Scooby-Doo (2002)



“Friends don’t quit”
QUE DELÍCIA DE FILME, QUE GOSTINHO DE INFÂNCIA. É ótimo? Não é. Mas eu amo? Amo. “Scooby-Doo” é um dos meus desenhos de infância favoritos, e é um desenho que eu gosto muito até hoje, além do valor nostálgico… em 2002, a turma da Mistérios S.A. ia para o cinema pela primeira vez, em um live-action divertidíssimo e inusitado que trazia um mistério maior que qualquer outro que a turma já tivesse resolvido. Eu me lembro de, na infância, alugar com a minha prima esse filme para assistir. Todo fim de semana íamos à locadora e tínhamos direito a 3 filmes, e nós sempre escolhíamos a fita do “Scooby-Doo”, e depois alguma outra novidade… assistindo novamente agora, percebemos algumas piadas feitas para adultos (algumas de gosto bem duvidoso) e uma precariedade nos efeitos especiais, mas eu gosto, porque me lembra a infância… mesmo que hoje percebamos problemas sérios com o filme e ele não seja amado por grande parte do público…
O elenco traz Matthew Lillard como Salsicha, Freddie Prinze Jr. como Fred, Sarah Michelle Gellar como Daphne e Linda Cardellini como Velma, além de Neil Fanning como a voz do Scooby-Doo, E EU AMO ESSE ELENCO. Eu cresci assistindo a esses personagens em versões animadas na TV, e eu acho que eles conseguiram capturar perfeitamente a essência de cada um deles na sua versão live-action, sem contar que a caracterização era impecável, além de eles incorporarem muitos elementos dos episódios do desenho no filme – acho que só ficou faltando mesmo eles correndo por um corredor e saindo em portas diferentes… a primeira sequência do filme traz a Mistério S.A. resolvendo um caso como tantos outros, desmascarando o vilão, com direito à tirada de máscara e ao “Eu teria conseguido se não fosse por esses…” e tudo o mais. É incrível!
A história do filme começa mesmo quando vamos além do que sempre vemos nos episódios do desenho. “Scooby-Doo: O Filme” aprofunda seus personagens, e mostram que nem tudo é tão perfeito quanto às vezes parece. O Fred sempre se acha melhor que todo mundo, adora dar ordens o tempo todo, e é ele quem dá entrevistas para a imprensa, comumente levando créditos por planos que nem são dele; geralmente são de Velma, e ela é esquecida ao fundo; Daphne, por sua vez, é tratada como “uma donzela em perigo”, e talvez ela esteja cansada de sempre fazer essa função… assim, aquele último caso é a gota d’água, e a Mistérios S.A., mesmo com os protestos fofos do Salsicha e do Scooby, acaba se separando e cada um tenta seguir o seu caminho. É TRISTE ver a equipe se separando, mas a motivação fez todo o sentido
Dois anos depois, então, os destinos de Velma, Fred, Daphne, Salsicha e Scooby (esses dois últimos nunca se separaram, naturalmente) voltam a se cruzar quando eles recebem um misterioso convite para uma tal de “Spooky Island”, uma ilha temática e macabra, e a cada um é oferecido algo que quem quer que esteja por trás disso sabe que vai funcionar para atraí-los… no fundo, a não ser por Salsicha e Scooby, que são atraídos pela tentação do “tudo o que puderem comer”, os demais voltam porque não podem resistir a um bom mistério a ser resolvido. E eles quase voltam atrás, quando veem uns aos outros no aeroporto, mas a competitividade também não permite que eles voltem – eles precisam ver que mistério é esse, e resolvê-lo o mais rápido possível. E, diferente de tudo o que já vimos para a Mistérios S.A., cada um por si.
Pelo menos por enquanto…
São momentos divertidos que compõem o filme, e eu acho que essa é a parte mais legal do filme– ele é despretensioso, ao mesmo tempo em que nos intriga e nos faz querer saber a resposta do “mistério”, e temos a certeza de que estamos vendo os personagens que amamos, o tempo todo. Mas, no fundo, eles trabalham muito parecidos, e rapidamente acabam todos numa armadilha num castelo assustador, em uma sequência maravilhosa com direito à Daphne usando seus novos golpes para abrir uma porta e a turma toda se disfarçando para passarem despercebidos pelos vilões que armaram contra eles, algo digno do desenho animado do “Scooby-Doo”. E, naquele momento, eles acabam trabalhando juntos, mas em equipes diferentes… a Velma comenta sobre “ser sempre escolhida por último” e acaba ficando com o Fred dessa vez.
Aos poucos, então, a Mistérios S.A. tem que se lembrar do porquê de eles terem se juntado, em primeiro lugar: PORQUE ELES SÃO UMA FAMÍLIA. Com seus problemas, sim, mas coisas que podem ser resolvidas, se eles souberem como fazê-lo: na verdade, cada um tem sua função e sua importância dentro da equipe. Assim, a Daphne consegue o misterioso Daemon Ritus, que a Velma tenta traduzir, enquanto o Fred tenta acalmar a todos dizendo que não existe monstro nenhum na ilha… e logo depois eles são atacados por uma série de monstros bizarros que levam deixam uma tremenda destruição para trás, e levam os jovens para algum lugar – entre eles, inclusive, o Fred e a Velma. Agora, então, é a vez da Daphne, do Salsicha e do Scooby salvarem as “donzelas em perigo”. E é muito legal ver essa troca de papeis involuntária dentro da equipe.
Inclusive, aqui temos um dos momentos que eu sempre achei mais divertidos do filme: quando eles trocam de corpo entre eles. Poderia ter sido uma sequência mais longa? Sim. Mas super valeu a pena! Fred e Velma estão agindo de uma forma completamente estranha, que não tem nada a ver com eles, e toda a ilha, na verdade, está agindo como se a noite passada não tivesse existido. Enquanto isso, o Scooby é sequestrado pelo dono da ilha, o Sr. Mondavarious, e o Salsicha casualmente encontra uma espécie de caldeirão onde uma série de almas estão sendo armazenadas – as almas de todos os jovens que agora “agem estranho” porque já não são mais eles mesmos, mas os monstros da noite passada, que precisam dos corpos humanos para que possam circular livremente à luz do sol. Macabro. E então Salsicha salva as almas dos amigos…
Nessa confusão, no entanto, a alma do Fred acaba entrando no corpo de Daphne e vice-versa, e a cena do “Fred” andando como a Daphne com a bolsinha roxa dela é IMPAGÁVEL! Então, as almas ficam trocando aleatoriamente de corpos, até que elas se ajustem novamente e cada um volte para o seu próprio corpo… destaque especial para o Salsicha, independente do corpo em que ele esteja… AMEI o Salsicha dançando enquanto está no corpo da Velma, ou então reclamando da Daphne, porque “parece que ela nunca come” ou qualquer coisa assim. Quando as almas se assentam, então, a Mistérios S.A. está de volta à ativa para, juntos, resolverem esse mistério, descobrir quem está por trás da lavagem cerebral e do ritual que planeja roubar todas as almas dos jovens da ilha, além de uma alma pura – que não há dúvida alguma que é a do Scooby.
É tão bom ver a equipe trabalhando junta novamente no fim do filme, e o mais legal é notar que eles melhoraram como equipe, que eles se respeitam mais agora, e os papeis não são exatamente os mesmos mais. Daphne está lá em cima fazendo todo o trabalho pesado e lutando no melhor estilo “As Panteras”, enquanto Velma e Fred estão se infiltrando entre os jovens sem alma, e o grande vilão Emile Mondavarious começa a sugar as almas dos jovens, para ajudar os monstros a andarem livremente, e descobrimos que, na verdade, o “grande” vilão do filme era o Scooby-Loo, revoltado depois de ter sido jogado para fora da Mystery Machine por ter feito xixi na Daphne e tentado um motim ou algo parecido. A turma, com grande participação da Daphne, consegue libertar todas as almas, inclusive as que o Scooby-Loo já tinha absorvido, destruir os monstros e prender os bandidos…
Infelizmente, eu nunca gostei do Scooby-Loo.
Ah, com direito a “um homem de máscara” e tudo, quando eles descobrem que é o Scooby-Loo por baixo de uma versão mecânica do verdadeiro Mondavarious, preso há 2 anos sob a caverna do ritual… para finalizar bem o filme, temos a imprensa chegando à ilha, querendo falar com a Mistérios S.A., e por um segundo parece que o Fred vai ser o mesmo Fred de sempre, falando à frente de todos e levando todos os créditos, mas ele dá a palavra à Velma, e ela deixa bem claro que aquele foi um trabalho conjunto de toda a Mistérios S.A. E NÃO TEM COMO NÃO AMAR ESSA TURMA! O filme é divertido, tem uma história interessante que tem tudo a ver com o que estamos habituados a ver nos desenhos de “Scooby-Doo” e eles acertaram em cheio na escolha e caracterização desse elenco, que deu vida aos personagens da melhor maneira possível.

Para mais filmes assim, clique aqui.
Ou visite nossa Página: Cantinho de Luz.


Comentários

  1. Ótimo texto, como sempre né.
    É um filme muito bom... Tbm sinto este gostinho de nostalgia de quando criança rsrs
    O que você achou da sequência?
    E os outros dois com um elenco diferente? É tipo o começo mesmo da Mistérios SA, e embora mais simplista em questão de produção, não consigo deixar de gostar. Meus favoritos são este de 2002 e o terceiro com o outro elenco.

    Allef Christian

    Ah! Décimo ano já, uau
    Parabéns!
    Admiro a resiliência. ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oie!!!

      Ai que bom te ver te volta por aqui! Acabei de responder seu comentário em Hollywood!
      Sim... décimo ano, você viu? E tô com tanta ideia e tanta coisa como se fosse um blog novo. Obrigado por suas palavras!

      Sobre Scooby-Doo, então... sim, eu vi todos os filmes. O 3 e o 4 são realmente mais "simples" em termos de produção, mas é aquela coisa de ter saído para a TV, né? Gosto bem mais do 3 do que do 4... meu plano é comentar todos eles. Postei agora o primeiro, de 2002, mas tenho todos os DVDs, estou aproveitando a quarentena para ver uns filmes antigos que queria muito comentar e nunca comentei, pretendo postar os demais! Sei que a sequência é bem menos amada do que o original, mas tem muita coisa nele que eu gosto, pra dizer a verdade...

      Enfi, novamente: que bom receber seus comentários!
      Até a próxima!

      Excluir
    2. Hehehe! Belo trabalho, continue assim.

      Excluir
  2. Você pode fazer a resenha sobre "Scooby-Doo 2: Monstros á Solta"?

    ResponderExcluir

Postar um comentário