Vencer o Desamor (Vencer el Desamor, 2020)
“Voy a
vencer el desamor…”
UMA NOVELA
EXCELENTE! “Vencer o Desamor” é a
segunda produção da franquia “Vencer”,
um dos grandes acertos da Televisa nos últimos anos, não apenas entregando o
protagonismo às mulheres, mas aos temas que as afligem em uma sociedade
machista, abusiva e incoerente. Chegando com o dobro de capítulos da sua antecessora, “Vencer o Desamor” contou com 93 capítulos que foram exibidos entre
12 de outubro de 2020 e 19 de fevereiro de 2021, e eu sinto que a novela fez um
trabalho ainda melhor que “Vencer o Medo” ao dividir o tempo de
tela e importância de maneira mais igualitária entre suas quatro protagonistas
– Ariadna, Bárbara, Dafne e Gemma –, mulheres muito diferentes entre si e que
acabam vivendo todas sob o mesmo teto.
“Vencer o Desamor” é uma novela com
todas as características do gênero, com direito a romances, segredos,
investigações, descobertas, mistério, suspense… e uma excelente galeria de
personagens, que vendem a história e envolvem o público com seu carisma, seu
talento e sua verdade. Para mim, essa é uma das grandes vitórias da franquia “Vencer”,
que mostra como é possível fazer “uma novela com cara de novela” e todas as
características do folhetim e, ainda assim, inovar nas suas temáticas,
incluindo uma visão mais atual do mundo, levantando questões pertinentes e cuja
discussão é muito importante. “Vencer o
Desamor” fala, além de relacionamentos tóxicos e abandono, sobre
sororidade, violência contra a mulher, feminicídio e outros temas.
A primeira
das protagonistas de “Vencer o Desamor”
é Ariadna, interpretada por Claudia Álvarez. Ariadna é uma jornalista que
deixou a carreira há alguns anos, mas está tentando voltar a trabalhar, e lida
com um casamento infeliz e o consequente abandono
do marido, quando ele vai embora dos Estados Unidos deixando para trás
apenas um bilhete, deixando claro que não sabe e não quer “lidar” com o filho deles,
que vive com autismo. Ariadna traz discussões bem interessantes à trama, e é o
doloroso retrato muito real de tantas
mulheres que são abandonadas sozinhas com seus filhos… quando ela encontra uma
maneira de seguir em frente e reencontrar a felicidade, ainda, Ariadna é
julgada e acusada de uma série de coisas que não fazem sentido.
Depois,
temos Bárbara, interpretada por Daniela Romo, e ela é uma personagem
interessantíssima de “Vencer o Desamor”.
Matriarca da família e a mais velha entre as protagonistas, Bárbara não é uma
personagem de quem é fácil gostar… e
o que mais me chama a atenção na personagem é justamente o fato de ela ser uma
mulher que reproduz uma série de
julgamentos e comentários machistas, que são fruto da sua criação em uma
sociedade que demorou demais para falar sobre sororidade e violência contra a
mulher. Por isso, Bárbara pode fazer um
inferno na vida de Ariadna, Dafne e Gemma, mas ela também é uma pessoa em
desconstrução, cujas experiências recentes podem e devem ensiná-la a ver as
coisas de uma maneira diferente.
Dafne,
interpretada por Julia Urbini, é, de certa maneira, uma personagem
intermediária entre Bárbara e Ariadna. Dafne se casou cedo, teve um casamento
feliz e dois filhos, mas agora perdeu o marido em um acidente trágico e precisa
encontrar uma maneira de seguir em frente. Dafne precisa equilibrar a sua
tentativa de voltar a trabalhar como professora de inglês, intérprete e
tradutora com a vida como mãe solteira de duas crianças pequenas, e lidar com
as pressões que coloca sobre si mesma quando ela vê a oportunidade de voltar a
se apaixonar… Dafne tem algumas visões mais modernas e esclarecidas, como
Ariadna, ao mesmo tempo em que, para algumas coisas, reproduz pensamentos
conservadores que se assemelham muito mais aos de Bárbara.
Por fim, uma
das minhas personagens favoritas de “Vencer
o Desamor”: Gemma, interpretada por Valentina Buzzurro. O imenso CARISMA de
Gemma é o principal elemento do seu sucesso, porque eu mesmo assisti à novela
me vendo ansioso pela próxima cena da
personagem! Gemma é a mais jovem dentre as protagonistas, e é uma adolescente
que foi praticamente vendida pela
família pobre, que acreditou que ela teria uma “vida melhor” se casando com um
homem que tem o dobro da sua idade… Gemma acaba presa a uma relação abusiva da
qual sai grávida, e ela escapa para a capital para morar na casa da tia (que
nem sabe que é sua tia), na esperança de poder escapar de seu abusador e, quem
sabe, continuar com os seus estudos e ir para a faculdade um dia.
Como segunda
produção da franquia, “Vencer o Desamor”
tem algumas conexões com “Vencer o Medo”,
seja através de atores que reprisam seus papeis em pequenas participações, como
a própria Paulina Goto, que aparece no primeiro e no último capítulo como
Marcela Durán, mas mais notadamente através do Emmanuel Palomares, que é um dos
protagonistas de “Vencer o Desamor”
interpretando o Gael, o gêmeo vendido de Rommel, sobre o qual ficamos sabendo no último capítulo de “Vencer o Medo” e,
em algum momento, Rommel volta a dar as caras, com o ator arrasando em ambos os
papeis, muito diferentes entre si. Conforme a franquia se estende, no entanto,
acredito que as novelas terão que se tornar cada vez mais independentes, para que os atores possam retornar em outros
papeis.
Afinal de
contas, é atualmente uma grande franquia.
E com toda
razão! Novelas excelentes!
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