Bem-vindo a Hogwarts!
Celebrando
os 20 anos desde “Harry Potter e a Pedra
Filosofal” (e 10 desde “Harry Potter
e as Relíquias da Morte: Parte 2”), a HBO Max lançou um especial, no
primeiro dia do ano, chamado “DE VOLTA A
HOGWARTS”, no qual podemos reencontrar várias pessoas que foram importantes
na construção da franquia no cinema, como atores e diretores dos oito filmes,
revisitando cenários nos quais cresceram e contaram história, relembrando
eventos importantes da época das gravações e falando suas impressões sobre os
personagens, cenas e filmes… “De Volta a
Hogwarts” é uma experiência bonita e apaixonante para qualquer fã de “Harry Potter” e conta, atualmente, com
96% de aprovação da crítica especializada no Rotten Tomatoes – o especial é
emocionante, divertido e certamente nos deixa com um gostinho de “quero mais”.
Tudo começa
com três rostos conhecidos em uma introdução brilhante: Emma Watson, Matthew
Lewis e Robbie Coltrane recebendo cartas
de Hogwarts – convites para um reencontro, endereçado diretamente para eles
nos lugares onde eles estarão… é algo roteirizado e dramatizado que funciona
muito bem, porque dá aquela mesma sensação que “Pedra Filosofal” nos dava, quando vimos a carta de Hogwarts pela
primeira vez. Foi ali que eu comecei a me
emocionar. O especial, no entanto, é diferente
do que eu imaginava, talvez porque eu estava esperando algo no estilo “Friends: The Reunion”, no qual eles andavam
pelos cenários e se emocionavam relembrando histórias, por exemplo, e isso
aconteceu pouco durante “De Volta a
Hogwarts”… quer dizer, eles estavam de volta no Salão Comunal, na sala da
Grifinória, no trem de Hogwarts…
Vamos lá, galera, demonstrem emoção! HAHA
O especial
foi concebido como uma espécie de documentário sobre a construção da franquia,
repleto de entrevistas interessantes, mas nada muito novo para quem é fã há muito tempo – como eu sempre assisti aos
materiais extras dos DVDs, especialmente da versão definitiva que lançou o
documentário “Criando
o Mundo de Harry Potter” em 8 partes (totalizando
aproximadamente 8 horas), eu conhecia a maioria das histórias que eles estavam
contando, embora algumas sejam sempre incríveis de se relembrar, como a tarefa
que Alfonso Cuarón passou ao trio principal quando chegou em “O Prisioneiro de Azkaban”, pedindo que
eles escrevessem uma redação sobre seus personagens: Daniel entregou uma
página, Emma entregou aproximadamente 12 páginas e Rupert não entregou, dizendo
que “o Rony não entregaria”.
Eu ADORO essa história de verdade.
Dentre as
entrevistas e reencontros, destaco alguns, como o reencontro de Daniel
Radcliffe com Gary Oldman, e todos os comentários sobre como ele estava ansioso para conhecê-lo e como o
admirava, ou o reencontro de Daniel com Helena Bonham Carter, que estava
divertidíssima com uma risada muito parecida à de Bellatrix. Também me emocionei
com as falas de Robie Coltrane e sobre como ele
passou muito tempo de sua vida com aquele trio, os vendo crescer, e a Emma
Watson falando sobre sua cena na cabana do Hagrid depois que Draco chama
Hermione de “sangue-ruim” pela primeira vez, que ela sentia que “era sua grande
atuação até ali”. Destaco, ainda, o Jason Isaacs falando sobre Lucius Malfoy, e
eu não posso deixar de comentar: o Jason
está muito gato, minha nossa! Embora eu sempre o tenha achado charmoso e até vi
uma série protagonizada por ele: “Awake”.
Inclusive,
recomendo a série, é muito boa!
“De Volta a Hogwarts” começa trazendo
Chris Columbus, o diretor que deu início a essa franquia, e que ficou em “Harry Potter” durante “Pedra Filosofal” e “Câmara Secreta”: foi ele quem concebeu grande parte do mundo no
qual crescemos, e com o qual os próximos diretores puderam brincar conforme a
história amadurecia, bem como os personagens, e tomava rumos mais sombrios… Alfonso Cuarón é, para mim, um
dos diretores mais importantes da franquia, porque o que ele fez com “Prisioneiro de Azkaban” é
importantíssimo para honrar o universo construído por Chris Columbus, mas
magistralmente direcioná-lo para um novo rumo que acompanha o crescimento dos
personagens, e é a partir disso que os próximos diretores, Mike Newell e David
Yates, trabalham. Muito bonita a conversa de Daniel Radcliffe com Chris
Columbus.
Enquanto
acompanhamos o desenvolvimento dos filmes, com o especial dividido em “quatro
capítulos”, cada um dedicado a dois filmes, podemos relembrar acontecimentos
importantes da franquia, ganhar uma visão privilegiada de alguns bastidores e
reencontrar atores que se juntaram à franquia no decorrer dos anos… quando
chegamos a “Enigma do Príncipe”, com
a morte de Albus Dumbledore, a série aproveita para relembrar atores que
fizeram parte de “Harry Potter” e que
nos deixaram, e é um momento emocionante no qual relembramos Richard Harris, o
primeiro Dumbledore, por exemplo, ou Alan Rickman, o nosso eterno Professor
Snape, que interpretou o personagem tão lindamente, Richard Griffiths, que
interpretou o Tio Válter e outros… é um momento bastante emocionante para toda
a equipe do especial, e que também nos comove.
Infelizmente,
eu não posso deixar de falar sobre esse especial sem mencionar a maneira como a
escritora está arruinando tudo para os fãs que cresceram amando essa obra. Eu
cresci lendo e assistindo “Harry Potter”,
é uma parte importantíssima da minha vida, mas as declarações transfóbicas de
Rowling nos últimos anos me fazem, agora, olhar para tudo que é relacionado à
franquia com um aperto no coração – ainda assim, eu não acredito na
possibilidade de “cancelamento” de “Harry
Potter”, e eu acho os livros e a história muito boa, e não acho que nada do
que fizermos agora vai interferir no bolso da transfóbica. O Chris, do
Diversidade Nerd, tem uma discussão bem bacana sobre a possibilidade
de “hackearmos” Harry Potter para o nosso lado, e acho que é o que precisa ser
feito. A franquia está aí, tem nome e vai continuar vivendo por gerações.
(Destaque
para o Robie Coltrane falando que, daqui uns anos, ele não estará mais aqui… mas o Hagrid estará)
Por fim,
chegamos aos dois últimos filmes da franquia e um destaque maior à conversa
protagonizada por aqueles que queríamos ver reunidos depois de tantos anos:
Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint… o nosso trio de ouro. Eles continuam lindos (eu sempre tive uma quedinha
séria pelo Daniel, e ela continua intacta), e é emocionante vê-los relembrar
histórias, vê-los relembrar como são importantes um na vida do outro, mesmo que
não se vejam com frequência atualmente, vê-los relembrar o fim das gravações –
aquele vídeo do trio se abraçando depois do
último dia de gravação eu já assisti milhares de vezes desde 2011, e ele sempre me faz chorar. “Harry Potter: De Volta a Hogwarts” é
uma bonita e competente homenagem ao legado de “Harry Potter”, que nos faz querer retornar imediatamente para os
filmes…
Uma maratoninha, por que não?
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