Chiquititas (2014) – A “Festa à Fantasia”

Somos fortes quando estamos unidos.

A temática da humilhação em uma festa à fantasia forjada é bem comum. Em “Chiquititas” não é a primeira vez que a vemos, e muito me orgulha que o pessoal do Orfanato Raio de Luz tenha se saído tão bem. É muito mais fácil lidar com essa tentativa de “humilhação” quando estamos em um grupo grande, como é o caso, do que quando se está sozinho, como Violetta, no início da primeira temporada. Embora eu ainda ache que a Vilu estava linda vestida de anjo, e o pessoal caiu na onda da Ludmila sem necessidade. De todo modo, a festa de uma garota da escola é anunciada em “Chiquititas”, e são os vizinhos que entregam os convites e avisam o pessoal de que “é uma festa à fantasia”. Eles deviam ter se dado conta da armação quando foram os vizinhos que entregaram o convite, mas eu confesso que também não me dei conta.

Por isso, vira uma sensação. Todo mundo está ansioso atrás de fantasias, querendo estar o mais lindo possível. Vivi é, naturalmente, quem mais está preocupada com isso, disposta a gastar do seu próprio dinheiro, que ganhou como modelo em Porto Alegre, para comprar a melhor fantasia possível. Ela devia mesmo ter escutado a Carol, essa é a verdade. Mas, felizmente, a Carmen tinha dado um dinheiro recentemente para o Orfanato (não da “bondade do seu coração”, nem nada, mas para incriminar Matilde e mandá-la para a cadeia, por tê-la traído com Cíntia em todo esse negócio de “tesouro”), e assim a Carol teve dinheiro para conseguir fantasias para todo mundo. Fiquei TÃO FELIZ quando a Bia conseguiu uma fantasia de Capitã Frenética… era a cara dela! E a fantasia da Tati foi um presente do “Homem Triste”, cuja trama também avança…

Vivi já viu Tati conversando com ele de novo.

Devo dizer que o pessoal está muito bonito quando chega à festa. Algumas fantasias mais bonitas que outras, naturalmente. A Tati estava uma graça. A Ana também estava bonitinha de abelhinha. O vestido da Vivi, tão comentado, não foi nem de perto dos meus favoritos. Dani estava de Alice. Duda de Príncipe. Mas ninguém, NINGUÉM, estava tão bonita quanto a Pata, vestida de Rainha, com aquele longo e belo vestido vermelho. ELA ESTAVA DESLUMBRANTE. Muito melhor do que a Marian com aquele vestidinho de cupcake sem graça. De todo modo, eles se sentem muito mal quando chegam à festa e veem que foram enganados. Cris e Vivi, dramáticas como sempre, já querem ir embora e começam a ligar para o Chico. Mas os maiores resolvem ficar e se divertir. Afinal, eles são um grupo grande e podem estar vestidos do jeito que quiserem.

E ao ficarem, eles acabam com os planos dos vizinhos. Não tem mais graça “humilhar” as pessoas se elas não se sentem “humilhadas”. E EU ACHEI ISSO INCRÍVEL! Essa é a grande vitória da cena, o fato de eles não se importarem (ou “fingir que não se importam”, em alguns casos), e se divertirem. A dona da festa adorou, por sinal. E então muita coisa aconteceu na festa… por exemplo, a Marian dançou tanto com o Duda quanto com o Mosca, uma tremenda oferecida nojenta, e a Pata “deu um jeito” nela jogando refrigerante, e posso dizer? EU ADOREI AQUILO! Sempre digo que eu sou muito parecido com a Bia (!), e essa cena prova isso novamente, porque eu, no lugar da Bia, estaria fazendo exatamente os mesmos comentários. Aliás, muito bom a Bia encontrar a Marian no banheiro, para intensificar um pouco a humilhação.

A festa mostra esses dois lados. Porque estamos falando contra a “humilhação”, mas não no caso da Marian… ela bem que merecia uma lição mesmo. Há tempos. Achei tão chato ela dançar aquela música lenta com o Duda, enquanto a Pata sofria… mas pelo menos, para aliviar a cena, o Mosca chamou a Mili para dançar, e eles ficaram absolutamente fofos. Adoro quando ele a elogia daquele jeito, embora ainda falte um bom tempo até que eles se beijem e fiquem juntos de verdade. No fim, os vizinhos tentaram zoar o pessoal do Orfanato e acabaram zoados, porque não atingiram eles em nada. Eles se divertiram e super aproveitaram a festa, e os únicos problemas foram problemas internos (e com isso eu quero dizer “Marian”), então eles não tiveram nada a ver com isso…

A trama da festa também traz à tona o fato de Samuca estar sofrendo bullying na escola por ser “nerd”, e embora nós tenhamos tido cenas divertidas, como as pequenas imitando a “dança” do Samuca, o tema era sério, e eu acho que foi bem tratado. Os garotos babacas da escola cercam o Samuca, mas o Mosca está ali para defendê-lo. Mas não apenas o Mosca, TODO MUNDO. Achei muito bonita a cena de todos se posicionando, com suas fantasias e atitudes duronas, em defesa de Samuca. Um grupo forte. Eu amo como os amigos se tornam fortes e protetores em momentos como esse, demonstrando o amor que as crianças sentem umas pelas outras, e quando essa questão do bullying não chega ao fim, o Mosca faz a única coisa que podia ser feita: fala com a direção da escola. É um importante momento social de “Chiquititas”, ensinando as crianças a se posicionarem contra o bullying, e a não ter vergonha de pedir ajuda nesses momentos.

Essas novelas também servem para isso! São educacionais.

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