Sítio do Picapau Amarelo (2004) – O Pequeno Samurai: Parte 6

Chegou a hora?

“O Pequeno Samurai” está se desenvolvendo muito bem – sendo a maior história do “Sítio do Picapau Amarelo” em 2004, é muito bom ver que ela continua crescendo, apresentando novos personagens e núcleos, enquanto conta uma história maior, sem ficar necessariamente em torno de uma coisa apenas… um bom teste para o ano seguinte, quando o programa assumiria o formato novela. A grande trama de “O Pequeno Samurai” é a batalha do bem contra o mal, e Pedrinho, o escolhido, terá que enfrentar o Kappa, guerreiro do Exército das Sombras quando chegar o momento… quando uma estranha chuva começa a cair e o sol continua brilhando no céu, um arco-íris aparece e, então, todos sabem que é chegada a hora da grande prova do escolhido: PEDRINHO PRECISA CONQUISTAR A ESPADA DO SOL NASCENTE. Naquele momento, no entanto, ele tem outras prioridades…

Pedrinho é um menino corajoso e honrado, e quando o Seu Elias aparece desesperado dizendo que o Coronel Teodorico e a Joaninha estão presos na caverna da Cuca (coisa da Emília, eu os deixaria lá para sempre), Pedrinho promete que vai salvá-los e, por isso, não pode ir até o fim do arco-íris em busca da Espada do Sol Nascente quando é chegada a hora: “Escuta aqui, Eiji: a minha prova agora é salvar os dois da garra da Cuca. Entendeu?” Como o Pedrinho está decidido a ir à caverna da Cuca (a jacaroa já colocou os dois no caldeirão e está colocando um monte de temperos), Eiji, o tendo como mestre, diz que vai acompanhá-lo, e acha bonita a sua decisão: ele é uma alma boa que prefere ajudar os inocentes, e por isso é o escolhido. Então, Pedrinho invade corajosamente a caverna da Cuca para salvar os dois ingratos, e ele é muito bem-sucedido.

Enquanto isso, Takeshi-san parte para o início do arco-íris, o ponto da árvore encantada por Dori, e tenta roubar o anzol dourado, sem sucesso, porque acaba apanhando da árvore… Akio-san, Dori e Emília partem para o início do arco-íris, achando que encontrarão Pedrinho e o pequeno samurai lá, mas encontram apenas Takeshi-san, desmaiado, depois de ter apanhado um monte da árvore – o anzol continua devidamente protegido, mas Takeshi-san está despertando, e o grupo precisa colocá-lo para correr… com a ausência de Pedrinho e Eiji, Emília usa o próprio arco-íris para que ela, Akio-san e Dori possam chegar ao fim do arco-íris, que vai dar lá no arraial, onde o pessoal está desesperado em busca do tal pote de ouro, mas ninguém consegue nada. Pedrinho e Eiji também não estão lá, porque Pedrinho tinha uma missão para cumprir.

Depois de salvar o Coronel Teodorico e a Dona Joaninha, Pedrinho e Eiji rumam para o início do arco-íris, na mata, dando o primeiro passo para a grande prova do escolhido, mas a árvore os segura e então o pouco tempo que eles tinham se torna menor ainda e eles não têm como Pedrinho cumprir sua missão – não dessa vez… ele terá que esperar por outro arco-íris. Quando a árvore não parece disposta a soltar nem o Pedrinho nem o Eiji, um novo samurai faz a sua estreia para salvá-los, cortando fora um galho da árvore encantada… um galho com o qual Pedrinho decide fazer uma nova espada, que será uma árvore mágica. O novo samurai é Musashi, que Eiji descreve como “o santo da espada”, um samurai invencível em mais de 60 duelos… um homem misterioso, silencioso e bonito que ajuda os meninos e, pouco depois, desaparece.

Falando em novos personagens, “O Pequeno Samurai” toma um rumo inesperado que não tem nada a ver com o folclore japonês quando apresenta um grupo de bandoleiros liderados por João Tário em um acampamento pelas redondezas… são bandidos interesseiros que estão ali para saquear o arraial e o Sítio de Dona Benta – eles começam roubando a Vaca Mocha, por exemplo (tadinho do Zé Carijó!), mas acabam ouvindo falar sobre o pote de ouro sobre o qual o arraial não para de comentar, então eles têm um motivo novo para estar ali… é difícil saber, ainda, que rumos esses personagens tomarão, mas eles parecem tão destoantes do restante da história que, nesse primeiro momento, eu os ignorei. E temo que eles tragam a “O Pequeno Samurai” uma parte mais cômica e escrachada que não estava faltando – eu estava gostando do tom mais sério e mais sombrio.

Frustrado por não ter conseguido pôr as mãos no pote de ouro e na Espada do Sol Nascente, Takeshi-san aproveita que está no arraial quando o arco-íris desaparece e leva a Emília sequestrada – bem, depois da Narizinho e do Pedrinho, era mesmo a vez da Emília… só fiquei um tanto incomodado com o pessoal do Sítio se perguntando “para onde será que ele tinha levado a Emília”. Quer dizer, não é óbvio? Tanto Narizinho quanto Pedrinho já estiveram lá antes! De qualquer modo, Emília chama os besouros para dar um recado a Narizinho, como se fosse um grande mistério onde Emília estava, e agora ela precisa de resgate… embora ela demonstre certa confiança de que não há nada que Takeshi-san possa fazer contra ela, porque ela é de pano e, portanto, não sente dor e, qualquer coisa, a Tia Nastácia pode sempre costurá-la e consertá-la.

Ela não esperava, no entanto, que Takeshi-san tivesse mesmo um plano, e ele diz que VAI ENTERRÁ-LA VIVA. Agora, Emília fica assustada! Enquanto Takeshi-san grita aos quatro ventos que não tem ninguém que possa ajudá-la, Musashi aparece para ajudá-la, e enquanto Emília chora, assustada, Musashi e Takeshi entram em uma batalha ferrenha, que Takeshi-san acaba vencendo por jogar baixo… com um corte sangrando e desmaiado, Musashi fica caído enquanto Takeshi-san celebra sua vitória, e ainda decide roubar a armadura de Musashi, que é o que lhe dá invencibilidade, e embora ele não consiga tirar a armadura do samurai em um primeiro momento, nós sabemos que ele vai conseguir isso eventualmente – e o que vai acontecer quando Takeshi, o Kappa, estiver vestindo a armadura da invencibilidade do samurai que venceu 60 duelos?

Musashi acaba preso ao lado de Emília…

E agora?

 

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Comentários

  1. Por mais que o Teodorico e a Joaninha sejam duas pestes, a Emília poderia ter matado eles. E ainda fez o Pedrinho perder o arco-íris. Eu não suporto a Emília podendo fazer tudo o que ela quer, sem consequências.

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  2. Eu achei bem aleatório botarem uma quadrilha de bandoleiros gaúchos no meio da história de samurai e folclore japonês. E olha que eu amo tramas paralelas (me encantei pelas histórias do Sítio por isso), mas essa trama, especificamente, foi aleatória demais.

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    1. Foi mesmo, e é a pior parte de "O Pequeno Samurai". Mas talvez tenha algo a ver com algo que comentei nesse ou em outro texto, a respeito de como talvez tenha havido uma "reformulação" da história, que começou bastante sinistra. Consigo ver movimentos dos bastidores pedindo que eles "aliviassem" um pouco, e então criaram meio que de última hora, com outro tom mesmo e tal, para a história ficar menos macabra... enfim, é uma possibilidade.

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    2. Eu fico pensando quanto por cento do tempo de tela de "O Pequeno Samurai" foi gasto com o João Tário falando "isso é coisa de mulherzinha" e "macho que é macho não faz isso".

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    3. Foi gasto (lê-se: foi perdido)

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    5. Né? A quantidade de vezes que ele repete essas duas frases é absurda. Tipo: Tá, a gente já entendeu que ele é machista e subestima a lagarta por ela ser mulher. Não precisa fazer o cara parecer um papagaio. Se quer papagaio, traz de volta o Louro João.

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