Sítio do Picapau Amarelo (2003) – A Lenda do Rei Arthur: Parte 1

“Narizinho, agora a gente já pode ir buscar o Visconde!”

Começa uma das minhas histórias favoritas na temporada 2003 do “Sítio do Picapau Amarelo”. Quem me conhece, sabe que eu sempre fui apaixonado pela lenda do Rei Arthur, e eu gosto de como isso é trazido para o programa, com direito a viagens e novos cenários, que me fazem pensar na primeira temporada do “Sítio”, quando o pessoal visitava lugares como o País das Fábulas, a Grécia Antiga e outros lugares como esse… adoramos o Sítio do Picapau Amarelo, mas também gostamos de sair um pouquinho dele, de explorar novos lugares, com novos cenários, novas cores! Também temos o Rei Arthur, a Rainha Guinevere e o Cavaleiro Percival vindo para as terras de Dona Benta, o “Reino do Picapau Amarelo”, enquanto escapam de Morgana, a perversa irmã de Arthur que está invadindo o castelo dele em Camelot, para destituí-lo do trono.

No fim do último capítulo de “Zumpilion”, acompanhamos a introdução à história de “A Lenda do Rei Arthur”. Para salvar seu rei, Merlin abre um portal no tempo e espaço, mas ele acaba ele mesmo passando por ele, vindo para o longínquo Século XXI, enquanto o célebre Visconde de Sabugosa assume o seu lugar, em Camelot, na Inglaterra do Século V, início da Idade Média. Enquanto o Rei e a Rainha encontram o Visconde e conversam com ele, para saber que ser esquisito ele é, Merlin dá um certo chilique no Sítio, porque Morgana e Mordreu estão invadindo o castelo e ele, velho, não teve força o suficiente para levar o Rei Arthur com ele, para a sua segurança. Em Camelot, Percival, estranhando o sabugo de milho, o persegue, até que Arthur e Guinevere o detenham, porque ele, aparentemente, é um amigo. “Amigo? Parece mais um demônio!”

Enquanto Morgana entra no Castelo, então, o Visconde é quem salva Arthur, Guinevere e Percival, mandando-os através do Portal, até o seguro Reino do Picapau Amarelo, enquanto o Merlin se assusta com um suco de maracujá preparado por Tia Nastácia, porque essa não é uma fruta que existia na Europa em sua época. Enquanto o Merlin fica tentando retornar a Camelot, sem sucesso, tudo o que ele consegue é trocar de chapéu e usar uma série de chapéus ridículos, mas acredita-se que ele tranca a passagem que conecta o Sítio a Camelot – o bom é que Morgana e Mordreu não poderão passar agora, atrás de Arthur, Guinevere e Percival… o único problema é que o Visconde de Sabugosa também ficou para trás, tendo salvo o Rei, mas sem ter tempo de salvar-se a si mesmo. Agora, ele vai ser capturado pelos vilões e jogado direito no calabouço!

Merlin adora se vangloriar, dizer que salvou o Rei Arthur, mas Arthur o corrige e diz que eles só vieram para o Reino do Picapau Amarelo graças ao Portal que o Sr. Visconde de Sabugosa os indicou. Agora que estão em segurança, Merlin esconde uma página do seu livro de magia, que trouxe consigo, em um lugar que acredita ser seguro: a canastrinha de Emília. Enquanto isso, os vilões tentam extrair de Visconde uma informação sobre o paradeiro do Rei Arthur, e depois de muitas negações e muitas chantagens, o Visconde acaba mencionando o Portal, mas isso não é um problema, porque a uma hora dessas a passagem já se fechou… nem o Visconde pode voltar para casa, nem as crianças podem ir a Camelot para salvá-lo. A não ser que o Portal seja reaberto. “Eu não quero mais saber de conversa, não. Eu quero saber quem é que vai lá em Camelot buscar o Visconde!”

A Emília toda preocupada <3

Emília, de início, não tem uma boa relação com os visitantes de Camelot. Ela chama o poderoso mago Merlin de “Gergelim”, e o Rei Arthur de “Rei Porcaria”, porque ele não tem modos enquanto come, e “parece o Rabicó”. Pelo desacato ao Rei, Percival se voluntaria para defendê-lo atacando a boneca com uma espada, e então vira uma confusão. Topetuda, Emília levanta o queixo e solta um “Experimenta!”, e Narizinho também defende sua boneca, enquanto Dona Benta diz que não quer saber de violência no seu Sítio. Guinevere, apaziguadora, faz Percival pedir desculpas à bonequinha, e explica a Dona Benta que ele só estava defendendo o seu Rei, mas, vendo a preocupação de todos com o Visconde de Sabugosa, o Rei Arthur garante que ele vai fazer de tudo para trazê-lo de volta em segurança… por isso, Merlin se encarregará do resgate.

Enquanto Emília fica pressionando todo mundo para trazer o Visconde de volta, o Visconde está preso no calabouço do castelo de Camelot, ao lado de outro Cavaleiro da Távola Redonda, que inicialmente não sabe se pode confiar nele, mas acaba o aceitando: ele não sente maldade em seu coração e, se ele foi trancado ali, então deve ser um deles. Então, o Cavaleiro se apresenta: LANCELOT – como diz Narizinho, “o mais bravo dos cavaleiros; dizem que ele também é o mais bonito”. Lancelot alerta o Visconde de que Morgana tentará ir até esse tal de “Reino do Picapau Amarelo”, porque ela não vai sossegar enquanto não dispuser o irmão na frente de seus súditos. E ela está mesmo buscando uma maneira de seguir o Rei Arthur e os demais até o Sítio do Picapau Amarelo, encontrando o livro de magia de Merlin, que está com uma página arrancada.

Página essa que está na canastrinha da Emília…

Hoje, Morgana não abre um portal para o futuro.

Tendo dado as ordens a Merlin para que ele encontrasse uma maneira de trazer o Visconde de volta, o Rei Arthur caminha pelo Sítio, de braços dados com Dona Benta, e o “Sítio” parece voltar às suas origens, com a contação de história – é lindo como ele fala da Excalibur, de como virou Rei quando ainda era uma criança, e sua missão era acabar com a injustiça que reinava no lugar. Pedrinho, então, imagina-se no lugar do Rei Arthur, e aquele momento me arrepiou, porque isso TEM TUDO A VER COM O PEDRINHO. Exatamente como a sua música diz: “Ele imaginava que era rei, soldado, herói, pirata e domador […]” Ele ainda tem a oportunidade de lutar contra Percival usando a Excalibur do Rei Arthur e, de algum jeito, vencendo, enquanto a Dona Benta se preocupa pelo neto… acontece que ninguém que esteja com a Excalibur pode perder.

Por isso ele vence o Percival. Com a ajuda de uma jaca.

Emília e Narizinho, por sua vez, mostram a Guinevere algumas novidades, como o rádio e a televisão, mas o pessoal de Camelot parece se assustar com tudo – quando veem o Quindim, por exemplo, eles o chamam de “um monstro esperando para atacar”, e Percival rapidamente empunha sua espada, enquanto Arthur tenta “defender” a Dona Benta e o Zé Carijó, e a Guinevere vai chamar o Merlin… ninguém dá atenção ao pessoal do Sítio, que tenta dizer que Quindim é seu amigo. No meio de toda a confusão, Merlin acaba dando antenas de inseto para Percival, e o Quindim, despertando, consegue escapar antes de ser atacado por Percival, Arthur e todos os outros, para o alívio de Emília e todos os seus amigos do Sítio do Picapau Amarelo. A cena ainda traz o Percival tentando montar no Conselheiro, e todo mundo em choque ao ver que os dois animais falam.

Guinevere até desmaia!

Mesmo sem a página que buscava do livro de Merlin, Morgana consegue completar o seu feitiço e PARTIR PARA O FUTURO. Usando um pedacinho do casaco do Visconde, ela desaparece de Camelot e surge na caverna da Cuca, e como não amar a Cuca e a Morgana juntas? “Morgana Le Fay? A rainha de todas as bruxas? A mais poderosa de todos os tempos?” Agora, Morgana tem uma aliada nesse novo tempo, e enquanto Guinevere conta a Emília e Narizinho sobre a história da malvada Morgana, que jurou que um dia a Excalibur seria dela, a Morgana assiste à cena na bola de cristal quebrada da Cuca, que comenta: “Emília tinha que estar no meio.eu odeio aquela boneca!” Agora, a Cuca garante que vai ajudar a Morgana… afinal de contas, ela é a maior de todas as bruxas, e não será como a Morgana da temporada passada. Aqui, há respeito e admiração.

Em relação ao Visconde, Emília resolve fazer alguma coisa ela mesma, especialmente quando ela descobre a página do livro com o feitiço do portal do tempo escondido em sua canastrinha – afinal de contas, como a bonequinha diz, “Como é que o Tutu confia num velhinho pra voltar pro Camelódromo?” Então, Emília tem um plano: ela e Narizinho vão enganar o Merlin para que elas mesmas possam ir a Camelot e salvar o amigo. Para isso, ela coloca a Narizinho para copiar a página que encontrou na canastrinha, e fica com a verdadeira, deixando a falsa ainda na canastrinha… depois, elas roubam a poção verde que o Merlin vinha preparando, e deixam outra no lugar… “Narizinho, agora a gente já pode ir buscar o Visconde!” Então, a primeira semana da história da “Lenda do Rei Arthur” termina com Emília e Narizinho partindo a Camelot.

Será que vai dar certo?

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