The People v. O.J. Simpson: American Crime Story 1x04 – 100% Not Guilty


“I’m being totally honest with you. What am I not seeing?”
A tensão só cresce, e eu juro que questiono se serei capaz de assistir ao final da primeira temporada de American Crime Story. A série está fazendo um caminho excelente, nos incomodando pela maneira como o caso é guiado de maneira suja, e essa briga de egos está assumindo níveis assustadores que, por vezes, me parecem estar deixando de lado o real propósito ou o caso em si: o fato de O.J. Simpson ter matado não apenas Nicole, a esposa, mas também Ron Goldman. Eu continuo, a cada episódio, questionando como é possível que alguém apóie OJ e ache realmente que ele é inocente… queria ver Marcia ganhar esse negócio, provar que ele realmente matou a esposa. Com uma maestria incrível, a série continua nos prendendo em uma história angustiante e densa, que nos mostra que um julgamento tem, realmente, várias facetas que eu nem imaginava como acontecia – e um julgamento como o de OJ Simpson não segue realmente todos os passos comuns dos outros, com complicações extra a todo o momento.
The Trial of the Century.
Estamos caminhando no julgamento de OJ Simpson – enquanto isso ele passa algum tempo na cadeia que é tudo o que está me satisfazendo, porque eu quero ver ele sofrer e pagar pelos crimes que cometeu! À parte disso, nós temos as Audiências se iniciando, e elas se tornam cada vez mais revoltantes, com uma série de objeções absurdas e ridículas por parte da defesa, impedindo que o trabalho que precisa ser realizado o seja feito adequadamente. E OJ Simpson se declara: Absolutely 100% not guilty. A série tinha o propósito de nos fazer questionar alguma coisa ou ela só está mesmo tendo mostrar o absurdo de ter pessoas confiando no OJ sendo que as evidências são tão eficazes contra ele? Quer dizer, não me parece haver dúvidas a respeito de sua culpa! E OJ me irrita profundamente do início ao fim, em qualquer momento em que ele está em cena, em qualquer momento em que ele abre a boca. Como aquela cena final, no telefonema, em que ele nem aparece, mas aquela hesitação e incerteza do outro lado são angustiantes.
Os dois lados buscam por reforços. Alguma coisa precisa seriamente ser feita de ambos os lados se eles quiserem vencer, e isso se torna uma revoltante luta de poder, na qual provar a verdade fica mais difícil a cada segundo. E todo o Circo armado na mídia (com a ampla ajuda da equipe de defesa) continua atrapalhando significativamente o trabalho sério de todo o processo. Agora, com Faye Resnick, ela publica um livro sobre Nicole, contando “verdades” sobre ela que, mais uma vez, atrapalham todo o andamento, dessa vez da Seleção do Júri – e é claro que ela se torna, depressa, uma autora #1 na Lista de Mais Vendidos da The New York Times. Enquanto o juiz e os advogados lêem o livro, ultrajante, a Seleção do Júri é temporariamente suspensa. E na equipe de defesa, arma-se uma grande disputa de egos entre Robert Shapiro e Johnnie Cochran e, particularmente, eu não sei quem é que eu detesto mais. “So, if this is playing the Race Card… so be it”. O que importa é que ambos estão jogando baixíssimo para conseguirem o que querem.
Provar a inocência de OJ.
Que, a meu ver, nem existe.
Grande parte do episódio, como comentado, girou em torno da Seleção do Júri, e eu nunca tinha parado para pensar a respeito de toda essa busca e definição, e do quanto isso é um trabalho árduo e questionável. Há tanta coisa envolvida, há tanta ausência de neutralidade – afinal diz-se que neutralidade não existe. Como escolher então essa parte? Parece que o caso já é parcialmente decidido naquele momento, e há toda uma tensa manipulação por trás de tudo. Eu amo, por exemplo, a força de Marcia, mas sua dureza a torna questionável, não relacionável, não o suficiente para ser apoiada pelo Júri. No entanto, tudo ali acontece de forma revoltante e superficial, com os julgamentos baseados em como OJ é “bonito, masculino e charmoso” ou como Nicole era “aproveitadora”. Quer dizer, eles estão mesmo querendo CULPAR A NICOLE? Isso não é possível! Eu queria profundamente que essa nova adição à equipe da promotoria fosse uma garantia de como as coisas vão começar a desandar para OJ, embora eu saiba a verdade.
Mas que eu adorei ouvi-lo no When did they get a black guy?, ah isso sim!

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