Vale o Piloto? – The People v. O.J. Simpson: American Crime Story 1x01 – From the Ashes of Tragedy
“He didn’t ask how she died”.
Que episódio absolutamente FENOMENAL! Fiquei
completamente preso durante todos os 57 minutos do primeiro episódio de American Crime Story, e devo dizer, The People v. O.J. Simpson vai ser algo
memorável para a história da televisão, a julgar por esse incrível Piloto. Com
atuações fascinantes, a série traz uma trama densa que narra um crime famoso
nos Estados Unidos, e revoltante. Eu ainda não sei o quanto de tudo aquilo é
verdade (é mesmo muito difícil julgar as pessoas), e já fui atrás de
informações para ver que ele será condenado no fim disso tudo, mas eu não
consegui mesmo confiar em O.J. Simpson. Não consegui confiar nele em NENHUM
momento, em nenhuma cena. Sua personalidade estranha, repleta de gritos e perda
de controle, era uma coisa, mas aquele depoimento que foi gravado e mostrado
para Marcia, a promotora, foi a grande gota d’água para mim – NÃO TINHA COMO
ACREDITAR EM NADA DO QUE ELE ESTAVA FALANDO!
“7… 8… 9…?”
SERIOUSLY?
Assim, a série começa já de maneira eletrizante,
com cenas reais de outro caso importante, ainda dois anos antes do assassinato
de Nicole Simpson, a ex-mulher de O.J., mas que também ajudaram a criar a atmosfera
da série. E ela está incrível, com cores bastante escuras, trilha sonora
carregada e um impressionante tom de suspense. O assassinato duplo é o grande
mote do Piloto, e então, quando eles tentam ir até a casa de Simpson para
avisá-lo da morte, eles acabam percebendo que ele é o primeiro e o principal
suspeito do crime, com a trilha de sangue deixada para trás (da mão esquerda) e
a marca na porta do carro. A partir daquele momento em que ligam para ele para
contar sobre a morte, a dúvida já é levantada: seria O.J. Simpson inocente? E parece-nos que não, e a série parece
preocupada em deixar isso muito claro: que eles não acreditam na inocência de
O.J., não inicialmente pelo menos. Aquele “Ele
não perguntou como ela morreu”, para mim, foi um dos momentos mais
marcantes.
Natural ele se safar só porque “é uma estrela”,
ex-jogador de futebol, não?
URGH!
Parece-me que toda a convicção e determinação de
Marcia Clark, uma brilhante promotora interpretada (maravilhosamente) por Sarah
Paulson, vai ser toda a diferença no caso, afinal notamos a relutância de
tantas pessoas em condenar O.J. Simpson por ele ser um famoso jogador de
futebol. Ex. Mas ela não pode simplesmente deixar isso passar. “Brentwood? No one gets murdered in
Brentwood”. Adorei a maneira como ela estava irredutível ao dizer que ele
já escapou de ter batido nela, durante tantos anos, ele não escaparia por ter a
matado. E como uma contra-parte do brilhante trabalho de Marcia Clark,
conhecemos Robert Shapiro (interpretado por John Travolta), para ser seu
advogado, independente de ele ser inocente ou não – aquela cena, revoltante, na
qual ele pergunta a O.J. se ele matou a ex-mulher foi risível, afinal não
acredito que ele confessaria, mesmo para o advogado, caso o tivesse feito. Mas
pareceu-me que aquela passagem pelo polígrafo que deu um resultado de -24 é
prova substancial para nós não precisemos acreditar nele?
Adorei como a série manteve todo seu tom sério e
imponente, e nos fez se relacionar com a trama depressa demais – mesmo para mim
que não sou norte-americano e não vivi nada disso. Já quero a prisão de O.J.
Simpson, quero mais e mais episódios, e tudo foi muito intenso. Cada sentimento
ao assistir. Minha raiva chegou ao ápice com o depoimento evasivo dele, mas
também por ele estar sendo tratado diferente por ser uma “celebridade” – e
aqueles ataques dele eram cada vez mais reveladores. Aqueles gritos e voz aguda
eram um indício de seu desespero, seu medo por ser culpado, seu medo de ser
descoberto e preso. Foi um absurdo ele aparecer no funeral de Nicole, achei o
cúmulo da dissimulação, mas o final deixou tudo muito claro… a fuga dele o
condena completamente. Aquela coisa de testamento, depoimento aos fãs, carta
para mãe e filhos e ameaça de suicídio foi uma tentativa desesperada de
mostrar-se inocente.
QUANDO ELE NÃO É.
Mas tudo bem, ele fugiu para provar isso ao
receber ordem de prisão. Só aguardar.
“Yeah, he killed two people, he’s
going to jail, he should be depressed”
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