Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, 2017)


For freedom. For family. For the planet.
Cada vez mais próximo do Planeta dos Macacos original, de 1968, A Guerra continua brilhantemente a história iniciada em Planeta dos Macacos: A Origem, de 2011, ligando pontos da “nova” franquia a elementos da franquia original, de quando Taylor caiu em “um planeta distante” que, mais tarde, se revelaria a Terra em algum ponto do futuro. O filme é envolvente, emocionante e revoltante… é deprimente pensar como os humanos vilões do filme são próximos da realidade. Caesar está mais majestoso que nunca, começando a ficar grisalho, e eu amo a sua liderança e o seu desejo por “vingança” ao estilo Justiceiro que lhe guia durante esse terceiro filme… Planeta dos Macacos: A Guerra trabalha com protagonistas macacos, e uma garotinha que não fala, futuramente nomeada “Nova”, que é o ponto-chave da parte mais inteligente do filme!
Tudo começa no meio da floresta, mostrando o quanto macacos e humanos já estão em guerra intensa, e Caesar é muito superior aos humanos em sua liderança, demonstrando o quanto não é “selvagem”, como eles acreditam, libertando dois soldados como um recado. No entanto, mesmo assim, o Coronel, brutal e cruel, ataca o vilarejo dos macacos mais tarde e mata a sua esposa e o seu filho, graças a uma traição de Winter, que estava dominado pelo medo. Assim, Caesar tenta embarcar sozinho em uma jornada contra o Coronel, enquanto os outros macacos caminham para o seu “novo lar”, no deserto. No entanto, ele acaba acompanhado por Maurice, Rocket, Red e Luca, que é a primeira dolorosa morte do filme, em uma cena lindíssima com Nova, que lhe devolve a flor que ele colocara em sua cabeça, momentos antes.
Emocionante!
O filme é realmente tocante! Quando o grupo de Caesar encontra uma garotinha sozinha, porque eles acabaram de matar seu pai em legítima defesa, Maurice sabe que não pode abandoná-la, e a leva com ele, como se fosse sua própria filha. Ela é uma garota corajosa e importante, que não fala, e que conquista todo o amor dos macacos depressa, mostrando o quanto o amor pode existir entre ambas as espécies. Outra nova aparição que marca presença é um macaco de zoológico que se autodenomina “Bad Ape”, porque era o que mais escutava dos humanos onde morava… ele é uma graça. Meio atrapalhado, com aparência que lembrava um pouco o Sméagol, com jaqueta quente e até um gorrinho (!), e tão feliz porque tinha encontrado amigos… de um modo geral, ele me lembrou um pouquinho o Dobby, então não tinha como não amá-lo!
Ficamos apreensivos quando Caesar acabou sendo pego pelos humanos e ficou à mercê do Coronel, que prendera todos os seus companheiros a caminho do novo lar, e obrigava-os a trabalhar construindo um muro para defendê-lo de um grupo de homens chegando contra ele. O Coronel é macabro e descontrolado… a maneira como ele fala sobre o vírus da Gripe Símia e a mutação recente que atacou humanos ao seu redor, inclusive o seu filho, é perturbadora, no mínimo. Aquele mesmo vírus ao qual fomos apresentados no primeiro filme da “nova franquia” mutou, e agora está fazendo humanos perderem capacidades como a da fala (achei genial, não esperava que o fato de Nova não falar fosse tão essencial!), e o Coronel acredita que isso os está fazendo regredir e se tornar selvagens… por isso ele matou um a um.
Inclusive o próprio filho.
E ainda chamou isso de “purificação”.
A Guerra faz um bom trabalho de condução pelas mais variadas ações. É revoltante ver o Caesar preso, é terrível vê-los forçados a trabalhar daquela maneira, sem comida e sem água, e essa informação do vírus e a descrição do Coronel são apavorantes, mas o filme tem uns momentos “mais leves” que conduzem à fuga maciça e genial dos macacos – Nova visita Caesar e lhe entrega a sua bonequinha (outro elemento importantíssimo!), e “Bad Ape” ajuda a organizar toda a fuga, dos adultos enganando um guarda jogando cocô na cabeça dele, e das crianças através dos fios… uma sequência incrível com uma trilha sonora mais divertida, o tipo de coisa que precisávamos para o momento, especialmente tendo em vista o que estávamos prestes a enfrentar, que era uma finalização dolorosa, embora muito bonita, como o filme pedia.
Gostei particularmente de como podemos sentir o Planeta dos Macacos de 1968 nesse filme. Quando o Coronel diz que se isso continuar “Seria um planeta de macacos, e os humanos seriam seu gado”, eu quase ri pela ironia! É exatamente isso mesmo… podemos ver isso na maneira como os humanos forçam os macacos a trabalhar, como os macacos forçaram os humanos no futuro, ou nas correntes penduradas no pescoço, exatamente como as do filme de 1968 e, o que eu achei mais inteligente e astuto, a questão toda da fala. Humanos não falam no filme original, e agora finalmente entendemos o motivo, como chegamos a esse estágio da evolução: pela mutação do vírus original. Por fim, ainda temos o “novo lar” dos macacos, mencionado o filme todo, que conhecemos no final: deserto, arenoso, em tons de laranja…
…isso não é o cenário perfeito para o filme de 1968?
Agradou-me MUITO o final do filme… o Coronel não poderia ter um fim mais humilhante, e ele sofreu muito mais do que se Caesar tivesse conseguido matá-lo por ter matado sua família: ele se contaminou com o brinquedo de Nova, e agora não pode mais falar. Ele se tornou aquele ser “primitivo” que tanto despreza, e teve que tirar a própria vida. GENIAL! Os macacos escapam com uma explosão épica causada por Caesar, e depois ao se salvarem de uma avalanche no topo das árvores, uma avalanche que, possivelmente, matou todos os novos humanos que tinham acabado de chegar e apontaram uma arma para Caesar! Triste foi ver o Caesar morrendo ao lado de Maurice, que prometeu que seu filho saberia quem o pai foi e tudo o que fez por eles. A jornada de Caesar chegou ao fim, infelizmente, mas seu legado durará para sempre!
Que venham mais filmes!

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Comentários

  1. A recriação cinematográfica do universo que teve início em 2011 com Planeta dos Macacos: A Origem se afasta um pouco dessa leitura racial, possivelmente considerando que uma correlação tão direta dos personagens com minorias específicas seria consideravelmente inadequada no contexto contemporâneo. Eu amo os filmes como este, também recomendo assistir Professor Marston e as Mulheres Maravilha, este filme é um dos melhores filmes de 2017 que estreou o ano passado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Amei que fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações. Sem dúvida a veria novamente, achei um filme ideal para se divertir e descansar do louco ritmo da semana.

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