This is Us 3x12 – Songbird Road: Part Two



Memórias…
FECHAMOS A HISTÓRIA DE NICK PEARSON? Esse episódio foi bem diferente do que eu tinha imaginado que ele seria, mas foi muito legal ver “This is Us” contando uma espécie de “história fechada”, porque essa é a impressão ao fim dessa segunda parte de “Songbird Road”, e o episódio continua tendo a mesma proposta do episódio passado: reimaginar Jack Pearson. Nós já vimos altos e baixos do personagem nas outras temporadas, sim, mas nós o admiramos tanto que às vezes esquecemos que ele é apenas um humano como qualquer outro e, portanto, repleto de falhas. Em 1992, nós acompanhamos o retorno de Jack depois de ver Nick pela última vez, e como isso mexeu com ele a ponto de ele estar diferente com a família, enquanto, no presente, Kevin decide que precisa fazer algo por Nick, mas ele é quem mais está interessado nisso.
Quando encontram Nick sozinho no trailer depois da visita deles, provavelmente prestes a se matar, eles o levam consigo até o hotel, e embora Randall e Kate não estejam assim tão envolvidos com o caso, Kevin se recusa a deixar Nick para lá, porque “ele é família”. Quando ele liga para a mãe e explica tudo o que aconteceu, então, ela acaba se juntando a eles – gosto de como ela pergunta se ele sabia da existência deles, e Nick diz que sim, porque Jack o visitara no início de 1992 e mostrou uma foto deles. “You seemed very happy”. E, com essa informação, eles conseguem se lembrar exatamente do fim de semana em questão. Logo depois da chegada de Rebecca, Kate anuncia que precisa voltar embora, porque tem um exame no dia seguinte, e Randall diz que precisa voltar por causa de Beth, e então Kevin é deixado sozinho com a mãe para “resolver tudo”.
Randall pegou pesado ao dizer que “não pode ficar tentando ajudar um tio que não quer a sua ajuda e de quem o pai nem queria que eles soubessem”. Eu gosto de como tudo em “This is Us” é o mais real possível, e gosto de como Kevin confessa à mãe que ESTÁ BRAVO com o pai, por nunca ter contado sobre um tio que ele poderia ter conhecido, e Rebecca confessa que também está brava, e que é difícil estar bravo com quem não está mais aqui, porque não há nada que possa ser feito. Mas Kevin se importa com Nick, e vai tentar ajudar de todo modo. Eu gosto de como Rebecca conversa com Nick e explica que o Kevin tem toda uma pose de homem forte, mas é apenas um “garoto sensível”, e quer ajudá-lo porque se importa com ele de verdade, mas ninguém olhou o lado de Nick: ele vê Kevin como um cara alto e loiro que o tirou de sua casa, o único lugar em que se sente seguro, apenas para que o astro de cinema possa ter “um dia de herói”.
Então, ele agradece a ajuda, por fim.
Mas vai ficar onde está, é muito doloroso estar com os Pearson de novo.
No passado, também temos cenas importantes de Rebecca com o filho, que nos ajudam a entender a sua forma de olhar para Kevin no presente, e a sua forma de descrevê-lo quando conversa com Nick. Em 1992, Rebecca assume a responsabilidade de Jack de levar Kevin ao shopping no dia seguinte, para conseguir um autógrafo que é muito importante para ele, para dar a Jack o “um dia de folga” de que ele precisa, para colocar os pensamentos em ordem… e Jack está realmente estranho, infelizmente. Mas aquele dia é importante para que Rebecca conheça um pouco mais de seu filho, para que perceba suas determinações, suas paixões, e o veja como um “garoto sensível” pela primeira vez. Foi LINDA a conversa da mãe com o astro de quem ele queria o autógrafo, enquanto ele estava no banheiro, com o cara dizendo que “ele é um garoto especial”.
Porque ele é.
Enquanto isso, Kate e Randall ficam sozinhos com Jack naquele dia em que ele estava sofrendo mais. Em 1992, acompanhamos a preparação para o Valentine’s Day assim, enquanto, no presente, eles voltam para casa e resolvem passar pela casa onde moraram na infância… ou o lugar onde ela estivera, antes do incêndio, ao menos. E, aqui, temos uma história INTERESSANTÍSSIMA que nos faz pensar no modo como nos lembramos das coisas. As memórias de Kate sobre o fim de semana em que o pai visitara Nick são perfeitas. Ele se lembra de como eles tiveram uma “briga de lantejoulas” na sala de estar, e depois passaram anos encontrando lantejoulas no chão ainda, e ela também diz que foi naquele dia que eles inventaram a “Pizza Pearson”, e tudo isso é profundamente especial para ela. Ela se emociona ao entrar na casa e imaginar as cenas de novo.
Mas as suas memórias estão mesmo corretas?
É quase alarmante como ela se lembra do dia como se fosse “o dia mais incrível do mundo”, enquanto o Randall o lembra diferente. O pai estava estranho, distante, bravo. Ele gritou com Kate por causa da confusão dos cartões de Valentine’s Day na sala, por exemplo, e ele quebrou um prato quando foi para a cozinha, de raiva. E, infelizmente, a nossa memória prega peças assim na gente, o que torna o episódio ainda melhor e mais inteligente. Kate se lembra do dia perfeito, com lantejoulas e pizza, enquanto Randall se lembra dos gritos e do prato quebrado. Achei muito triste a Kate se perguntando se se lembra de toda sua infância de forma errada, e o Randall explicando que Jack fez um bom trabalho se apenas a fez lembrar das coisas boas… naquele dia, Jack pediu perdão aos filhos, e voltou a ser o Jack especial de sempre, com direito a pizza, cartões e briga de lantejoulas.
E foi isso o que ficou para Kate.
E talvez, no fundo, seja isso o que importa.
Ainda assim, foi tristíssimo assistir à cena, para mim. Porque não era puramente feliz.

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