High School Musical (2006)



“It’s the start of something new…”
AH, COMO EU AMO “HIGH SCHOOL MUSICAL”! O filme musical do Disney Channel marcou toda uma geração de crianças e adolescentes e, na minha vida, parece o precursor de muita coisa. Acompanhamos a história de Troy Bolton, o popular astro do time de basquete, e Gabriella Montez, a garota nova que não quer ser “o geniozinho da escola”, que ao se aproximarem meio que por acidente (ou por ação do destino, vai saber!), acabam descobrindo que ambos compartilham uma paixão desconhecida pela música… e quando eles começam a sonhar com isso, eles transformam TODA A ESCOLA, fazendo com que as pessoas comecem a desafiar o status quo. E isso é maravilhoso! O filme tem energia, vida, um elenco talentoso e bonito, e consegue nos divertir e nos emocionar. O filme ainda me arrepia, ainda me faz cantar, me faz dançar…
Nos faz VIVER todo esse universo.
Tudo começa na noite de Ano Novo. Gabriella só quer ler seu livro em paz, Troy só quer jogar um pouco mais de basquete… mas os dois acabam empurrados para uma festa pelos respectivos pais e, ali, literalmente empurrados para o karaokê, onde cantam “Start of Something New”, e essa é uma das minhas músicas favoritas na vida… eu adoro ver a maneira como eles se conectam com o passar da música. Nenhum dos dois queria muito estar naquele palco, Troy quase desistiu ao ver que Gabriella talvez não cantasse, mas voltou atrás quando ela abriu a boca. Troy se solta muito antes que Gabriella, mas ela também se envolve de uma maneira ainda tímida, mas é notável como ela gosta daquilo tudo! Aquele “começo de algo novo”, então, culmina numa cena toda fofa em que eles conversam brevemente, trocam telefones, e passam o ano novo juntos.
Então eles se separam… e só voltam a se encontrar uma semana depois.
Nesse ponto, acho que é meio “Grease”, não? Embora, diferente de Sandy e Danny, Troy e Gabriella não tenham vivido “um romance de verão”. De todo modo, durante a louca aula da Sra. Darbus, eles se reconhecem – e acabam todos na detenção. O filme tem um tom adolescente e colegial, tem a disputa entre as artes e os esportes… e Troy Bolton está no meio disso tudo. Cantar com Gabriella naquela noite despertou algo nele. Por isso, Troy olha para a lista das audições do musical mais de uma vez, mas não tem coragem de assinar. Mesmo assim, ele se esgueira pela escola, fugindo dos amigos, em uma sequência maravilhosa (!), até o auditório e, ao lado de Gabriella, eles assistem Sharpay e Ryan cantarem uma versão pomposa demais de “What I’ve Been Looking For”, que é totalmente diferente da versão que Kelsi, a compositora, imaginou para a canção.
Quando eles cantam a versão “original” da música, eles ganham um call-back.
E É AÍ QUE A ESCOLA SE TRANSFORMA.
Acredito que ESSE é o grande trunfo de “High School Musical”, e tudo está muito bem expressado em “Stick to the Status Quo” que, para mim, é a cena mais GENIAL de todo o filme! Além de ser uma música longa e digna de um musical, com o elenco se levantando e dançando JUNTO (é a cena mais realmente musical do filme), a mensagem dela é genial. Aqui, motivados por Troy ter “contado seu segredo” sobre gostar de cantar, outras pessoas começam a se levantar e a “contar seus segredos”… cozinhar, dançar hip-hop, tocar o violoncelo… e é muito legal porque foram coisas que eles esconderam dos seus amigos por tanto tempo, por ser “diferente”, e agora, pela primeira vez, eles ESTÃO SENDO QUEM QUEREM SER. Eu adoro ver a Martha dançando em cima da mesa, confessando que, às vezes, isso é “mais legal do que fazer tarefa de casa”. E não tem nada de errado nisso. Então a letra pede que eles “se atenham ao status quo”, enquanto todos eles começam a desafiar o status quo.
Por isso tudo, eu penso que “High School Musical” é muito mais complexo do que as pessoas às vezes pensam. O fato de Troy e Gabriella “se inscreverem para o musical” (porque eles nem chegam a realmente se inscrever) movimenta toda a escola. Eles não são os alunos que normalmente fariam isso, e se Troy, um jogador de basquete, pode participar do musical da escola, então é porque não faz mais sentido existirem grupos. E ENTÃO OS GRUPOS COMEÇAM A SE MISTURAR! Se antes as mesas eram todas separadas por “tipos” de pessoas, agora percebemos uma líder de torcida ir conversar com um nerd, um jogador de basquete ir conversar com um skatista, o que quer dizer que as coisas estão mudando no East High… estão mudando porque Troy e Gabriella quiseram cantar. E eles se envolvem mesmo nos ensaios da próxima audição!
O triste é que desafiar o status quo não é a coisa mais simples do mundo. A sociedade tende a te “repreender”. É o que acontece com Troy. Desde o início do filme, ele está em dúvida, e “Get’cha Head in the Game” é sobre isso – ele diz que “sua cabeça está no jogo, mas seu coração está na música”, e ele tem a noção de que nem seu pai, treinador do time, nem seus amigos o apoiariam. E realmente não apoiam, mas eu ADORO quando o Troy meio que “confronta” o pai na quadra, depois que ele chega atrasado para um treino por estar ensaiando, e o pai ainda meio que expulsa a Gabriella da quadra… o pai diz que ele é um JOGADOR DE BASQUETE, e não um ARTISTA DE MUSICAL, mas o Troy levanta a cabeça e diz que “talvez ele possa ser os dois”. E é essa atitude que faz com que eu ADMIRE o Troy, porque é preciso coragem para desafiar o status quo.
E ele o faz.
Mas os amigos não ajudam, não apoiam. Chad e Taylor, vergonhosamente, se juntam para sabotar o sonho dos “amigos” (nesse ponto, eu preciso colocar aspas, porque c’mon!), e impedem Troy de ser quem ele quer ser, fazendo com que ele diga umas coisas lamentáveis sobre o show e sobre Gabriella, e quando ela escuta aquilo, o seu coração se parte, entregando-nos uma das cenas mais EMOCIONANTES e mais TRISTES do filme: “When There Was Me and You”. Gabriella está sofrendo, mas o que sempre me encantou nessa cena é a letra da música, e o fato de que ela não tem um refrão, mas dois. E o segundo refrão é uma releitura desesperançada do primeiro, com cada verso respondendo a outro mais “sonhador” de antes. “I thought you were my fairy tale / A dream when I’m not sleeping” vira “Now I know you’re not a fairy tale / And dreams were meant for sleeping”.
E assim por diante.
L
Felizmente, os amigos recapacitam e se dão conta de que NÃO TÊM O DIREITO DE FAZER ISSO COM ELES. Talvez seja apenas porque os veem tristes demais até para fazer as coisas em que supostamente são bons (Troy está desconcentrado e, consequentemente, péssimo no basquete, e Gabriella tampouco pode ajudar o time do decatlo acadêmico), mas então, por um motivo ou outro, eles percebem que erraram. Os amigos de Troy vão falar com ele sobre como são um time, e deveriam estar o apoiando, e não o julgando pelas coisas que ele quer fazer. Gabriella é mais difícil de convencer, porque “ninguém obrigou o Troy a dizer aquelas coisas”, e por isso ganhamos uma cena LINDA em que o Troy vai até a casa dela, pedir desculpas, e meu coração sempre se derrete quando ele sobe a sacada e mostra a letra da música para ela, dizendo que “é uma audição em dupla”.
LINDOS DEMAIS.
Então, os grupos se unem, respeitando os sonhos de todo mundo, e isso lhes dá forças. “Exclamation point!” Tanto que Sharpay Evans tem que pensar em uma maneira de impedir que roubem o seu papel no musical de inverno – assim, ela consegue convencer a Sra. Darbus a mudar o dia e a hora das audições, colocando tudo para acontecer ao mesmo tempo: o jogo de basquete, o decatlo acadêmico e as audições. Mas ao invés de desanimar ou “brigar”, Troy, Gabriella e os amigos se juntam para fazer algo a respeito… enquanto Sharpay e Ryan cantam “Bop to the Top”, eles participam do jogo de basquete e do decatlo acadêmico, mas planejam uma forma de sair de lá. Com a ajuda de Taylor, eles conseguem desabilitar o placar digital do jogo de basquete, o suspendendo por um tempo, e liberar na sala do decatlo uma substância fedida.
Assim, as atividades são suspensas.
E TROY E GABRIELLA CORREM PARA O AUDITÓRIO!
Quase que eles não conseguem se apresentar. A Sra. Darbus quer puni-los pelo atraso, Kelsi acabou de ir embora, mas então o auditório começa a se encher, com o pessoal do basquete e do decatlo, e a Sra. Darbus os deixa cantar. E aqui ganhamos uma das cenas mais ICÔNICAS de todo o filme, que é “Breaking Free”, e eu admiro muito como ela encerra a mensagem do filme da melhor maneira possível. Essa música é uma resposta a “Stick to the Status Quo”, se você pensar sobre a letra. Ela fala sobre aquilo pelo que Troy passou o filme todo: como o mundo pode nos ver de uma forma diferente daquela que realmente somos. E, naquele momento, juntos, eles estão “se libertando”. “We're breaking free / We're soaring / Flying / There's not a star in heaven that we can't reach / If we're trying / Yeah, we're breaking free”. E É UM SUCESSO, porque Troy e Gabriella ARREBENTAM nessa apresentação.
A sra. Darbus adora.
A mãe de Gabriella está orgulhosa. O pai de Troy está surpreso e orgulhoso.
Os amigos estão apoiando.
ESSA CENA ME ARREPIA INTEIRO!
Por fim, então. Tudo dá certo. Troy e Gabriella conseguem os papéis. O time de basquete vence a partida, e o time do decatlo acadêmico também leva o prêmio. Troy e Gabriella apenas não têm um beijo nesse filme, mas o que me incomodava tanto na adolescência, agora me parece algo tão bonito. Porque isso constrói a expectativa para que o beijo seja especial no próximo filme. Eles não precisam de um beijo para serem fofos, para serem apaixonados e para terem uma química impressionante. Assim, ao fim do jogo de basquete, os alunos se juntam para cantar e dançar “We’re All in This Together”, que é uma das cenas mais lembradas por todos em relação ao filme… é realmente empolgante, dançante, cheia de vida e de cores e, como vocês bem sabem, eu sempre fui apaixonado por coreografias. Então a vontade é de sair dançando com eles.
Revivi TODAS ESSAS EMOÇÕES.
“High School Musical” sempre terá um lugarzinho especial no meu coração.


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