Sítio do Picapau Amarelo (2002) – O Picapau Amarelo, Parte II

“Eu sou a nova deusa do amor!”

A segunda parte de “O Picapau Amarelo” já começa mostrando que essa coisa de os personagens do Reino da Fantasia se mudarem para o Sítio talvez não tenha sido uma boa ideia. Afinal de contas, os vizinhos estão tendo problemas, como o Pégaso que destrói a plantação de milho e ainda assusta os outros animais, ou as coisas que começam a faltar da venda do Elias – Dona Benta percebe, então, que talvez a situação venha a ser mais complicada do que antecipara. Antes que ela possa cuidar disso, no entanto, a Branca de Neve tem o coração partido, e Emília pensa em uma maneira de corrigir isso tudo levando o pessoal a uma visita ao Bairro Grego e, depois, ao Bairro das Mil e Uma Noites, sendo o casamento da Branca de Neve com o Príncipe Codadade a trama mais importante desses últimos cinco episódios que compõem “O Picapau Amarelo”.

Branca de Neve está ARRASADA. Ela chega ao Sítio do Picapau Amarelo chorando sem parar e repetindo: “Meu Príncipe!” Durante 30 minutos, segundo o Pedrinho, a princesa está ali falando isso de novo e de novo sem parar, mas não explica o que aconteceu. Quando Dona Benta pergunta se o Príncipe dela morreu (!), ela diz que é algo “ainda pior”: ELE A ABANDONOU. Emília, insensível, comenta: “Pior pra você, né?”, mas é bem sincera. Narizinho faz de tudo para distraí-la, sem sucesso, e Emília fica desesperada: “Nós temos que nos preparar, porque o Sítio vai inundar com todas as lágrimas da Branca de Neve!” Astuta e prática, Emília tem uma ideia: conseguir um novo Príncipe para a Branca de Neve e pronto. Então decide que ela pode se casar com o Príncipe Codadade, das Mil e Uma Noites, mas o Faz-de-Conta, como o Visconde explica, não funciona nas questões do amor.

Se o Faz-de-Conta não funciona, o jeito é apelar para Eros, o Deus do Amor.

Enquanto Emília pensa em invadir o Bairro da Mitologia Grega para “ter uma conversinha séria com esse deus do amor”, as coisas no Sítio também estão saindo de controle, com os sete anões invadindo a cozinha da Tia Nastácia e a deixando louca, por exemplo. Ela até decide ir embora, porque diz que a Dona Benta não precisa mais dela, agora que tem os sete anões, mas a sábia senhora conversa com eles e arruma tudo… depois disso, a Tia Nastácia até começa a gostar dos pequeninos, embora não veja a hora da Branca de Neve melhorar, para que os anões voltem a ser sua responsabilidade… e os problemas no Arraial persistem: Capitão Gancho tomou todo o vinho, Chapeuzinho Vermelho levou todos os bolinhos, os Garotos Perdidos tomaram todos os sorvetes, e os animais do Coronel Teodorico estão assustados com o Lobo Mau!

Quem parece estar TIRANDO UMAS FÉRIAS é a Cuca! O Capitão Gancho fica furioso ao perceber que o seu navio pirata foi transformado no “Beija-Flor das Ondas”, um CRUZEIRO, mas a Cuca, por sua vez, está animadíssima com esse período de férias, e se prepara toda para “fazer o seu cruzeiro”. Deixa “um recado pras inimigas” em seu caldeirão, se arruma toda lindíssima e vai para a praia, esperar o Beija-Flor, no que é uma DE SUAS MELHORES CENAS nessa temporada! Enquanto isso, como vingança por terem “roubado sua sereia” e transformado o seu navio em um cruzeiro, o Capitão Gancho decide invadir o Sítio do Picapau Amarelo, e vê a oportunidade perfeita quando a galera toda vai visitar o Bairro Grego e deixa apenas o Quindim, o Rabicó e o Conselheiro como seguranças. E vai todo mundo: além das crianças, também a Dona Benta, Tia Nastácia e Tio Barnabé.

Ah, e a Branca de Neve, é claro!

O legal de ter tudo ali tão perto, nas redondezas do Sítio, é que eles nem precisam do pó de pirlimpimpim para viajar. Com a Dona Benta dirigindo, eles chegam à Mitologia Grega, e Dona Benta e o Visconde ficam encantados com a beleza do lugar, onde Hermes, o deus mensageiro, os recebe, e reconhece a Emília: “Tá vendo? Eu sou famosa até na Mitologia Grega. Eu tava pensando, acho que vou me tornar uma boneca semideusa!” Assim, começamos a explorar a Mitologia Grega, que mais tarde na temporada será bem explorada com “Os XII Trabalhos de Hércules”. Agora, Emília se separa do grupo e vai atrás de Eros sozinha (“Quem tem boca vai a Roma, vai a Grécia, vai aonde quiser!”), o encontrando rapidamente, e pedindo emprestado o seu arco e três (?) flechas, deixando em troca o bodoque do Pedrinho… uma boneca astuta porque, como ela diz: “Uma boneca prevenida vale por uma dúzia!”

O plano da Emília dá mais certo do que pensamos! A Branca de Neve acaba sendo sequestrada por sátiros, e embora Pedrinho e Barnabé os distraiam para que ela escape, é o Príncipe Codadade quem realmente os espanta, se tornando o herói da Branca de Neve. Ela ainda está meio amargurada, dizendo que “os Príncipes são todos iguais”, desiludida com o amor desde que o seu Príncipe a abandonou por uma sereia, mas Emília muda o rumo da conversa espetando os dois, cada um com uma flecha do Cupido. Então, como ela diz: “Eu sou a nova deusa do amor!” Agora, com a Branca de Neve e o Príncipe Codadade apaixonados, eles planejam um MEGA casamento, digno dos Contos de Fadas e das Mil e Uma Noites, e assim conhecemos o majestoso Palácio do Príncipe Codadade, que é absolutamente LINDO, e esperamos o casamento.

Branca de Neve não poderia estar mais feliz, porque “sempre quis participar de uma história das Mil e Uma Noites”, e Emília está doida para dar seus pitacos (“Essa festa é minha, muito minha. Mais minha que deles!”). Todos os personagens do Reino da Fantasia são convidados, e também da Mitologia Grega e das Mil e Uma Noites, em um crossover super bacana. A festa é uma SUPERPRODUÇÃO, mas quando eles estão lá, curtindo o momento, eles são avisados pelo Pequeno Polegar que o Sítio do Picapau Amarelo foi invadido pelo Capitão Gancho, e por isso precisam retornar imediatamente e deixar a festa no meio. Não sem antes lidar com o Gigante Ciclope, que invade a festa e amedronta todos os convidados, por não ter sido convidado… Pedrinho e Codadade o acertam com duas flechadas em seu olho, e a festa está salva!

Agora, Pedrinho também precisa salvar o próprio Sítio, e ele conta com a ajuda do Saci e um plano que envolve a boia de jacaré surrupiada das férias da Cuca, e um despertador que o Pedrinho amarra para assustar ao Capitão Gancho, COM SUCESSO. Ele sai correndo desesperado, enquanto o Saci e Pedrinho se divertem. Mas com os crescentes problemas no Arraial por causa “dos convidados de Dona Benta” a fazem questionar se precisa mandá-los embora, e ela não sabe bem como fazê-lo, sem magoá-los e sem deixar as crianças tristes. Mesmo assim, é necessário. As crianças não ficam muito contentes com a notícia, mas tanto elas como os personagens conseguem entender depressa que precisam partir, que “acabaram as férias”, e então eles se despedem, com direito ao Pequeno Polegar e Hermes apostando corrida e tudo!

Por fim, a última flecha da Emília. Ela acerta a pobre Tia Nastácia, o que é maldade dela, tudo para “ver o que acontecia”. Tia Nastácia fica maluquinha, como ela mesma diz. Primeiro começa a cantar e dizer coisas apaixonadas, mas depois ela acaba sofrendo, “sentindo falta de algo” e uma dor no peito que me deixou muito triste por ela. Assim, Emília precisa encontrar uma maneira de “curar” a Tia Nastácia de sua travessura, mas Eros não tem uma maneira de “desapaixonar” a Nastácia, então ela precisa resolver isso sozinho. Tia Nastácia está ora divertida, ora sofredora, fazendo comidas horríveis, o que é uma novidade para ela, e quando eu achei que precisaríamos chamar o Doutor Caramujo para resolver o seu problema com uma de suas pílulas, Emília consegue dar um jeito em tudo ela mesma, usando o seu Faz-de-Conta, que embora não funcione para fazer duas pessoas se apaixonarem, parece funcionar para desapaixonar.

Ufa.

Para mais postagens sobre o Sítio do Picapau Amarelo, clique aqui.

Ou visite nossa página: Cantinho de Luz