Garoto encontra Garota (Meg Cabot)

 

Conheça Kate Mackenzie, moradora de Nova York: ela é assistente da T.P.M. (Tirana Perversa e Maldosa) Amy Jenkins, diabólica diretora de RH; o ex-namorado a enrolou por dez anos e ela está desesperada atrás de um conjugado bacana e barato. Já chega, né?! Para piorar, a T.P.M. ordena que Kate demita a funcionária mais popular da empresa, o que a leva a ser processada pela demissão injusta. Mas, contrariando todas as possibilidades, Kate encontra o amor de sua vida no tribunal…

 

Quem não queria viver um desses romances de Meg Cabot?!

A proposta epistolar de “O Garoto da Casa ao Lado” toma novas proporções nesse segundo livro da série de Meg Cabot. Sempre com o seu humor afiado, e com a possibilidade de alternar entre vozes dos protagonistas e fazer com que os conheçamos a fundo (gosto, particularmente, de como a proposta da série nos permite ver o personagem com uma “voz” para uma pessoa, e outra completamente diferente para outra), a autora acerta em cheio com “Garoto encontra Garota”, um romance que não envolve o mistério do primeiro livro, mas toda a dor de cabeça de um processo judicial no New York Journal, envolvendo uma das funcionárias mais populares do lugar, a Ida Lopez, e uma moça de bom coração, a Kate Mackenzie. Mas, em se tratando de Meg Cabot, é claro que nós teríamos que ter muitas referências, diversão e romance!

O livro é um prato cheio!

Cada virada de página é deliciosa!

Em “Garoto encontra Garota”, Meg Cabot expande bastante a ideia de “O Garoto da Casa ao Lado”, que era mesmo INTEIRAMENTE escrito em e-mails, e eu confesso que, inicialmente, eu a julguei por isso. Recorrer a fragmentos de um “diário” da Kate, por exemplo, me faz pensar que ela quer retornar para “O Diário da Princesa”, e são duas séries diferentes. De todo modo, aqui nós temos novos meios escritos (mensagens instantâneas, memorandos, listas, receitas, relatórios, entradas de diários em menus, notas fiscais ou programas de exposições de arte, letras de música, bilhetes, classificados), além de alguns meios falados (mensagens na secretária eletrônica, transcrição de reuniões do RH ou depoimentos), o que é o mais arriscado de todos para a proposta epistolar. Mas é Meg Cabot… ela faz fluir, ela faz com que nos apaixonemos e com que nos adaptemos às mudanças que o distanciam do romance que nos iniciou nessa série!

Aquilo que eu mais gostei no primeiro livro se mantém, que é a sensação de que os e-mails são, de algum modo, dirigidos a nós. Também amo como a história é independente e diz respeito à Kate, mas, de algum modo, está lá conectada à história de “O Garoto da Casa ao Lado”. Afinal de contas, elas acontecem no mesmo jornal! Assim, quando Amy Jenkins coloca aquele anúncio ridículo no banheiro da redação, ele é respondido com raiva por ninguém menos que George Sanchez, Melissa Fuller-Trent, Nadine Wilcock-Salerno e Dolly Vargas! É tão bom voltar a ler o nome deles. Assim como é ótimo quando Kate escreve no diário sobre o Stuart Hertzog e conta sobre “o episódio do charuto”, mencionando casualmente que “Mel estava grávida”. No decorrer do livro, ouvimos falar de Melissa e John com o bebê deles e tudo o mais, quando as histórias se cruzam.

E essa é uma particularidade bacana.

Mas “Garoto encontra Garota” é sobre UMA DEMISSÃO INJUSTA. Quando Ida Lopez misteriosamente se nega a servir sobremesa para um representante jurídico do lugar, com quem certamente tem um problema, Amy Jenkins, a diretora de Recursos Humanos, também conhecida como T.P.M., manda que Kate Mackenzie a demita, para o seu desespero. É CLARO que ela não quer fazer isso, todos amam a Ida Lopez e os seus doces, e o Stuart Hertzog é mesmo um nojento que provavelmente não merecia um pedaço de torta de limão ou qualquer coisa assim, mas Kate precisa cumprir a ordem… e isso vira uma comoção. Todos tentam interceder pela Ida, mas Kate não tem outra alternativa, e demite a Ida em uma das cenas mais hilárias e bizarras de Meg Cabot, com direito a receita ensinadas e a Kate caindo no choro. Depois da demissão, Kate ainda ganha um processo!

Bem, a Ida não está realmente contra ela, mas o sindicato está contra o jornal!

É assim que Mitchell HERTZOG chega à história, e devo dizer: é um baque ver que ele compartilha do mesmo sobrenome do babaca do Stuart, mas é delicioso vê-lo trocando e-mails nada amigáveis com o irmão idiota. Bastante abusado e debochado, ele tem um quê de adolescente rebelde, embora tenha uma humanidade sem tamanho. Eu começo a me apaixonar por Mitch nesses primeiros e-mails, com o seu jeito irônico de irmão mais novo, mas todo honesto, engajado, nada mimado… os e-mails que ele troca com Stacy Trent (!), sua outra irmã, mostram uma faceta diferente da que vemos contra Stuie, por exemplo. E isso tudo é antes mesmo de Kate nos contar a respeito de suas gravatas fofas dadas pelas sobrinhas, que ele usa no trabalho, ou todos aqueles músculos que ele tem por jogar basquete em cadeira de rodas com uns caras!

Enfim.

O primeiro depoimento de Kate é totalmente HILÁRIO, e ela fala sem parar de si mesma, e do Dale, e de “frango com molho de alho”. Ela até chega a dizer que “está do lado de Ida”. E Mitch é um fofo nessa coisa toda, e fica automaticamente encantado por ela, indo até Dolly atrás de informação de Kate, enquanto Kate conversa com Jen, sua melhor amiga hilária, sobre como ele é um gato. [Destaque para a Jen perguntando de como era a bunda dele, estou totalmente de acordo com ela: precisamos dessa informação.] O problema é que Kate também ficou mexida, mas ela ODEIA ADVOGADOS CORPORATIVOS MALDOSOS. Na verdade, ela detesta qualquer tipo de advogado, porque acha que eles não são boas pessoas… o que fazer conforme ela descobre mais e mais sobre Mitchell (e nós também), e ele parece cada vez mais uma boa pessoa. Além de, é claro, ser totalmente gostoso.

“Garoto encontra Garota” tem direito a todas as confusões em que Meg Cabot consegue pensar. Por exemplo, temos um “relatório de incidente” hilário em que Dale Carter, o ex-namorado de Kate (com quem ela ficou por 10 anos, mas que recusa a ideia de casamento!), aparece na recepção do jornal, canta umas músicas bregas, se recusa a ir embora e acaba expulso por Mitchell Hertzog, ninguém menos. É uma confusão, Dale acaba sendo marcado como “persona non grata” no edifício, e quando Kate e Mitchell conversam no escritório, mais tarde, “presenciamos” a conversa através da narração em e-mails e mensagens instantâneas trocadas entre Jen Sadler e Tim! Aqui temos falas como “Negativo. É um negativo. Ele não a convidou para sair. Repetindo. Ele não a convidou para sair”, que são pequenos momentos geniais que tornam os livros de Meg Cabot tão DIVERTIDOS!

<3

Um dos problemas atuais de Kate, desde que terminou com Dale, é que ela não tem onde morar, e já não quer mais ficar na casa de Jen, que está tentando ter um filho (!), por isso acaba aceitando o convite (com o dedinho de Mitch!) de Dolly Vargas para ir morar com ela… Mitchell está DETERMINADO a conquistar Kate, e não só lhe consegue um lugar provisório para morar, como também vai contra Amy Jenkins, a T.P.M., embora supostamente devesse estar defendendo o jornal, porque sabe que Kate a detesta e está a favor de Ida Lopez. Assim, ele é um máximo no lance da “advertência por escrito” a Ida, que não existe, e ao colocar para a família de Stuart, com quem Amy vai se casar (!), a gravação em que ela o chama de “fodido”. E por falar em Mitchell, devo dizer que a sua fala na secretária eletrônica é uma das MELHORES que já vi na vida:

 

“Qual é o barulho de uma mão batendo palmas sozinha? Qual é o peso de um único grão de areia? A resposta é: igual ao meu interesse no recado que você vai deixar aqui. Então, seja breve”

 

A cara dele!

Kate está vivendo uma vida diferente morando com Dolly. É uma casa imensa, TVs imensas, canais que ela nunca soube que existiam, uma vista maravilhosa, e o “Esquiador” andando seminu pela casa, o que deve ser um bônus, ainda que ela esteja apaixonada pelo Mitchell… mais ou menos. E é assim que, em um evento em um museu, ao qual vai para acompanhar Dolly, ela acaba encontrando Mitchell. Supostamente, segundo o que lemos no diário de Kate mais tarde, ela “dá um vexame”, mas eu devo dizer: É UM VEXAME ADORÁVEL. Quer dizer, acabou com ele chamando um táxi para levar ela embora e um convite para um “almoço de negócios” na segunda, dia no qual ela foi trabalhar com uma saia curtinha da Dolly… afinal, o almoço era importante! E ele foi com uma gravata do Homem-Aranha, o que é totalmente adorável também.

Mas o Dale aparece novamente… os vê juntos, fica meio louco, faz uma confusão, joga franco com molho de alho sobre Mitch (embora isso a permita “ajudar a limpá-lo”, podendo sentir todos os seus músculos definidos sob a camisa e tal), e ela fica toda envergonhada. Mais tarde, manda um e-mail, pedindo desculpas, e ele diz que “ela não lhe deve nada, mas se quiser tanto assim compensá-lo, eles podem tentar de novo”. UM JANTAR NA SEXTA. NA CASA DELE. Afinal de contas, não parece seguro “sair”. Kate estava deliciosamente segura ao responder o e-mail dele, mas eu sei que, por dentro, ela estava MORRENDO. Infelizmente, Meg Cabot não nos presenteou com um e-mail dela a Jen, para nos contar como ela realmente estava, mas até porque estávamos avançando na história toda do depoimento, e chegando a um momento bem importante.

Devo dizer: COMO PASSEI RAIVA NAQUELE DEPOIMENTO! As mentiras descabidas de Amy Jenkins e Stuart Hertzog, que tiveram a capacidade de falsificar uma advertência por escrito a Ida Lopez, com a assinatura falsificada tanto de Kate quanto de Ida! Kate, por sua vez, manteve-se firme e honesta, consequentemente f*dendo Amy por completo… ou quase. Afinal de contas, Stuart foi um babaca baixo e tentou acabar com Kate (embora ela tenha dado respostas maravilhosas como “Bom, parece que os comentários dela a respeito das minhas roupas são… então, é sim”, quando ele pergunta se os comentários sobre as roupas da Amy são “assunto profissional”), e conseguiu. Porque Mitchell sabia que podia resolver tudo com a cópia do e-mail que Amy mandou para Kate cancelando a carta de advertência para Ida e mandando que a despedisse…

Mas Kate não pode mais entrar no jornal: foi demitida e listada como “persona non grata”.

Kate já não tinha namorado nem um lugar onde morar, agora tampouco tem um emprego. Natural que ela tenha um pequeno SURTO, e embora seja uma das partes em que eu mais passei raiva, eu também me diverti com a Kate enchendo a cara com o Esquiador, enquanto a Jen mandava mensagens desesperadas, e Mitchell lhe mandava uma mensagem MUITO FOFA, mas cheia de culpa, porque sabia que ela tinha perdido o emprego por sua causa… essa é uma parte GRANDE do livro, afinal de contas. Mas, ali, Stuart passou dos limites, e eu ADORO a posição que Mitchell toma contra o irmão:

 

Para: Stuart Hertzog <stuart.hertzog@hwd.com>

De: Mitchell Hertzog <mitchell.hertzog@hwd.com>

Assunto: Kate Mackenzie

 

Bom, espero que você esteja satisfeito. A sua noiva, obviamente agindo de acordo com as suas instruções, acabou de cavar a própria sepultura. É isso mesmo, Stu. Porque eu vou enterrar a Amy por causa disto. Enterrar bem enterradinha. Espero que isso não interfira muito nos seus planos de casamento. Não se preocupe, ela não vai desistir de se casar com você, já que ela vai PRECISAR trocar de nome quando eu tiver acabado com ela. Ela não vai conseguir entrar em nenhuma lista de convidados nesta cidade com o sobrenome Jenkins.

 

Ah, e diga a ela, da minha parte, que ela não sabe o significado do que é ser um fodido. Mas logo vai saber.

 

Mitch

 

E, extra: O DIÁRIO BÊBADO DA KATE!

 

DIÁRIO DE KATE MACKENZIE

 

Vodca com tônica é bom. Eu adora minha vogca com tônica!!!!!!!! Eu adoro= Esquiador por fazer vojca com tónics e hvjdh p dsjksd kfjs lsjfg eet Eskaiuds wolka é bom oifd fj kfhac lalj e lsa Isqueajor akfhJKFSH DOlly meique gosta akkfkjvh amigu bunitão!!!!

Ha ha

 

Kate talvez esteja um pouquinho brava com o Mitchell, afinal foi por culpa dele que ela perdeu o emprego, mas ele está todo fofo e preocupado, e foi até a casa de Dolly, onde encontrou Jen, para ver como ela estava. E ele nem se importou quando ela vomitou em seus sapatos! Mais do que brava, ela está insegura, não quer falar com ele ou sair com ele, pelo menos por um tempo… eventualmente aceita o seu convite para jantar, até porque a Jen ajudou mandando uma série de e-mails sobre como as pessoas no jornal se importam com ela, depois o Tim mandou e-mail dizendo que o Mitchell está mesmo tentando ajudar (!), e Jen reforçou dizendo que ele é legal, sincero e está preocupado com ela, e mal por ela ter perdido o emprego. Ela cede quando ele manda flores, então responde ao e-mail sobre o jantar… e é um jantar e tanto.

Com direito a sessão de amassos no sofá.

Segundo ela, ele tem lábios fortes…

Mas a “pegação” não dura muito… Janice, ou Sean, a irmã mais nova de Mitchell, aparece bem naquele momento, quando estoura toda a história de ela ser lésbica, e a família altamente preconceituosa (a não ser por Mitchell e Stacy) está fazendo com que ela passe por maus bocados, com uma série de comentários perversos e nojentos – chega a dar agonia de ler. Ainda bem que Kate estava ali não apenas para ajudar a acalmar Sean naquela noite, mas também para dar-lhe uma ótima ideia quando Sean lhe manda um e-mail agradecendo por tê-la feito se sentir melhor e tudo o mais… é graças a Kate que Sean pega o dinheiro deixado pelo seu avô para pagar a faculdade e volta para a faculdade e para Sarah, deixando um fax MUITO LINDO para toda a sua família… destaque especial para o final, a Mitchell a Stacy: “Obrigada por tudo”.

Mitchell é mesmo maravilhoso, e Kate tem amigos melhores ainda. Jen está disposta a fazer qualquer coisa para ajudar a amiga, e assim, ela, Mitch e Tim conseguem entrar no jornal, no computador de Amy, e conseguir uma cópia do e-mail que PROVA QUE ELA ESTAVA MENTINDO. Assim, quando Mitchell vai à casa de Dolly para contar as grandes novidades, ele encontra Kate fingindo que é namorada do Esquiador, para esconder o affair de Dolly de Peter Hargrave, seu namorado oficial, e ele fica todo enciumado. Então, ele a leva para casa, onde eles conversam e, como estavam loucos para fazer há muito tempo, transam. E bem, parece ter sido muito bom, pela descrição que ela dá a Jen, embora eu tivesse esperado um pouquinho mais dessa descrição “quente”, pela maneira como Jen insistia em DETALHES, porque era uma mulher casada tomando hormônios e tal…

O plano de Mitchell dá certo, e tudo é uma série de memorandos MARAVILHOSOS. A demissão de Amy. Amy listada como persona non grata. Promoção de Jen para a posição de Amy. Readmissão de Kate para o lugar de Jen. Kate tirada da lista de personas non grata. Tudo é UMA CELEBRAÇÃO! A Amy se f*deu totalmente, Kate e Jen se deram super bem, e Kate ainda ficou com o namorado gato e gostoso – ah, e a Jen ficou grávida como queria! Stuart surta, por sua vez (e deixa de falar com Mitchell, definitivamente, com direito a protesto de Stacy: “Não é justo! Eu também quero que o Stuart se recuse a falar comigo! Você é mesmo o mais sortudo!”), o Dale acaba ficando com Vivica, quem diria, e Ida Lopez não pode mais voltar ao jornal, porque conseguiu um emprego melhor no restaurante de Tony Salerno – sabe, o marido de Nadine. E Mitchell convida Kate para ir morar com ele…

Foi um final bem FOFO.

Amei <3 QUE DELÍCIA DE LEITURA! \o/

 

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