Rainha Jadis


[…] Atrás dele, em lugar muito mais importante, no meio do trenó, ia sentada uma criatura muitíssimo diferente: uma grande dama, a maior mulher que Edmundo já vira. Estava também envolta em peles brancas até o pescoço, e trazia, na mão direita, uma longa varinha dourada, e uma coroa de ouro na cabeça. Seu rosto era branco (não apenas claro), branco como a neve, como papel, como açúcar. A boca se destacava, vermelhíssima. Era, apesar de tudo, um belo rosto, mas orgulhoso, frio, duro…

O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, C.S. Lewis

Essa é uma daquelas personagens que aparecem como típica feiticeira de antigamente. C.S. Lewis nos apresentou à Rainha Jadis pela primeira vez em 1950, no livro O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, o primeiro da série As Crônicas de Nárnia, mas naquela época ela ainda era simplesmente conhecida como Feiticeira Branca. Uma das protagonistas do primeiro livro, ela é responsável por impor um inverno de 100 anos à Nárnia, no qual apenas aqueles dois filhos de Adão e aquelas duas filhas de Eva poderiam pôr um fim.
A história de As Crônicas de Nárnia é realmente muito bem elaborada, e C.S. Lewis, de maneira inteligentíssima, recheia sua obra de ensinamentos, sem que ela pareça uma aula, ou uma catequese no caso. Os sete livros se assemelham em muitos aspectos às histórias bíblicas, e as mensagens são sempre muito bem trazidas, com uma roupagem nova e cativante aos olhos de crianças e adultos… assim, a simbologia de conhecer Aslam em Nárnia, mas saber reconhecê-lo em nosso mundo, no qual ele está sob outra forma, se torna algo grandioso.
E a Feiticeira Branca aparece desde sempre como a vilã da história, representando o papel da tentação, tentando tirar Edmundo de seu caminho de ficar ao lado de seus irmãos, e ajudá-los a colocar um fim no reinado da rainha. Só vamos entender de onde ela surgiu e qual é o todo de sua história com o Lançamento de O Sobrinho do Mago, em 1955.

[…] O sino, mesmo sem som, ainda vibrava. De repente ouviram um ruído ligeiro no canto da sala ainda intacto. Viraram-se como dois relâmpagos. Uma das figuras, a mais distante, a mulher que Digory achava tão bela, estava levantando-se da cadeira de pedra. Quando se pôs em pé, verificaram que era ainda mais alta. Via-se logo, não apenas por causa da coroa e da roupagem, mas pelo fulgor de seus olhos e pela curva de seus lábios, que se tratava de uma grande rainha. Olhou em torno, viu os estragos da sala, viu as crianças; não era possível ler em seu rosto a menor reação. Avançou com passadas longas e ligeiras.

O Sobrinho do Mago, C.S. Lewis

Em mais um momento de pura tentação, Digory acaba despertando a Rainha Jadis, contra a vontade de Polly. Vinda de um mundo distante chamado de Charn – um lugar frio e sem vida, o futuro que nosso mundo alcançaria, na maneira como a história é contada – ela esteve presente durante a criação de Nárnia por Aslam, e ficou lá desde então, sendo morta apenas na Guerra do Beruna…
As Crônicas de Nárnia são livros grandiosos, com temáticas imensas. Depois de lê-las e interpretá-las, não dá para encará-las como simples histórias infantis. É possível utilizar os livros como uma maneira de ensinar muita coisa, tirando mensagens realmente bonitas e importantes; os ensinamentos valem a pena e são apresentados de maneira simples e acessível, para que a mensagem de C.S. Lewis seja realmente passada adiante… se você nunca leu os livros, é algo que você deveria fazer! Aproveito para deixar a dica… enquanto isso, também vou dar uma olhadinha nos meus livros… até mais!

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