Continuum 3x05 – 30 Minutes to Air


Continuum me deixa confuso com suas intenções – em quem os roteiristas acreditam de verdade? Estaria apenas eu fazendo essa leitura crítica de apoio à Liber8, achando um absurdo que depois de tudo ninguém vá ver a transmissão, tão REAL? Eu não concordo necessariamente com a maneira como eles escolhem trabalhar, usando o terror, mantendo reféns e matando pessoas, mas concordo plenamente com suas ideologias, e muitas vezes parece que Kiera e companhia não conseguem notar o horror e a verdade de tudo isso! Quer dizer, eles nem escutam, eles não ponderam, e a Kiera veio de 2077, onde tudo isso se tornou realidade e era terrível. Então não está na hora de acordar?
Esse quinto episódio da terceira temporada de Continuum trouxe a tentativa de Travis de fazer uma transmissão falando, mais uma vez, sobre o perigo do mundo tomado pelas corporações, essa teoria que a Liber8 vem defendendo desde que a série começou, mais de 2 anos atrás. Tudo bem que para isso eles invadem uma emissora de TV e fazem muitos reféns, no meio dos quais alguns até acabam mortos, mas dá realmente para julgar a personalidade de Travis se a comparamos com a maneira como ele trata sua filha, e como ela o ama? Eles não precisavam de todo aquele estardalhaço, talvez, mas também foi daquela maneira que eles conseguiram chamar mais atenção.
E se alguém tivesse escutado a mensagem, deveria ter pensado sobre o assunto.
Porque é impossível não pensar! Eu odeio a alienação que guia todas as ações de Kiera, me irrita ver que ela está a todo momento querendo impedir a Liber8, mas nunca pára para realmente escutar. E isso tudo só acontece porque ela vem do futuro, ainda com as crenças de 2077, na qual a Liber8 era a vilã. Mas claro que naquela época a Liber8 é a vilã, afinal de contas eles estão contestando os governantes e o poder daquela época – que por sinal mandam na polícia, e não querem suas ações questionadas. Assim como o programa absurdo da Diana, comprado, Kiera também é um produto desse controle mental, diretamente de 2077.
Mas nós precisamos ser críticos o suficiente para perceber a realidade.
O Alec do presente, aquele que não viajou no tempo, representa esse novo futuro dominado pelas corporações, e quem é que vai defender que esse é o melhor? Está difícil assistir àquelas cenas sem ficar com raiva do Alec, sem detestar o que ele fez com Kellog (sim, acabamos mesmo defendendo o Kellog!), a maneira como ele fala de Emily, ou seu drama por Kiera estar trabalhando com o outro Alec. E é complicado notar a diferença com o Alec que viajou no tempo, que conheceu o pai, e que não é tão vingativo dessa maneira – os dois Alecs seguem caminhos assustadoramente diferentes, e eu realmente não sei qual vai ser a intenção do roteiro com esses dois.
A maior prova de tudo esteve na Christine – achei que ela fosse uma filhinha de papai mimada que se juntou à Liber8 apenas para ser rebelde, mas que talvez pudesse identificar-se com as suas idéias, mas tudo não passa de uma armação ainda maior de Dillon contra a organização. Eles realmente precisam deter a Liber8 pelos seus modos, mas eles os querem deter pelos motivos errados. A Liber8 não está se fazendo ouvir, eles precisam mudar sua abordagem urgentemente – mas as pessoas precisam parar para ao menos considerar seus protestos, porque eles fazem muito sentido. As corporações é que estão mandando no mundo agora, não existe “imprensa livre” que não seja alienada, os representantes são comprados, não eleitos, e tudo o que eles querem é OBEDIÊNCIA. Quem está errado, afinal?

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