Legion 1x04 – Chapter 4


“Remember, it’s not real. Unless you make it real”
O MELHOR EPISÓDIO DA SÉRIE, CERTAMENTE! Legion me conquista mais a cada semana! Depois do terceiro episódio, eu cheguei a comentar que aquele tinha sido o episódio organizado de forma mais clara, mais linear… e o quarto episódio desconstrói isso completamente e, como resultado, é MARAVILHOSO. Com uma introdução bizarra de Oliver falando sobre histórias de EMPATIA e de MEDO, de dentro de um bloco de gelo, preparamo-nos para acompanhar a história em 5 ATOS que se desenvolverá dali para frente. O resultado é impressionante, numa construção inteligentíssima e um roteiro complexo e envolvente. Legion supera todas as minhas expectativas com um episódio como esse, que nos deixa embasbacados. A série me faz pensar nos mais apaixonantes e confusos thrillers de ficção científica que eu AMO.
Então aí estamos…

ATO 1: “WHAT WAS REAL? THAT WAS THE MISSION”
Sydney tem a missão de descobrir o que de fato aconteceu antes de David Haller ser mandado para Clockworks, enquanto ele continua apagado, vagando em algum lugar entre o sonho e a realidade, O PLANO ASTRAL, uma realidade simulada criada por ele mesmo. A construção da narrativa em flashes desconcertantes é apaixonante… e a bizarrice dos eventos, tanto dentro quanto fora da mente de David, fazem Syd questionar se, por acaso, eles ainda não estão lá dentro… em uma simulação criada por ele. De volta ao quarto, eles encontram o gravador quebrado, aquele misterioso gravador que tão evidentemente guarda algum segredo importante. E como Wallace diz que objetos TAMBÉM TÊM MEMÓRIA, ele tenta ouvir do gravador o que ele tem a dizer… “What did the stars say?” A morte do terapeuta é confusa e tensa.

“He's so powerful, David. Maybe he's hidden his real memories behind fake ones. […] Conversation's on tape. What did the stars say? We know he's hiding things. […] What if he didn't come in here to steal a radio or some coins? What if he came here to get rid of evidence? A conversation. The one time he said too much”

A pergunta é: O QUE TEM NAQUELA GRAVAÇÃO?!

ATO 2: “WHO ARE WE IF NOT THE STORIES WE TELL OURSELVES?”
Duas histórias se desenvolveram durante o segundo ato do episódio, uma melhor do que a outra. Com Syd e Kerry entendemos um pouco da história dela, a garota que compartilha um corpo com Carry, e toda a confusão e estranhamento que a história causa só a tornam ainda mais admirável! “She lives inside of him. They’re two people in one body”. A cena tem uma epicidade impressionante, e nos instiga de verdade, ao mostrar o nascimento, a cena aos 8 anos, ou a mão saindo do roupão quando ele se apoia na pia do banheiro… um dos poderes mais desconcertantes da série! E temos, também, uma conversa importantíssima através da parede de uma cela, de Kissinger, o médico de David em Clockworks que disseram que não existe, e Amy, a irmã. E ela pergunta: “Did you know he wasn’t sick? That he had powers?”
E a maneira como ela falou dos poderes de David foi de arrepiar!

“For years, doctors, hospitals. God, he was so sweet. But he... he moved. He moved a room, sometimes further. You'd heard his voice, and you'd follow it. He wouldn't be there. And he knew things, conversations he couldn't have heard. More than conversations... thoughts”

E um dos momentos mais arrepiantes:
“Doctor… we didn’t have a dog”

ATO 3: “WHAT’S REAL IN THIS PLACE IS WHATEVER YOU WANT IT TO BE”
Começa quando Melanie vê um traje de mergulho (me fez pensar em um episódio de Doctor Who!), e então, finalmente, VEMOS DAVID HALLER. Ele está em um lugar diferente, lindíssimo… parece uma paisagem com uma montanha distante, o céu verde, pequenos pontos de luz verde flutuantes… a roupa de mergulho o convida para andar, e o faz subir uma corrente até o bloco de gelo do início do episódio. Ali conhecemos Oliver, oficialmente, em uma cena misteriosa do Plano Astral… “And now you're trapped in this no-place, where every day is the same, where you can imaginify yourself a kingdom but nothing is ever real”. Adorei o jeito de Oliver falar, amei a bizarrice do momento (o mercado de néon, os pêssegos e as penumbras), e foi apavorante David querendo sair da sala (tentando usar o poder dele) com o monstro esperando ele do outro lado…

ATO 4: “WHAT WAS REAL? THE OLD GIRLFRIEND: THAT WAS THE MISSION”
A nova missão de Sydney, Kerry e Wallace é encontrar Philly, a antiga namorada de David, e elas a encontram como uma corretora de imóveis, e Wallace consegue acessar suas memórias, de momentos como uma refeição com o Dr. Poole, ou a visita dela à casa dele… Syd é direta, pergunta para Philly sobre David, sobre como o relacionamento deles chegou ao fim… e ela solta a informação mais BOMBÁSTICA do episódio: que Lenny não existe, que Lenny é, na verdade, Benny. É desconcertante voltar a momentos que vimos anteriormente, como Philly brigando com Lenny por causa da droga, e agora termos a personagem substituída por um cara, Benny. Ou “Benny” sentado em cima do fogão. Não existe Lenny. Não existe King, o cachorro. O que tanto se esconde nas “penumbras” da mente de David Haller, é a pergunta. E Philly os deixa partir com uma última mensagem macabra:
“Tell him… they’re watching”

ATO 5: “DOCTOR POOLE… WHAT DID THE STARS SAY?”
O quinto ato, como era de se esperar, é onde tudo deflagra. “Lenny, Benny... which one was real? Or were they one and the same? A man who became a woman? Or maybe it was just an illusion”. Kenny, Syd e Wallace chegam à casa do Dr. Poole para falar com ele sobre David, e já é inicialmente estranho porque vimos sua “morte” mais cedo… e ele fala sobre BENNY, um amigo homem que foi uma má influência no tratamento. E então todos se dão conta que caíram em uma armadilha, que não era o Dr. Poole em momento algum, mas sim aquele cara da Divisão 3, pronto para captura-los todos… começam os tiros para todos os lados, chega o momento que Kerry tanto esperou de partir para a ação, e eu ainda pergunto uma coisa: será que a Philly já teve algum envolvimento com a Divisão 3? Afinal de contas, a vimos, em memórias, indo até aquela casa.
Era o Dr. Poole de verdade ou uma sede da Divisão 3, na época?

EPÍLOGO: UNDISCOVERED FIRST
Ao som da sensacional “Undiscovered First”, acompanhamos tudo acontecer. Onde e como estão todos. Kerry pulou pela janela para lutar. Wallace e Syd estão acuados. Divisão 3 agindo. Oliver dançando. David desacordado. Kissinger e Amy ainda presos. Foi PERFEITO ver Kerry lutando com Carry refazendo seus movimentos no laboratório ao lado de David. E então o cara da Divisão 3 vem para cima de Syd e ela avisa: “That was a mistake”. Mão com mão, troca de corpos… WOW. A guitarra imaginária de Oliver. Kerry apanhando. Carry sentindo as dores. Fim da música. Divisão 3 chegando e acreditando em Syd se passando pelo seu chefe. E é uma sequência final ÓTIMA! Eu estava plenamente satisfeito com todo aquele apanhado sensacional de cenas, sem saber que ainda teríamos um último momento a ser aplaudido em pé.
David. Plano Astral. Projeção do seu quarto de criança. Lenny.
Tudo é visualmente impressionante, e fecha maravilhosamente bem um episódio intenso e cheio de informação e de dúvida, de com condução de um roteiro inteligente e intrigante. Lenny provoca David, mostra na televisão o “mundo real”, e quando ele grita e a luz pisca vermelha, ele se liberta daquele lugar, provavelmente acordado novamente. É angustiante vê-lo prender Syd achando que está prendendo o chefe da Divisão 3, por causa dos corpos trocados, até que ele se dá conta de que fez as coisas erradas. E então vem o tiro… o tiro que acerta Kerry, que cai no chão, morrendo. Em Summerland, Carry também cai no chão, e aí está a resposta para o que aconteceria quando um dos dois morressem. E eu só posso dizer que esse episódio foi PERFEITO e eu estou cada vez mais APAIXONADO por Legion.

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