The Magicians 1x04 – The World in the Walls
“It’s a spell. We’re all trapped in it and I’m the
only one who knows”
O MELHOR episódio da série até o momento, com um
ritmo de tirar o fôlego e uma narrativa cada vez mais impressionante – que a
série possa manter esse ritmo e nos entregar cada vez episódios melhores, como
foi o caso. Depois de introduzidos brevemente ao mundo de Fillory no primeiro episódio
e Brakebills ao longo dos três episódios passados, esse quarto episódio
construiu uma atmosfera de perfeito suspense, em uma construção impressionante
e assustadora, com muita precisão e veracidade. Tirando Quentin temporariamente
de Brakebills, ele acorda em um Hospital Psiquiátrico, o mesmo do qual saiu no
Piloto da série, antes de ser convocado pela Universidade para o Teste – e tudo
se encaixa em um aplaudível exímio roteiro que brincou lindamente com as
possibilidades da esquizofrenia, mesclando elementos e personagens com exatidão
calculada, nos deixando absolutamente embasbacados. A minha sensação, ao fim do
episódio, era a MELHOR POSSÍVEL. Episódio incrível, de verdade, com um roteiro
preciso, complexo e INTELIGENTE.
Como The
Magicians está ascendendo depressa na minha lista, só continue assim!
Toda a proposta de Hospital Psiquiátrico já foi
utilizada em outras produções, e ela me parece extremamente assustadora – a
perda de noção do que é real e do que não é me incomoda, me intriga, enquanto os
motivos para tudo é contundente o suficiente para lhe fazer questionar. Nós
sabíamos, no fundo, que a história de The
Magicians não podia ter sido uma mentira, ou uma ilusão, até aqui, mas ao
mesmo tempo, TUDO FAZIA TANTO SENTIDO. A construção do ambiente do Hospital
Psiquiátrico no qual Quentin Coldwater estava sendo mantido preso foi tão
detalhada que é difícil questionar… e ainda paira a dúvida a respeito de tudo,
porque o fato de ele “estar de volta a Brakebills” não chega realmente a provar
nada, não chega a provar que o Quentin não possa estar tendo qualquer outro
surto psicótico, porque afinal, parece-me que é assim mesmo que as coisas
acontecem. Mas nós somos presenteados com o poder da escolha, e podemos
escolher acreditar no que preferirmos. E nós preferimos acreditar que Quentin
voltou.
Parecia um impressionante suspense. Quentin acorda
sem saber direito onde está, e anda pelos corredores do Hospital Psiquiátrico
encontrando, entre os pacientes, pessoas como o Eliot – alguém tão
esquizofrênico quanto ele. Penny é um raivoso funcionário, e o consultório
médico utiliza o mesmo cenário da sala em Brakebills na qual ele foi levado
quando ameaçaram lhe tirar as memórias. Os elementos da realidade e da ilusão
se misturam, com as mariposas voando desesperadamente no consultório, a Besta
sempre relembrada… e Alice retorna, e por um segundo, no início do episódio,
nós achamos que ela se lembra de tudo, que Quentin realmente deixou Brakebills
para salvá-la. Até que ela demonstra sua verdadeira natureza descontrolada. “Star Trek, that’s an episode of Star Trek”.
O ápice é atingido com a visita de Julia, que inicialmente me comove
profundamente, e a interpretação de Quentin estava INCRÍVEL. Angustiante. “This can’t be my life. Jules, it can’t”.
Toda vez que ele chorava, ansiava por sua vida de volta, se tremia todo ou se
balançava, os olhos grandes e vidrados.
Um retrato muito bom do quanto esquizofrênico ele
pode estar. Um surto.
Dói um pouco pensar que soa tão real que aquilo
seja um surto!
TUDO FAZ SENTIDO, TUDO SE ENCAIXA!
Mas, felizmente para Quentin Coldwater, as coisas
começam a mudar justamente com a desesperadora visita de Julia ao Hospital.
Porque ele faz os fogos de artifício, que ele vê saindo das pontas de seu dedo,
e implora que mais alguém consiga vê-lo, mas ninguém o faz. E ela estraga tudo ao dizer: “Wait, how did you know they were fireworks?
If you didn’t see it, how could you know it was firework”. Quebra a
ilusão. Ele sabe que precisa lutar porque alguma coisa ESTÁ ERRADA. E quando
Julia ri, minha gana por ela retorna fortemente. Foi, sim, angustiante e
dolorosamente real e crível, exatamente o tipo de história pelo qual eu me
APAIXONO, porque esses mundos fantásticos que são frutos de um surto psicótico
são realmente coisas que me interessam. Como acontece em Sucker Punch, mais ou menos – mas aqui, em um episódio, tem MUITO
MAIS FORÇA. A trama vem com muita intensidade, mexe conosco, e nos encanta.
Jane, de Fillory, aparece dando uma dica no livro sobre como Quentin pode
deixar aquele lugar. Mas a maior dica é: “Everything
here is you”. Tudo é uma projeção DELE, de Quentin.
Por isso, lembram-se do Penny brigando com ele por
causa da Taylor Swift?
MELHOR CENA DO EPISÓDIO É O Q CANTANDO SHAKE IT
OFF! \o/ AMEI E RI MUITO!
E então é que a ilusão começa, efetivamente, a se
desfazer, quando o Quentin consegue convocar o verdadeiro Penny para dentro de
sua mente com o Shake It Off. A
densidade do episódio e as cenas fortes continuam com o relato sobre a maneira
como Quentin tentou matar o próprio pai, chamando-o de A Besta, e o vídeo de
quando ele foi internado foi fortíssimo. Mas Penny vai ao seu resgate (ri tanto
com o “You racist motherfucker” por
causa do sotaque!), enquanto Julia e Marina são as grandes ****** ** **** por
trás de todo o feitiço que está fazendo isso com Q. No entanto, ainda que eu
tenha tido uma PROFUNDA raiva de ambas, eu entendi todo o plano e, novamente,
aplaudi a complexidade do roteiro, que não deixou a desejar. Afinal, para
salvar o Quentin de toda a ilusão, o Reitor precisa convocar um espírito
maligno que possa ajudá-lo, e para isso baixa as guardas da escola, permitindo
assim a entrada de qualquer um, o que deixa com que Marina entre em Brakebills
para reaver suas memórias.
Inteligente, huh?
Tivemos, também, uma grande nova introdução ao
Mundo de Fillory, e eu estou ANSIOSO para poder explorá-lo com maiores detalhes
dentro da série, só não sei quando isso vai acontecer… mas depois que o Quentin
foi encaminhado para uma lobotomia, dentro de sua Realidade do Hospital
Psiquiátrico, ele foi impedido por Penny, que conseguiu tirá-lo de lá em uma
primeira instância (“Get up. This is not a hospital, you’re not crazy. You can make it disappear. Make
it”). E levá-lo a um círculo de fachos de luz, no qual ele ficou preso com
Jane, de Fillory, e Elis Wirth-Downs, o Madness Maker, precisando tomar a
decisão de NÃO JOGAR MAIS, e voltar a viver. Estou apaixonado pela série, não
só pela sua temática em geral, mas pela maneira inteligente e madura como ela
está sendo conduzida – completamente orgulhoso. Os efeitos também são bons, o
clima é tenso e bom de acompanhar, foi ótimo vê-lo descartando o tabuleiro de
xadrez, conseguindo retornar enquanto Julia, completamente destruída, é
afastada das Bruxas Hedge. Consigo ver, especialmente por causa desse episódio,
mais do que nunca, por que a série já foi renovada para a segunda temporada!
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