94th Academy Awards – Oscar 2022

Uma noite agitadíssima

Diferente dos últimos anos, dessa vez o Oscar foi transmitido ao vivo e na íntegra através do Globoplay, e pudemos acompanhar o tapete vermelho (inclusive, vermelho foi a cor da noite, o que eu vou encarar como um bom presságio para as eleições desse ano) e a cerimônia desde o início – faz muitos anos que eu não tenho essa chance, desde que parei de assistir pela TNT. Foi uma noite cheia de eventos, dentro os quais eu destaco momentos que me emocionaram, como a vitória de Ariana DeBose e a apresentação de Sebastián Yatra, ou aquelas homenagens bacanas que foram feitas a filmes que estavam fazendo aniversário, e, é claro, o surpreendente e inesperado tapa que o Will Smith deu no Chris Rock durante a cerimônia – e que foi o assunto mais comentado desde domingo à noite, inclusive. Aquilo me pegou de surpresa, fui dormir ainda em choque.

Novamente, foi um ano em que muitos dos filmes “importantes” eu não tinha assistido… mas conheço alguns, como “Duna”, que foi o filme mais premiado da noite, levando seis estatuetas, em categorias técnicas. Em Melhor Animação, “Encanto” leva o prêmio, e embora eu tenha gostado do filme, eu achei um pouco injusto, porque eu acho que existiam animações melhores concorrendo, como “Luca” e “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” – ambos filmes que, a meu ver, são muito melhores do que “Encanto”. Fora “Flee”, que eu não assisti, mas que me chamou muito a atenção e que agora eu vou precisar procurar para assistir. Como sempre, termino o Oscar com uma lista de filmes que me chamaram a atenção e que eu não vi ainda, dentre eles: “Coda: No Ritmo do Coração” (que levou o Oscar de Melhor Filme e parece incrível), “Drive My Car” e “O Beco do Pesadelo”, que pode ter críticas, mas é do Del Toro…

Eu preciso ver.

Uma das melhores coisas da cerimônia de entrega do Oscar é ver pessoas de quem gostamos. Fiquei acompanhando o Andrew Garfield e torcendo muito por ele (e pensar que, mais de 10 anos atrás, eu gostaria que “A Rede Social” tivesse ganhado o Oscar de Melhor Filme!), por exemplo, fiquei encantado pelo Simu Liu de vermelho, todo bonitão, como ele sempre é, mas o maior destaque da noite, para mim, foi ARIANA DEBOSE. Conheço Ariana de musicais, e eu torci tanto para que ela levasse o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel de Anita, em “West Side Story”, e foi lindíssimo vê-la ganhar, sem contar que é um prêmio extremamente simbólico, por dois motivos: a) Rita Moreno ganhou o mesmo prêmio em 1962, pela mesma personagem; b) Ariana DeBose é uma mulher negra, latina, queer e talentosíssima… ela mereceu esse prêmio e seu discurso me emocionou.

Para mim, o ponto alto da noite.

Os números musicais da noite foram marcados por apresentações de “Encanto”, por uma apresentação da Beyoncé e Billie Eilish, que é quem leva o prêmio, no fim das contas… meus momentos musicais favoritos, no entanto, foram os de “Encanto”. Fiquei emocionadíssimo com a apresentação de “Dos Oruguitas”, do Sebastián Yatra: a música é linda, ele arrasou, e eu adorei como ele conferiu emoção àquele momento e como podemos ver, no final, a mão dele tremendo, por exemplo, porque eu só posso imaginar o nervosismo… mas ele usou isso para intensificar a sua apresentação, que foi linda e emocionante! Arrasou demais! Sem contar que o Yatra tava ainda mais bonito que o normal ou é impressão minha? Também amei a apresentação de “We Don’t Talk About Bruno”, e eu adoro ver Stephanie Beatriz na tela, porque eu tenho um carinho imenso por ela desde que ela fez a Carla em “In the Heights”.

“But I always say I’m from Queens!”

A cerimônia também trouxe uma “homenagem” a filmes que estavam fazendo aniversário, apresentando clipes dos filmes e, em alguns casos, reunindo parte do elenco para apresentar categorias, o que foi bem legal. Tivemos a homenagem aos 60 anos de James Bond, por exemplo, os 30 anos de “Homens Brancos Não Sabem Enterrar”, os 15 anos de “Juno”, 50 anos de “O Poderoso Chefão” e o único filme celebrado que não tinha um número tão redondo assim: os 28 anos de “Pulp Fiction”, que contou com o elenco fazendo a dancinha clássica do filme no palco! Destaco, por fim, o “In Memoriam” desse ano e, principalmente, a narração brasileira, que se permitiu tirar um momento para nós que eu julguei importantíssimo. Maria Beltrão falando sobre Xexéo me emocionou demais, e achei aquilo justíssimo e necessário; e Porchat falou sobre o Paulo Gustavo, que também me emocionou muito.

Por fim, tivemos, é claro, toda a “treta” de Will Smith e Chris Rock, que pegou todo mundo desprevenido e virou o assunto mais comentado do Oscar, o que, em parte, é uma pena, porque parece que a noite se resumiu a isso… tudo é uma confusão, na verdade, e eu não quero me estender demais aqui, mas Chris Rock foi muito babaca e fez uma “piada” infeliz que pedia por um soco, mas, ao mesmo tempo, foi chocante demais ver o Will Smith subir ao palco e literalmente bater em Chris Rock no meio da cerimônia do Oscar. Não esperava por aquilo, mas não vou julgar o Will Smith… mas, para completar o “climão”, ainda temos o Will Smith levando o prêmio de Melhor Ator e fazendo um discurso longuíssimo e emocionado no qual fala sobre paz e amor. Por fim, “No Ritmo do Coração” termina com o prêmio mais importante e, detalhe: um filme de streaming e sobre surdos.

Momento histórico no Oscar!

Confira, abaixo, a lista completa dos premiados no Oscar 2022:

 

Lista completa de Ganhadores do Oscar 2022


Melhores Efeitos Visuais – Duna

Melhor Som – Duna

Melhor Curta-Metragem em Live Action – The Long Goodbye

Melhor Curta-Metragem de Animação – The Windshield Wiper

Melhor Animação – Encanto

Melhor Documentário Curta-Metragem – The Queen of Basketball

Melhor Documentário Longa-Metragem – Summer of Soul

Melhor Filme Internacional – Drive My Car (Japão)

Melhor Design de Produção – Patrick Vermette (Duna)

Melhor Cabelo e Maquiagem – Os Olhos de Tammy Faye

Melhor Figurino – Jenny Beavan (Cruella)

Melhor Edição – Joe Walker (Duna)

Melhor Canção Original – “No Time to Die” (007 – Sem Tempo Para Morrer)

Melhor Trilha Sonora – Hans Zimmer (Duna)

Melhor Fotografia – Greig Fraser (Duna)

Melhor Roteiro Adaptado – Siân Heder (No Ritmo do Coração)

Melhor Roteiro Original – Kenneth Branagh (Belfast)

Melhor Atriz Coadjuvante – Ariana DeBose (West Side Story)

Melhor Ator Coadjuvante – Troy Kotsur (No Ritmo do Coração)

Melhor Atriz – Jessica Chastain (Os Olhos de Tammy Faye)

Melhor Ator – Will Smith (King Richard: Criando Campeãs)

Melhor Direção – Jane Campion (Ataque dos Cães)

Melhor Filme – No Ritmo do Coração


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