The X-Files 10x04 – Home Again


“And I want to believe… I need to believe that we didn’t treat him like trash”
Um episódio bastante alegórico sobre a maneira como Scully e Mulder trataram o seu filho ao abandoná-lo e deixá-lo para adoção logo depois de ele ter nascido. Foi um episódio construído de maneira inteligente e emotiva – a trama usou a doença de Margaret Scully, mãe de Dana, para levantar questionamentos extremamente pessoais, fazer com que Dana Scully pudesse pensar em sua própria vida, suas próprias decisões, e os mistérios que gostaria de resolver; mistérios esses que não são necessariamente os mesmos mistérios que Mulder está continuamente tentando responder ele mesmo, mas que ganham um interessante paralelo em Home Again. Toda a história do Trashman não vai ser lá tão significativo na trama da temporada, ou na próxima caso a série seja renovada como esperamos, mas serviu para fazer Dana pensar em William, assim como a doença da mãe, e para fazer com que ela associasse ela mesma àquelas pessoas que ela odeia.
Ela é uma delas.
Assim, o episódio começa de maneira misteriosa – o TRASHMAN é um assassino cruel que nos entregou cenas fascinantes, e um pouco angustiantes. Não consegui ver toda a nojeira de olhar para o rosto dele por muito tempo, por exemplo. Mas com uma misteriosa pintura pairando como defensora dos sem-teto, nas cenas dos crimes, Mulder investiga o fato de os assassinatos terem acontecido de maneira peculiar. Não só eles foram absurdamente violentos, com o corpo completa destroçado, mas eles também não conseguem nenhuma pegada, nenhuma marca significativa – e o estudo do curativo mostra uma matéria que não é nem orgânica, nem inorgânica. Nem viva, nem morta. Ao mesmo tempo em que isso acontece, Scully é chamada, da cena do crime, para o hospital onde sua mãe é internada em estado grave e, à beira da morte, ela chamou por Charlie, o filho que saiu de sua vida tanto tempo atrás.
Foi uma composição muito interessante, porque foi movida pela emoção. Scully estava pouco envolvida no caso da semana, mais preocupada com a mãe e a desvendar mistérios – mistérios como o significado da corrente que ela carregava com ela, o motivo de ter mudado seu testamento, e por que só chama por Charlie, e não pelos outros filhos. Embora essa última fosse óbvia! E depois que o Trashman mata ao som de Downtown (QUE CENA!), Scully consegue falar com Charlie e fazer com que ele conversasse, por telefone, com a mãe. Uma última vez. E foi uma ligação poderosa, que lhe permitiu morrer em paz, e acordar por alguns segundos para dizer: “My son… is named William too”. Dar a Mulder e Scully a dica a respeito da responsabilidade que eles têm com o filho deles… assim como aquele sem-teto tinha com a criação dele que estava matando pessoas loucamente pela cidade. Porque Charlie ao abandonar a mãe, Scully ao abandonar William e o cara ao criar o Trashman. SÃO TODOS OS MESMOS. “You’re just as bad as the people that you hate”.
Por que eu sinto que ainda teremos William?

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