O Diário da Princesa, Volume I (Meg Cabot)


Mia Thermopolis, uma típica adolescente americana, recebe uma notícia que muda sua vida. Seu pai, um príncipe que teve um caso com sua mãe muitos anos antes, descobre que não pode mais ter filhos. Ou seja, Mia se torna a única herdeira do trono da Genovia. Assumir a coroa não será tarefa fácil. Antes de subir ao trono, Mia terá que passar por um treinamento duro com sua temida avó. Se o sonho de muitas meninas da idade de Mia é ser uma princesa, para ela isso pode virar um verdadeiro pesadelo.

Conhecendo Mia Thermopolis. E se apaixonando por tudo!
Eu lembro que eu comecei a ler O Diário da Princesa vários anos atrás, lá por 2009… embora eu tenha lido os primeiros livros da série (I, II e III), eu nunca continuei, e achei que era hora de fazer isso. Afinal eu tenho a coleção inteira em casa! E, bem, vocês sabem como é – quer dizer, vocês sabem como é se vocês já leram Meg Cabot – ler Meg: sempre uma diversão, uma leveza e uma leitura gostosa e rápida. O Diário da Princesa não é o melhor de Meg Cabot, mas é uma ótima apresentação para a autora, e uma boa representação do que ela faz. O bom humor, as protagonistas que adoramos, e aqueles outros personagens que são tão encantadores. E os garotos apaixonantes.
A história do livro possivelmente você já conheça: Mia Thermopolis é uma adolescente “comum”, que mora com a mãe, é a responsável da casa, e sonha em entrar para o Greenpeace. Com suas botas, suas mochilas e os zilhões de bottons, ela prega contra a indústria da carne, se acha feia (alta demais e sem peito algum!) e sonha com Josh Richter, o cara mais popular da escola. Mas as coisas não são simples, como não podem ser simples, para ela: ela está levando pau em Álgebra, e sua mãe resolveu namorar o Sr. Gianini: O PROFESSOR DE ÁLGEBRA.
Sim, valeu mãe.
Como se isso não bastasse, é claro, o pai da Mia vem até a cidade e parece muito transtornado com o fato de não poder mais ter filhos, graças a um câncer no passado. E então a bomba explode: Mia Thermopolis é, na verdade, Amelia Mignonette Grimaldi Thermopolis Renaldo, a Princesa de Genovia. Ah, claro, toda garota sonha em ser uma princesa, huh? Não Mia. Ela acha isso um absurdo, e as coisas só pioram com as responsabilidades que isso significam, e como isso muda o seu futuro para sempre. Além das aulas diárias de “como ser uma princesa” com Grandmère, a sua terrível avó. Felizmente, já no começo do livro, sua mãe acreditava que ela tinha problemas de confrontação, e deu a ele esse diário no qual ela poderia liberar seus sentimentos.
Tão bom ler esses desabafos. E as anotações aleatórias. AS LISTAS! *-*
Sendo um diário, você imagina como é gostoso ler. Meg Cabot gosta dessas inovações, como escrever uma trilogia em e-mails ou coisas assim… isso é um diário, e o sentimento é maravilhoso. Eu adoro o senso de humor, a proximidade que isso proporciona do leitor, e a maneira como gostamos de Mia, quase como se a conhecêssemos de verdade. Porque essa é a impressão que temos. Fora que parece que escutamos ela falando enquanto lemos aquelas páginas… e eu, particularmente, dou muitas risadas gostosas durante o livro… fora as muitas referências que são realmente interessantes. Escrito em 2000, eu acho legal como as referências não são da atualidade, mas ainda parecem atuais. Coisas que conhecemos tão bem, e isso é maravilhoso!
Temos algumas referências recorrentes como o musical A Bela e a Fera na Broadway, e Jornada nas Estrelas, que Meg Cabot cita com razoável assiduidade: ela compara o pai ao Capitão Picard, e o fim do livro conta com Mia e Michael discutindo quem é melhor: o Capitão Kirk ou o Capitão Picard. Mas temos muito mais… como Xena e Buffy, a Caçadora de Vampiros… os vários James Bond e discussão sobre Harrison Ford em Star Wars x Indiana Jones. Tem o Esqueceram de Mim 2 com o Paza… George Clooney, Madonna! The Rocky Horror Picture Show de madrugada na Times Square sem dinheiro para voltar embora… Sabrina, a Bruxinha Adolescente. Algumas dessas coisas vieram das brincadeiras de “No fim do mundo, você escolheria…?”
Eu gosto muito dos personagens desse livro… além de Mia Thermopolis, que conhecemos tão bem, temos Lily Moscovitz, que é sua melhor amiga. Mandona e tudo o mais, mas a amizade das duas é linda! Adoro o Lily Tells It Like It Is, e também a maneira como Tina Hakim Baba entra tão adorável quando Lily está ausente. O sr. Gianini… ou o Boris no almoxarifado. Josh Richter e Lana Weinberger… sinceramente eu acho o Josh incrivelmente mais irritante do que a Lana, embora ela passe o livro inteiro detestando a menina.
Com o decorrer da história, depois que o plano dela de esconder que era uma prinesa falha e ela se vê assediada por repórteres e tudo o mais, eu comecei a me incomodar quando Josh Richter terminou o seu namoro com Lana Weinberger e convidou Mia Thermopolis para o Baile. Ah, e não quero dizer que me incomodei com Josh – ah não, me incomodei com Mia e com a sua terrível inocência que beira a burrice, ao acreditar que “Josh tinha olhado em sua alma”, e que ele era um cara excelente. Toda aquela esperança e alegria adolescente dela… por favor. Mas eu entendi bem o que Meg Cabot queria fazer: ela queria que Mia saísse com Josh para desencantá-la. Ainda no primeiro livro, ela termina de uma vez por todas com esse fascínio de Mia por Josh, de maneira eficaz. E talvez Mia ainda não se dê conta disso, mas ela sempre compara cada erro e defeito de Josh a uma coisa boa de Michael Moscovitz…
Ah, Mia e Michael Moscovitz *-*
Michael Moscovitz é o irmão mais velho de Lily, melhor amiga de Mia. E ele é absolutamente encantador. Não só porque ele tem um corpo sarado (embora ele tenha, ela deixa isso muito claro ainda no começo do livro, já que o viu sem camisa algumas vezes quando passa a noite na casa de Lily), mas porque ele é um amor! A maneira como ele age com Mia, como ele tem assuntos interessantes sobre o que conversar, e como as cenas dele com Mia soam tão incrivelmente naturais. Eles combinam, eles se entendem… como ela mesma diz: eles nunca ficam sem assunto. Como ela gosta do fato de ele ser cheiroso, como ele tenta convidá-la para o baile algumas vezes e ela permanece completamente alheia a tudo, sendo quase cômica às vezes.
Ele ajudando ela com Álgebra. AS DANÇAS LENTAS NO FINAL! Morri.
Para finalizar… eu basicamente falei tudo o que eu tinha a dizer: como os personagens são queridos, como é bom conhecer Mia, e como a escrita em forma de diário nos aproxima dos personagens, além de proporcionar uma leitura dinâmica, acessível e divertida. Mas, só porque eu acho que isso precisava ter no meu texto, eu termino com a transcrição de uma página, mas foi uma página que me fez rir muito: a maneira como ela descreve Grandmère a seus leitores. Eu realmente li mais de uma vez, e me diverti sempre! Uma pequena leitura para você então:

Quarta-feira, 8 de Outubro

Oh, não.
Ela está aqui.
Bem, não aqui, exatamente. Mas ela está no país. Está na cidade. Para dizer a verdade, a apenas 57 quarteirões de distância. Está no Plaza, com papai. Graças a Deus. Agora, só vou ter que vê-la depois das aulas e nos fins de semana. seria um saco se ela estivesse hospedada aqui.
É horrível vê-la como a primeira coisa pela manhã. Ela usa aqueles negligês enfeitados para ir dormir, com partes de renda larga que mostram tudo. Você sabe como é. Coisas que a gente não quer ver. E mais, embora tire a maquiagem quando vai dormir, ela ainda conserva um contorno de pálpebras, tatuados ali na década de 80 quando ela passou por uma rápida fase maníaco-depressiva após a morte da Princesa Grace (é o que mamãe diz). É muito esquisito ver, como primeira coisa pela manhã, uma velhinha usando camisola de renda, com aquelas grandes linhas pretas em volta dos olhos.
Para dizer a verdade, dá medo. Dá mais medo do que o Freddy Kruger e Jason juntos.
Não é de espantar que Grandpère tenha morrido na cama de ataque cardíaco. Ele provavelmente rolou para o lado certa manhã e olhou bem para a esposa.

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