ESTREIA “Sítio do Picapau Amarelo” (12 de Outubro de 2001)


“Ai, Emília, eu gosto tanto de você! Eu queria tanto que você falasse!”
Há DEZESSEIS anos e eu me lembro tão vividamente da sensação… eu me lembro dos dias e semanas (!) que antecederam a estreia… cada comercial, por mais curto que fosse, e eu estava extasiado, porque assim que o Sítio do Picapau Amarelo foi anunciado novamente na Globo, meu pai e minha mãe começaram a contar histórias sobre o Sítio deles, de 1977 a 1986, e eu não podia estar mais ansioso. Acho que, naquele ano, as crianças pouco se importaram com qualquer outro presente… estava todo mundo LOUCO para conferir a estreia. E eu não sabia bem que aquela se tornaria uma paixão para a vida inteira. Eu estava prestes a fazer 9 anos de idade, e meus olhos provavelmente estavam brilhando desde o primeiro momento, por tudo! O capítulo é mais focado em Narizinho que em qualquer outro personagem, mas há muitas menções e teasers.
Vendo agora, eu percebo o QUANTO aquela primeira temporada do Sítio do Picapau Amarelo, entre 2001 e 2002, se dedicava fielmente aos livros. Parecia que eu estava lendo “Reinações de Narizinho” de novo! Tudo nesse primeiro capítulo grita: NOSTALGIA! A abertura maravilhosa, a música repleta de boas recordações, e a Tia Nastácia chamando por Narizinho, enquanto a garota derruba a Emília da jabuticabeira, e desce para buscá-la, ainda uma simples (e linda) boneca de pano, cujo olho esquerdo está começando a cair… Dona Benta, por sua vez, está lendo e-mails, e fica animadíssima com a notícia de que o Pedrinho está prestes a vir ao Sítio, enquanto o Pedrinho, por sua vez, está na escola, todo distante e imaginativo. Pensando no Sítio, pensando em onça pintada, no seu estilingue e em suas caçadas… e é tudo tão fofo, não é?
O amor da Narizinho por Emília já é bem retratado também, e eu gosto muito desse tempo que a Emília passa como uma boneca de pano, traz veracidade. “Ai, Emília, eu gosto tanto de você! Eu queria tanto que você falasse!” Mas é na beira do ribeirão que a aventura toda se inicia, depois que Narizinho cai no sono e é despertada por aquela cena CLÁSSICA em que o Príncipe Escamado e o Mestre Cascudo andam por seu rosto, explorando “a montanha nova” que surgiu do nado… ela se mantém quietinha, embora irritada, enquanto eles exploram e comentam, se perguntando se “aquilo” é feito de mármore, requeijão ou rapadura… depois o Mestre Cascudo retira umas “barbatanas” (as sobrancelhas) de Narizinho para que seus filhos brinquem, e quando eles cutucam as narinas da garota, ela acaba espirrando e mandando-os longe!
“Eu não disse? É ninho de fera, sim! E de fera espirradeira!”
O roteiro e os diálogos estão TAL QUAL NO LIVRO! <3
Então Narizinho conhece o Príncipe Escamado, Rei do Reino das Águas Claras (“Que bom! Príncipe e Rei ao mesmo tempo! Sempre tive vontade de conhecer um Príncipe-Rei!”), e quando ele a convida para ir até seu Reino, ela não pensa duas vezes… ainda mais quando ela explica que sua boneca é muda de nascença, e ele diz que o Doutor Caramujo tem umas pílulas que pode colocá-la para “falar pelos cotovelos”. Enquanto Narizinho começa a explorar esse novo mundo, vemos o Tio Barnabé provocando o Rabicó, já que Dona Benta quer fazer uma feijoada para a chegada do Pedrinho, e tem o seu cachimbo roubado pelo travesso Saci… o mais legal é ver a Dona Benta cética, enquanto Tia Nastácia e Tio Barnabé comentam sobre o Saci e, depois, sobre a Cuca! Gosto do suspense que apresenta a caverna, a trilha e, por fim, a risada e a sombra da Cuca!
Mas ainda não a vemos.
Toda a história no Reino das Águas Claras segue muito a trajetória do livro de Monteiro Lobato. Temos o Major Agarra-E-Não-Larga-Mais dormindo e sendo vestido de “velha coroca” com as roupas de Emília, e o Príncipe Escamado dando-lhe o castigo de “engolir 100 pedrinhas redondas, ao invés das 100 moscas habituais”, e a entrada majestosa de Narizinho no palácio do Príncipe, com a trilha sonora cantada pela Ivete Sangalo… e é então que surge o Pequeno Polegar, e Narizinho o ajuda a se esconder da Dona Carochinha, enquanto a barata e a garota discutem, porque Dona Carochinha ameaça a “pestinha de nariz arrebitado” que todos seus personagens querem conhecer, e embora Narizinho esconda o nariz, a princípio, ela se entrega quando a baratona chama Dona Benta e Tia Nastácia de “velhas corocas”.
A situação é divertida e vira uma grande briga… Narizinho é uma garota corajosa, e ela e a Dona Carochinha brigam de verdade, e ainda se ameaçam com coisas como “Pois faça isso que eu desarrebito seu nariz!”, quando Narizinho diz que, caso veja o Pequeno Polegar, vai mesmo incentivá-lo a fugir, e depois ela ainda responde com “E eu arrebito o seu, sua cascuda!” É divertido e leve, e é então que Isabelle Drummond assume o papel de Emília pela primeira vez, ganhando vida para proteger Narizinho, sua melhor amiga. Ela ainda não fala, mas já ganhou vida, e isso é algo importante! A emoção de Narizinho é real e palpável! “Eu não acredito! A Emília tá viva!” E, quem diria? Assim começou uma das melhores coisas que marcaram a nossa infância e que é, até hoje, recordada com todo o carinho do nosso coração. Sou um eterno apaixonado pelo Sítio do Picapau Amarelo!

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P.S.: Algumas fotos são prints dos meus próprios DVDs. Outras foram encontradas na internet há mais tempo do que consigo rastrear sua origem. Se tiver os direitos sobre alguma foto, deixe nos comentários que eu atualizo a postagem! ^^

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