Criando o Mundo de Harry Potter, Parte 1: A MAGIA COMEÇA


“It’s a magic place to be”
Se assistir a Harry Potter e a Pedra Filosofal já é profundamente nostálgico e maravilhoso, como não nos sentimos ao assistir a primeira parte do documentário “Criando o Mundo de Harry Potter”? Com uma hora de duração, mais ou menos, entramos em A MAGIA COMEÇA, acompanhando os bastidores da criação de uma das sagas mais famosas do cinema, vendo o processo de seleção dos personagens, e a criação básica de todo o universo, lá no começo, para o filme lançado em 2001. O começo de tudo. E o documentário é MUITO bem produzido, com entrevistas alternadas entre as filmagens de Harry Potter e as Relíquias da Morte, quando todos estavam se despedindo desse universo, e as entrevistas da época, em que Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint eram, por exemplo, crianças fofas e adoráveis.
E acompanhamos todo o processo de produção de Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Aqui é o que o DVD diz como “sinopse”:

A mágica começa. As escolhas, os avanços – as primeiras decisões que impactaram em todos os filmes são exploradas aqui em cenas nunca vistas antes –, novo elenco, lembranças da equipe e muito mais. Aprenda sobre a longa busca do produtor David Heyman e do diretor Chris Columbus pelos atores perfeitos para viverem Harry, Ron e Hermione e veja, pela primeiríssima vez, o primeiro encontro de Daniel Radcliffe com Rupert Grint e Emma Watson. Veja em cena como imaginação e know-how se combinam para criar o look perfeito para todos os detalhes mágicos. Das menores coisas (que tal os dentes de coelho de Hermione?) às maiores (quem vai de Quadribol), é aberto um portal divertido e fascinante para o mundo de Harry. Que a mágica comece!

E sim, desde 1999 os jornais anunciaram que Harry Potter seria adaptado aos cinemas, e os livros eram adorados desde então, um verdadeiro fenômeno, mas ninguém tinha noção de como isso se refletiria nos filmes – até porque os riscos eram grandiosos e eles precisavam fazer tudo com um cuidado e um respeito redobrados. Fizeram um bom trabalho! David Heyman, produtor de Harry Potter e a Pedra Filosofal, fala das importantes decisões tomadas, e como parece que desde o começo eles tomaram decisões muito boas, que se refletiram em todo o restante da franquia. É muito bom acompanhar trechos dos bastidores, ver fotos de quando Dan e Rupert se conheceram, vê-los rindo e brincando nos sets de filmagem, o Chris Columbus tendo que, continuamente, pedir que o Rupert parasse de sorrir, porque era uma cena séria e/ou triste.
O Rupert sempre foi um FOFO.
Day 1 of 169. O primeiro dia de filmagem foi a última cena do filme, e ficou perfeita, emotiva, e eu adoro ver as entrevistas, ainda mais as da própria época. A Emma Watson falando sobre como era um set imenso, o Daniel todo nervoso porque todos queriam saber quem era o “Harry Potter” e o Rupert também, nervoso porque tudo era grande demais… eu acho impressionante como eles saíram incrivelmente bem desde suas primeiras cenas, porque é um dos momentos mais EMOCIONANTES do filme! Tudo bem que o Dan está com os olhos lacrimejando por causa da alergia às lentes de contato, que ele jamais voltou a usar, e a Emma estava com dentes falsos para se parecer mais com a Hermione (“We were obsessed with making Emma more Hermione-like”), que ela também nunca mais voltou a usar para ter mais liberdade de expressão.
Gosto dos testes iniciais, tudo ANTES das filmagens se iniciarem, naturalmente. Emma falando sobre como começou os testes aos 9 anos, e dizendo que já era fã dos livros, e que não foi difícil decorar as falas, que foi divertido – TÃO HERMIONE. Rupert diz que “While I was Reading the books, I always fet quite a connection with Ron”, e eu devo dizer que eu o acho um Ron fantástico! E ele mandou um vídeo lendo um trecho do livro, mas se assustou na lanchonete com outros 20 ruivos que se pareciam muito com ele mesmo… mas, segundo Chris Columbus, ele se destacou, porque era apaixonante, tinha uma energia e tanto, uma variedade de expressões faciais, bom humor! Emma e Rupert foram encontrados primeiro, e eram perfeitamente adoráveis… Daniel foi encontrado em uma fita, depois visto em um teatro, NA PLATEIA, e seus pais foram convencidos a deixá-lo fazer as audições.
Com um sorriso lindo, alma e um jeitinho todo especial de falar, Daniel Radcliffe conseguiu o papel, e suas primeiras audições, presentes no Documentário, são mesmo ADORÁVEIS. Segundo ele mesmo, ele chorou ao receber a notícia de que tinha conseguido o papel. Robbie Coltrane, o Hagrid perfeito, foi escolhido pela própria J. K. Rowling! Day 3 of 169, as aulas de voo. Eu adorei ver Matthew Lewis falar sobre como era um garotinha FÃ de Harry Potter, que queria muito fazer parte do filme, para estar nesse universo… e como foi divertido filmar a sua cena na vassoura! E como boas crianças de 11 anos de idade, elas bagunçavam enquanto os adultos tentavam fazer um filme, e isso deve ter dado uma trabalheira, ao mesmo tempo em que deve ter marcado uma fase muito bacana, repleta de boas memórias.
Stuart Craig foi o diretor de arte quem criou o universo visualmente. O Castelo, o Beco Diagonal e o que fosse necessário… eu acho de um cuidado tremendo que a J. K. Rowling tenha estado disponível para assessorar a todos tão bem desde o começo, desenhando um mapa da escola e seus arredores, por exemplo, para ajudar Stuart Craig a criar. Day 8 of 169, quando Wood apresenta o Quadribol ao Harry, as locações reais. Muitas locações reais foram usadas em Harry Potter e a Pedra Filosofal, como castelos e catedrais, mescladas com lugares construídos por eles mesmos especificamente para o filme de Harry Potter. A ideia do primeiro filme era fazer uma fachada mais mágica, maravilhosa… a cada filme ela foi se tornando mais sombria, dali em diante, e Stuart foi mudando o que julgou necessário na silhueta do castelo, até que ficasse do jeitinho que ele queria.
Day 11 of 169. Detalhe para a dificuldade em fazer as crianças atuarem, tão inexperientes que eram, e em fazer o Rupert parar de rir – “He’s gone? But this is important! This is about the Sorcerer’s Stone!” Day 12 of 169. Alan Rickman… Alan Rickman é, definitivamente, o Snape PERFEITO, sempre fora. Eu ri com o Daniel confessando como tinha um pouco de medo dele, e ele quase não aceitou o papel, por já ter feito vilões antes, e por temer ficar marcado dessa maneira, mas acabou convencido… e sobre a inexperiência das crianças como atores, uma tática que pode ser observada no filme final, cheio de cortes e mudanças de câmera, está no fato de filmar uma cena com muitas câmeras, vários closes, para poder pegar a melhor interpretação de cada um, e desviar de momentos em que eles riem, ou olham para a câmera, ou qualquer coisa assim.
Produzir Harry Potter foi um verdadeiro DESAFIO, não?
Day 20 of 169, Maggie Smith como a Professora McGonagall… ela é FASCINANTE, não é? Que mulher brilhante, que interpretação incrível e que Minerva McGonagall inigualável. E aqui é importante notar o lance dos UNIFORMES. Rowling deixou claro que as crianças NÃO usavam uniformes na escola, e por isso eles chegaram a tentar fazer isso. Tentaram com roupas normais, roupas de bruxos e, por fim, de uniformes – e os uniformes naturalmente ficaram incrivelmente mais BONITOS, um resultado totalmente diferenciado. Também pudera, aqueles uniformes de Hogwarts são MARAVILHOSOS! Qualquer fã de Harry Potter deseja um completo! E Chris Columbus tem toda a razão em dizer que isso ajuda o filme a ser mais atemporal… embora eu talvez nunca tenha parado para pensar nisso nesses exatos termos até então.
Day 22 of 169, o Espelho de Ojesed, Richard Harris interpretou Albus Dumbledore, no primeiro e segundo filmes da franquia, e foi absolutamente incrível – exatamente o que Dumbledore pedia que ele fosse. Uma figura paterna, séria e respeitável, mas com um quê de traquinagem… e pensar que ele estava relutante e quase não aceitou o papel. Todo fã de Harry Potter conhece a história: sua neta, fã dos livros, exigiu que o avô aceitasse o papel, e aqui está nas palavras dele: “My granddaughter called me and said: ‘Papa’, she said, ‘if you don’t play Dumbledore, I will never speak to you again”, e então ele aceitou o papel – mas Dumbledore tem alguns dos melhores diálogos, em uma escrita belíssima e fascinante de J. K. Rowling, como o famoso “It does not do to dwell on dreams and forget to live”, na passagem do Espelho de Ojesed em Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Roteirista… outro desafio. Para eles encontrarem, e para Steve Kloves escrever – eu gosto, novamente, de como Rowling se fez acessível e disponível para tirar dúvidas, para falar que eles estavam fazendo uma série e apontar os caminhos certos, porque muita coisa seria importante lá no 4º ou lá no 7º livro/filme… Day 67 of 169, a Rua dos Alfeneiros, “There’s no such thing as magic”, construída com base emu ma locação real, com o interior divertidamente montado em cima das peças mais bregas e feias o possível, como o sofá, e as fotos cafonas nas paredes e os certificados de conquistas de Duda, expostas para que todo mundo pudesse ver… e a dificuldade de atuar com corujas, e a verdade assustadora dos ratos mortos pendurados no avental da Tia Petúnia para que as corujas a encarassem! Cada tática, huh?
No Day 77 of 169, temos a filmagem no Salão Comunal, lindíssimo, gigantesco, maravilhoso… segundo Rowling, aproximadamente 900 crianças deviam caber ali, e eles fizeram isso um pouco menor, mas pareceu suficientemente grande… tudo construído de verdade para Harry Potter, um lugar lindíssimo, com as velas penduradas de fato do teto, cuja filmagem de baixo, da perspectiva das crianças passando rumo à Seleção e olhando para cima, não deixa visível os fios… tudo isso demonstra paixão e respeito pelo material, cuidado, e realmente tudo ficou perfeito. Como, no Day 98, o tabuleiro de xadrez – “My favorite is the Chess Set, which is amazing!”, diz Daniel, e é REALMENTE maravilhoso… sem contar que é o momento de Rupert Grint como Ron Weasley, e ele arrasa totalmente. “Rupert was so strong in that… in that moment”.
O Beco Diagonal foi filmado muito depois, lá no Day 103, e Stuart Craig novamente fez um trabalho impecável ao construir o universo de J. K. Rowling, e ela chegou a ficar comovida ao visitar o set e ver que era tão magicamente como ela imaginara. Day 138, o Quadribol, com os efeitos disponíveis em 2001, pouco tempo para deixar as cenas prontas, todos os desafios pelos quais eles passaram, fora o de tornar o esporte acessível ao público, depois de Chris Columbus ter passado horas com Rowling perguntando e anotando as regras do jogo! Por fim, a ORQUESTRA, a orquestra BELÍSSIMA de Harry Potter que fez um trabalho sempre tão perfeito ao tornar tudo ainda mais mágico… aqueles acordes clássicos e únicos de Hedwig Theme, que é tão nostálgico e marcante: “You know exactly where you are, you know exactly what you’re listening to”. Eu gosto da história da sequência de barco rumo ao Castelo de Hogwarts, que foi editada para uma versão menor, mais rápida, mas quando eles viram a sequência COMPLETA com a música…
Ficou maravilhosa demais.
Por isso foi para o filme, em sua versão completa, mais lenta. MAIS ÉPICA.
O documentário “Criando o Mundo de Harry Potter” começa muito bem, anunciando o início da magia, as decisões importantes que nos levaram á franquia que conhecemos, escolha de elenco, criação de cenários, definição do tom do filme, TUDO. E tudo foi tão bem feito, que foi um verdadeiro sucesso. Com carinho, com atenção, com respeito, agradecemos imensamente por esse universo ter chegado aos cinemas! A estreia em 04 de Novembro de 2001, que vemos no documentário, me emociona profundamente, com os atores e os fãs gritando, com Daniel, Rupert e Emma tirando fotos com J. K. Rowling… tudo é fascinante, é grandioso, é emocionante. E deixa saudades. Ah, e se Harry Potter e a Pedra Filosofal estreou na sexta-feira, na segunda-feira seguinte eles já estavam filmando Harry Potter e a Câmara Secreta
Afinal de contas, crianças crescem rápido DEMAIS!


Para mais postagens de Harry Potter, clique aqui.
E fique atento à nossa nova SEÇÃO: Criando o Mundo de Harry Potter!


Comentários

  1. Como ter acesso a esses documentários? Só comprando o kit completo mesmo é? Tem como disponibilizar de outra forma?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu realmente pensei nisso enquanto escrevia os textos... eu comprei os boxes na época em que foram lançados justamente porque me interessava o Criando o Mundo, e recentemente foi lançado uma versão dupla bem mais barata em que o DVD extra vem com o documentário. Na internet, pelo que eu busquei, é possível encontrar em inglês (a Parte 2: Personagens, você pode ver aqui, por exemplo https://www.youtube.com/watch?v=MHRT1YSoGtk ), mas sem legenda... daí depende de sua compreensão do inglês. Sinto muito por não poder ajudar mais :(

      Excluir

Postar um comentário