REBELDE, Primeira Temporada – A Seita


“Quem pensam que são para destruir a vida dos bolsistas?”
A Seita é uma parte muito importante e forte da primeira temporada de Rebelde. Ouvimos falar dela quase desde o começo da novela, quando as coisas do Miguel, por exemplo, são reviradas e, mais do que isso, destruídas, e tudo o que sobre é um cartão com o desenho de uma mão preta – o símbolo da seita. Uma seita de pessoas inconsequentes e intolerantes que não querem que o Elite Way School seja frequentado por bolsistas, uma seita perigosa que não se contenta apenas em atormentar os bolsistas, como o Miguel, mas as pessoas que saem com eles também, ainda que sejam populares, como a Vicky. Começamos a ganhar destaque, de fato, na trama da seita quando Téo Ruiz-Palácios demonstra interesse em seguir os passos de seu irmão mais velho que, um dia, foi “um dos grandes da seita”, e então o telespectador entra, de fato, na história toda, a partir de seu olhar, sua iniciação, sua pretensa vontade de fazer parte disso tudo e exterminar os bolsistas que estão roubando suas vagas, seus futuros, suas namoradas…
Supostamente.
Eu particularmente acho que essa é uma das grandes forças da temporada. Eu gosto do macabro e do misterioso, do aspecto sombrio que aquelas máscaras dão à novela, encobrindo as identidades e nos fazendo questionar quem que conhecemos que faz parte da seita… porque tinha que ter alguém conhecido. O intuito é ser bizarro, é ser obscuro – e eles fazem isso bem. Durante a preparação para a iniciação do Téo, por exemplo, ele é instruído a estudar todo o regulamento para ser questionado mais tarde, mas para isso ele deve pegar a chave que o guarda de dentro de uma caixa cheia de aranhas venenosas. Parece meio exagerado, talvez meio forçado, mas funciona bem dentro de Rebelde. Mas não questione a seriedade da seita nem nada disso, porque eles são, mesmo, perigosos, conforme as tramas seguintes derivadas de todo esse início comprovarão, com pessoas no hospital, por exemplo e afins.
O próprio Téo é um personagem que se constrói gradativamente, e isso é legal. Ele sai com a Roberta porque a Josi inventou uma história, e se sente traído quando a vê beijando outro, talvez ali a raiva dele se alastre – e eu esperava que, então, ele mergulhasse de cabeça na seita. Afinal de contas, ele fica com raiva, com muita raiva, da Josi e da Roberta: “Se eu odeio a Roberto pelo que fez, você eu odeio mais que todo mundo. A partir de hoje, vocês duas estão mortas pra mim. Escutou? Mortas!” Por isso, até começar a rever, eu não me lembrava do que estava para acontecer. Porque a seita retorna. Oficialmente dessa vez, com roupas pretas, máscaras completas, velas escuras, tudo para celebrar a entrada de um novo membro, o Téo. “Estamos aqui para comemorar a entrada de um novo integrante: Téo Ruiz-Palácios”. E a iniciação é eletrizante, porque há planos envolvidos. Até ouvir aquele inconfundível “Téo Ruiz-Palácios” na voz do Téo, mas saída de um gravadorzinho, eu não me lembrava do quão grande aquilo tudo era.
E foi.
A iniciação nem é uma iniciação de verdade, porque o Téo nem está ali. Embaixo do manto negro, TEMOS MIGUEL! Adoro o suspense e a tensão que antecipam a revelação, a prolongação da pergunta “Téo, promete respeitar e fazer valer os princípios e o regulamento de nossa instituição?” enquanto Miguel tenta tocar a resposta correta. Um intruso, um espião, um invasor. É aquela gostosa cena na qual Miguel foge da seita de volta aos corredores normais do Elite Way School, e usa Mia Colucci para escapar deles, despistando-os enquanto beija Mia… e, pausa para comentar isso: foi uma coisa muito legal. Foi um beijo bonito sim, e ele até continuou beijando mesmo sabendo que a seita já tinha ido embora – porque ele parou para olhar. E não se importou. Não tem como negar que ambos curtiram SIM, e muito, o beijo… também pudera, não vejo como eles não poderiam curtir se eles se amam, aqueles dois!
Independente de todas as confusões.
Mas é claro que o Téo, verdadeiro, não poderia sair ileso disso tudo… “Vamos transformar sua cerimônia de iniciação em um ritual de despedida. Ninguém tenta enganar a seita e fica sem castigo”. Nós estamos caminhando rumo ao desmantelamento da seita, sua exposição e fim, mas é muito intenso como eles lutam contra isso. E falar em lutar contra, eu admiro o Téo por depoimentos como “Eu fiz porque são uns imundos. Quem pensam que são para destruir a vida dos bolsistas?”, por mais perigo que ele esteja correndo. Me angustia vê-lo amarrado e vendado, num macabro círculo de velas vermelhas e pretas, até que alguém da seita, em traje negro completo, misterioso, aparece para ajudar Téo a escapar, salvando a vida dele… e quem era? O GIOVANNI. [!] É uma sequência toda eletrizante, ágil e desesperadora, com o Giovanni suado, loucamente pegando as coisas para fugir, porque não está seguro na escola tendo traído a seita…
E Téo e Giovanni acabam pegos novamente.
A angústia é o tema dessa passagem toda, especialmente quando Giovanni escapa e Lupita e Tomás o encontram desmaiado, sujo e sangrando. Quando o Professor Henrique aparece para ajudar, Giovanni tenta dar uns avisos confusos e desesperados sobre como a seita ainda está com Téo, e eles vão matá-lo… o momento em que o grupo formado por Henrique, Diego, Tomás, Nico e Miguel encontram o Téo na sede da seita, desmaiado, sem pulso é de nos arrepiar. Você não espera pela morte do Téo, mas tudo ainda te angustia, os gritos e os choros… Téo sobrevive, mas acaba um tempo no hospital, onde é visitado por Josi em uma cena muito fofa na qual ela se declara para ele: “Téo, você é a pessoa mais importante que eu conheci na minha vida. […] Eu quero que saiba que eu estou apaixonada por você”, e ela diz que ele é seu primeiro amor… ela até tira a máscara (que está mantendo ele respirando, então isso é bem questionável em relação ao amor dela) para beijá-lo.
Por fim, para finalizar, de vez, a trama da seita, Giovanni consegue roubar a caixa com todos os arquivos da seita, os nomes de todos que se juntaram a ela ao longo dos anos, e então todos podem ser devidamente expulsos da escola, para que os bolsistas sejam deixados em paz. “Pessoal: hoje se encerra um capítulo escuro, negro no Elite Way School”. Graças aos esforços dos meninos do 4º ano, a Seita chega ao fim, o problema é que Giovanni acaba expulso também, mesmo com sua redenção. A briga com o pai e a lição que Giovanni aprende é forte e intensa – o pai fala sobre o orgulho que ele e sua mãe sentem de sua origem humilde, independente de terem ou não dinheiro, e é decepcionante: “Como você pôde se virar contra os seus colegas só por eles terem menos dinheiro que você, meu filho?” É uma lição importante e triste que o Giovanni ainda precisa aprender… mas o Professor Henrique é ótimo ajudando nisso, prevenindo sua expulsão, ou pelo menos saída completa do Elite Way School colocando-o para trabalhar na lanchonete…
Mas isso já é outra história…

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