada importante na série – lembro-me de quando “The Incident” foi ao ar e essa cena introdutória, que se passa em 1867, gerou comentários por toda a internet durante meses… finalmente estamos conhecendo o Jacob, de quem ouvimos falar pelo menos desde a terceira temporada da série (e cuja existência até chegamos a questionar, vez ou outra), e Mark Pellegrino é uma adição incrível ao elenco de “Lost”, porque ele tem uma presença intensa e transmite todo esse ar quase místico que envolve o personagem… o primeiro flashback de Jacob é uma cena importante para apresentar a sua relação com o “Homem de Preto”, em um diálogo tão calmo e, ao mesmo tempo, tão repleto de tensão e raiva contidas – são os dois lados de uma grande história, e um dia eles se enfrentarão.

O Homem de Preto espera que esse dia seja agora, 140 anos depois.

No presente da ilha, em 2007, John Locke (ou quem quer que esteja se passando por ele… é interessante notar a sutileza da transformação do personagem, na sua postura, no seu modo de falar…) pediu que Richard o levasse até Jacob, sem contar para ele qual é o seu verdadeiro plano: matá-lo. Talvez essa seja a “brecha” de que o Homem de Preto estava falando há 140 anos. Gosto de como “Lost” reinventa a dinâmica entre Locke e Ben, porque existe um tom de manipulação perversa partindo de Locke, e essa era uma característica que costumávamos associar a Benjamin Linus – agora, no entanto, ele está sendo pressionado para fazer algo que, por algum motivo, John Locke não pode: matar Jacob. Talvez, no entanto, encontrar Jacob não seja a coisa mais fácil do mundo… a cabana na qual ele costumava morar está vazia e está há um tempo sendo usada “por outra pessoa”.

Jacob é o fio condutor que está presente em todos os flashbacks do episódio – e é interessante como ele é, de certa maneira, o centro daqueles flashbacks, quando aparece em pontos importantes da vida de outros personagens, mas como, ao mesmo tempo, ele não é o protagonista daquelas histórias, apenas uma presença notável, misteriosa e quiçá acalentadora – e constante? Jacob está presente para salvar a Kate na infância, quando ela rouba pela primeira vez; Jacob está presente para dar uma nova caneta ao pequeno Sawyer, enquanto ele escreve aquela carta; Jacob está presente para distrair Sayid enquanto Nadia é atropelada, já depois de ele ter saído da ilha; Jacob está presente quando Ilana está no hospital, muito mal, embora não saibamos por quê; e Jacob está presente na festa de casamento de Jin e Sun, para falar com eles.

São cenas tão bonitas!

Enquanto isso, em 1977, o caos tomou conta da vila da Iniciativa Dharma – e as próprias brigas internas são tensas de se assistir, enquanto Pierre Chang tenta parar a perfuração antes que um bolsão de eletromagnetismo seja atingido e cause um acidente, mas é impedido… Jack, por sua vez, está determinado a seguir com o plano de Daniel Faraday, acreditando que fazer com que o Oceanic 815 pouse em segurança em Los Angeles é a melhor coisa que pode fazer, mesmo que isso apague os últimos 3 anos da vida de todos eles – fiquei pensando muito nesse “plano” de Jack quando ele convence Jin a ir com ele, dizendo que “é uma maneira de ele se reunir com Sun”, mas a verdade é que o Jin e a Sun do Oceanic 815 não eram felizes… depois de algo no amor deles ter se perdido durante o casamento, eles se “reencontram” graças aos eventos da ilha.

A ilha foi muito importante par Sun e Jin. Como apagar tudo isso?

Kate, por fim, está tentando convencer Sawyer a voltar com ela para a ilha e impedir Jack – e eu fico absolutamente triste que ele fique tão balançado com Kate e que isso seja tão notável, porque eu queria proteger a Juliet de todo sofrimento… mas Juliet resolve fazer algo e voltar para a ilha, talvez até porque saiba que, se o Oceanic 815 nunca cair, ela não sabe o que será da sua vida… será que ela ficaria para sempre na ilha, prisioneira de Ben? Será que mais coisas seriam mudadas a partir de 1977 e, quem sabe, ela nunca nem tivesse ido para a ilha? Apesar de todo o sofrimento, Juliet foi feliz com Sawyer nos últimos três anos na Vila Dharma (acho importante como o Sawyer falou abertamente sobre isso nos últimos episódios), e ela não sabe se ela quer que tudo isso simplesmente “nunca tenha existido”. Sem contar que o plano é arriscado e eles nem sabem se vai funcionar…

…pode só matar todo mundo na ilha.

Um dos destaques do episódio é o reencontro de Kate, Sawyer e Juliet, assim que retornam para a ilha, com Rose, Bernard e Vincent – QUE SAUDADE DELES! E como é bom ver que eles estão felizes, estão vivendo bem, e que não têm nenhum interesse em se juntar a qualquer que seja a nova briguinha que eles criaram… porque, como eles dizem, eles sempre estão tentando achar uma desculpa para atirar uns nos outros. Agora, o grupo está dividido com objetivos diferentes, uma temática recorrente de “Lost”. Enquanto Hurley dirige uma Kombi da Dharma rumo à construção da Estação Cisne, com Jack, Miles, Jin e Sayid (esse último, baleado), para explodir uma bomba de hidrogênio, Kate, Sawyer e Juliet se plantam no caminho deles, para tentar impedi-los… e essa promete ser mais uma conclusão de temporada épica de “Lost”, e então partimos para a última temporada.

Essa série é incrível!

 

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