The Leftovers 3x02 – Don’t Be Ridiculous


“Would you like to see your children again?”
The Leftovers é uma verdadeira obra de arte. E eu gosto demais quando os episódios focam em personagens, como Nora Durst dessa vez, porque temos a oportunidade de acompanhar essas pessoas da forma mais profunda possível. O episódio é inteligente na construção da nova trama da personagem, reforçando tudo o que já sabíamos dela e respondendo uma ou outra pergunta deixada na Season Premiere, mas nos instigando com um final novamente enigmático que pode significar muitas coisas… antes disso, no entanto, estamos com Nora Durst continuando o seu trabalho como uma investigadora de fraudes, tentando entender o que de fato aconteceu com o “Homem da Coluna”, que as pessoas acreditam que “desapareceu”, como os 2% há quase 7 anos. E Matt sabe da verdade: ele não sumiu, ele morreu de um ataque cardíaco, e ele e a esposa enterraram o corpo.
Mas as pessoas precisam de ALGO no que acreditar.
Essa é a principal trama de The Leftovers desde a primeira temporada. As diferentes crenças e os diferentes mecanismos individuais para lidar com a dor. Nora Durst tem o seu trabalho, a tentativa de “expor a verdade”. Com uma série que trabalha com um “senso de humor” peculiar e uma trilha sonora intensa, que deixa tudo muito pesado, retornamos ao ceticismo de Nora, e tal ceticismo bate de frente com uma proposta que ela recebe, por telefone, de Mark Linn-Baker: “Would you like to see your children again?” E Nora Durst se vê inclinada a ir até St. Louis para ver o que o cara tem a lhe dizer, ainda que não acredite, nem por um segundo, na veracidade das informações. E vale ressaltar cenas como a máquina do aeroporto se recusando a deixá-la apertar “NÃO” à pergunta de se ela está carregando um bebê no colo…
Por quê? The Leftovers não deixa nada ao acaso e pronto.
Tudo isso ainda deve ter um significado, no imenso simbolismo que torna a série tão marcante e memorável. Voltaremos a isso mais tarde. No momento, importa que Mark Linn-Baker lhe fala sobre “a ciência por trás do ‘Arrebatamento’”, sugerindo uma máquina que, supostamente, conseguiria reproduzir o mesmo tipo de radiação que foi identificado nos lugares de desaparecimento no dia 14 de Outubro, mas ela ainda não foi testada em humanos. A proposta é de que essa máquina possa levar as pessoas para onde quer que seus parentes tenham sido levados quando desapareceram… ela não quer acreditar nisso, porque parece mesmo absurdo e perigoso, mas os vídeos das pessoas que tentaram me causou arrepios! Eles dizem seu nome, data de nascimento, mostram um jornal do dia, declaram estar com a mente e o corpo sãos, isentam os demais de culpa e dizem que estão indo por vontade própria…
Wow.

“I don't know if you are a victim of this or a part of it, but if this is real, if they've actually built this device, they're not sending people to some magical place to be with their loved ones. They're incinerating them”

A série nos leva a pensar em muitas coisas, mesmo coisas sobre as quais não entendemos de fato. Aqueles vídeos são apavorantes, mas a proposta é tentadora ao mesmo tempo. Nora, voltando de carro embora, vê crianças brincando e ajuda uma garotinha, sem saber que essa garotinha é a “Lily”, o que ela descobre mais tarde, ao encontrar Christine. Nessa cidade, por sinal, encontramos também Erika de volta, e é um dos momentos mais bonitos do episódio, em que elas falam sobre como lidar com a dor, e Nora conta toda a história de porque quebrou o braço PROPOSITALMENTE, para esconder uma tatuagem que fez para cobrir uma com o nome de seus filhos, mas que lhe pesou quando ela pensou em como seria, dali para a frente, as pessoas perguntando sobre eles… então ela tatuou outra coisa por cima e quebrou o braço, para que o gesso a cobrisse.
Como a dor e o cérebro humano funcionam de formas “engraçadas”.
A cena da cama-elástica foi a mais BELA do episódio todo!
Quando Nora retorna a Miracle, ela encontra Tommy, e é uma dor muito grande falar de “Lily”, que é como se fosse o terceiro filho que Nora perdeu. Então, com toda a dor que Nora Durst vem experimentando, e querendo colocar isso para fora de alguma maneira, ela imprime a foto do cadáver do “Homem da Coluna” em tamanho grande, para colocar lá onde pessoas estão rezando para alguém que supostamente “foi levado”, mas na verdade só teve um ataque cardíaco – “You’re a heartless bitch!” E retorna para casa, sem olhar para trás, para encontrar Kevin Garvey naquele momento angustiante de colocar um saco na cabeça, e eles conversam e se entendem sem precisar dizer muito. Agora, Nora recebeu o telefonema e o convite oficial para “testar a máquina” e, talvez, “rever seus filhos”, ela só tem que estar na Austrália, na terça-feira, com 20 mil dólares em dinheiro.
E ela estará lá. E Kevin vai junto.
Parece-me que a série vai sofrer uma transformação impactante, transferindo-se para Melbourne, na Austrália. A mudança de cenário é expressa por uma cena complexa que NÃO COMPREENDEMOS, e que pode significar muita coisa – aquelas mulheres velhas, na Austrália, lideradas por Grace Playford, estão em busca de Kevin Garvey, e aparentemente encontram algum outro Kevin, chefe de polícia, que não sabe do que elas estão falando quando elas citam o “Evangelho de Kevin”. Grace, convencida de que é o Kevin que procuram, amarra-o a uma espécie de gangorra e o afoga, dizendo que o verá dentro de dois minutos… mas diferente de Kevin Garvey, o novo messias ou algo assim, esse Kevin morre e permanece morto… mas há MUITO o que ser explicado ali. Por que todos parecem tão mais velhos? Seria o futuro na Austrália? (Kevin e Nora estão indo mesmo para lá no presente). Como essas senhoras tiveram acesso ao Livro de Kevin? Quem é esse cara velho que aparece no final?
QUAL A IMPORTÂNCIA DESSE FUTURO AGORA?!
Muitas dúvidas… ESTOU AMANDO!

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